De 27 de maio a 22 de junho a Torres Joalheiros da avenida da Liberdade, em Lisboa, é anfitriã de uma exposição dedicada a peças exclusivas de alta joalharia da Mikimoto. Uma oportunidade para conhecer melhor a marca japonesa que faz da pérola a rainha das suas criações.
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Na cidade de Toba, no Japão, há uma ilha que se chama Ilha das Pérolas de Mikimoto. Foi nessa ilha que se terá conseguido o primeira bem sucedida cultura de pérolas pelas mãos de Kokishi Mikimoto (25 de janeiro de 1858 – 21 de setembro de 1954). É também nessa ilha que podemos encontrar uma estátua do próprio Mikimoto, conhecido como o ‘Rei das Pérolas’ e autor de frases famosas como “o meu sonho é colocar um colar de pérolas no pescoço de cada mulher deste mundo”.
Diz a história que Kokichi Mikimoto terá criado a primeira pérola de cultura do mundo há mais de um século e diz a história que esse processo não foi fácil. Nos finais do século XIX, o biólogo Tokichi Nishikawa e o carpinteiro Tatsuhei Mise, contemporâneos de Mikimoto, tinham descoberto que a inserção de um núcleo de metal no interior de uma ostra levava à libertação de uma secreção que envolvia esse núcleo, levando à formação de uma pérola. No entanto, foi Kokichi Mikimoto que, depois de muitos anos de experiências falhadas, conseguiu desenvolver um processo de cultura de pérolas de superior qualidade. O segredo estava no material mais indicado para servir de núcleo — nomeadamente conchas — e no local perfeito para manter as ostras em repouso, de modo a que o processo de formação das pérolas não fosse perturbado — a costa de Toba, precisamente. Em 1893, com a sua primeira cultura bem sucedida, Mikimoto marcava posição enquanto ‘inventor’ da cultura de ostras, um estatuto oficializado, no âmbito da celebração do centenário do seu sistema patenteado de cultura de pérolas, altura em que passou a integrar a lista top dos 10 inventores japoneses.
São muitas as histórias que se contam sobre Kokishi Mikimoto. Entre elas, diz-se que o fascínio do japonês pelas pérolas se terá ficado a dever aos ‘caçadores’ de pérolas de Ise-Shima, a sua terra natal, que ele via emergirem da água, numa altura em que aos 13 anos foi obrigado a vender vegetais para ajudar a sustentar a sua família. A verdade é que só a partir dos 30 anos é que o seu fascínio terá dado frutos, num percurso que se completou com a criação de joias que tinham, como não poderia deixar de ser, a pérola como elemento central. De entre as peças criadas com o seu nome, destaque para o Pagode Mikimoto, exibido na exposição de Filadélfia em 1929 e para a Coroa de Pérolas II, uma coroa baseada nas coroas bizantinas da Idade Média, terminada em 1979 depois de 14 meses de trabalho artesanal, bem como uma réplica do Sino da Liberdade dos Estados Unidos, totalmente adornado com pérolas. Antes da Segunda Guerra Mundial, Mikimoto tinha já expandido o seu negócio por todo o mundo e a sua marca terá sido uma das primeiras marcas japonesas a ser reconhecida internacionalmente.
Hoje, o nome Mikimoto é sinónimo de qualidade superior aos mais diversos níveis: desde a seleção dos melhores materiais, passando pelo trabalho de excelência até ao compromisso para com o serviço ao cliente. Em causa está todo um processo que reflete dedicação, paixão e cuidado, um processo que começa na origem das próprias pérolas, já que a marca Mikimoto, para além de criar joias de excelência continua a destacar-se enquanto principal produtor mundial de pérolas.
Na Ilha das Pérolas de Mikimoto, é possível conhecer melhor o processo de cultura destes pequenos tesouros através de um Museu especializado, com a hipótese de contactar com as mulheres que mergulham para recolher as pérolas e ainda com a possibilidade de descobrir joias que fazem parte da história passada e atual da Mikimoto.
Para quem uma visita ao Japão está fora dos planos nada como dar um salto à Torres Joalheiros nos próximos tempos. É que a casa centenária apresenta ao público, entre 27 de maio e 22 de junho, uma exposição de peças exclusivas de Alta Joalharia da Mikimoto, numa homenagem à luminosidade perfeita da pérola. Em causa estão criações que refletem o espírito da marca japonesa numa conjugação de elegância intemporal, design moderno e absoluto respeito pelo trabalho artesanal.
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