A Ritmo Mundo está de regresso com o lançamento do Pegasus, um relógio de caixa transparente assente num novo tipo de vidro sintético que o torna muito mais acessível do que os milionários modelos esculpidos em caixas de safira. O Pegasus representa também o início de uma nova vida para a companhia californiana com nome português.
Quando a Ritmo Mundo começou a expor na feira de Baselworld, no início do presente milénio, ninguém ficou indiferente: subitamente, no seio de uma indústria tão tradicional e convencional como a relojoaria helvética, surgia uma ousada marca plena de cor e de perfume latino — foi um pouco como se alguém tivesse transplantado Copacabana para Basileia. Porque o nome é português, devido ao facto de a mulher do fundador, Ali Soltani, ser brasileira. A Ritmo Mundo logo se distinguiu pela sua estética atrevida e pelo facto de várias estrelas de Hollywood (como Denzel Washington, Sarah Jessica Parker ou Lindsay Lohan) usarem os relógios nos écrãs (como os filmes Fast & Furious e Ocean’s Thirteen ou a série CSI Miami); Ali Soltani tinha uma loja em Rodeo Drive e muitos atores passavam por lá para usar algo de diferente, mais contemporâneo do que os relógios ‘normais’…
O novo Pegasus é um relógio certamente diferente e já foi visto no pulso do lendário Samuel L. Jackson, que escolheu a versão com anel dourado no mostrador. É também um relógio que representa uma nova etapa na história da Ritmo Mundo, que está a comemorar o seu 22º aniversário. Porque o Pegasus, batizado com o nome do cavalo alado da mitologia grega nascido da espuma do mar, tem tudo para ser um ex-libris: tem um visual distintivo, revela a sua mecânica, está disponível em diversas versões e tem um preço especialmente convidativo. Porque o desenvolvimento da tecnologia do vidro sintético permite-lhe apresentar um visual transparente muito semelhante os relógios com caixas de safira que custam entre 35 mil e um milhão de euros… por somente 3.500 euros!
«Temos vindo a trabalhar neste projeto há muito tempo», confessou-nos Ali Soltani. «Trata-se de um design ousado e que permite um visual cool num relógio de luxo acessível. O Pegasus estabelece o padrão para a Ritmo Mundo 2.0!». Só a escolha do melhor fornecedor das caixas de vidro sintético durou um ano, porque era mesmo necessário encontrar um tipo de cristal que tivesse praticamente as mesmas valências da safira utilizada nos modelos de preço estratosférico: elevada resistência aos riscos/choques (tem uma dureza de 7 na escala de Moh, pouco abaixo da safira) e qualidade de transparência. A caixa de vidro sintético é cortada sob água, que funciona como uma espécie de lubrificante; toda a bateria de rigorosos testes efetuados confirma a durabilidade do inovador material à base de dióxido de silício.
A estrutura do Pegasus é essencialmente transparente, tanto na frente como no fundo e nos lados, permitindo a observação panorâmica do mecanismo; os únicos ‘adereços’ suplementares são o anel com a escala das horas e dos minutos ou os quatro parafusos funcionais que fixam a arquitetura tripartida, contribuindo para uma estanqueidade a 30 metros. Com um formato quadrado de cantos ‘aparados’ e sem asas tradicionais, é adaptável a pulsos de quase todos os tamanhos — embora não fosse nada má ideia complementar o atual diâmetro de 44mm por 11,3mm de espessura com um novo tamanho a rondar os 40mm.
Oito variações disponíveis
A diferença de preço do Pegasus relativamente aos congéneres em safira também tem a ver com o movimento utilizado, um calibre de corda automática altamente esqueletizado que foi desenvolvido por uma firma chinesa que trabalha com várias empresas suíças. O movimento automático é assemblado à mão e garante 48 horas de reserva de carga. O Pegasus está disponível em várias versões consoante a cor do anel das horas/minutos: preto, azul, vermelho, verde, prata e também em variantes com pedras semipreciosas de cor semelhante. Também há várias cores de bracelete disponíveis.
Apesar de ter a sua sede em Los Angeles, a Ritmo Mundo foi fundada em Milão — onde Ali Soltani conheceu a sua mulher brasileira, Patrícia Pessoa das Neves. Patrícia não falava inglês e Ali não falava português ou italiano, mas o amor foi mais forte do que qualquer barreira linguística. E a linguagem acabou por definir a personalidade da Ritmo Mundo: juntos, pensaram numa designação melódica que fosse completamente distinta dos nomes das marcas tradicionais. «Quisemos fazer relógios contemporâneos que mostrassem o pulso da cultura pop moderna». E parte da produção dos relógios Ritmo Mundo até começou por ser feita em Itália, onde se encontram vários conhecidos fornecedores de grandes marcas.
Ali Soltani diz-nos que a próxima viagem que o casal fizer fora dos Estados Unidos será provavelmente para Portugal: «Temos muitos amigos de Los Angeles que se mudaram para a zona de Lisboa». Será muito bem vindo, até para que nos fale das duas novas coleções que irá lançar ao longo do corrente ano.
Primeiras impressões
Não há muito mais a acrescentar para além de tudo o que já foi mencionado. O Pegasus é mesmo um produto pensado para o seu preço, com valências estéticas de relógios muito mais caros. É um relógio que assenta no visual transparente e que pode ser combinado com braceletes em cauchu de várias cores.
E é sobretudo um desbloqueador de conversa, porque não deixa ninguém indiferente. Também é o relógio ideal para explicar aos menos conhecedores como funciona um movimento relojoeiro mecânico. Entre as várias cores disponíveis, escolhemos testar o azul com uma bracelete azul condizente e fotografá-lo no Guincho e na Nazaré ; afinal de contas, o azul é a cor marítima — e Pegasus, o cavalo alado, nasceu da espuma dos oceanos.
