Relógios suíços: exportações crescem

Depois de um abril inconstante, as exportações relojoeiras da Suíça revelaram um crescimento sustentado em maio de 2019. Aumentaram 11,4% para mais de 2 mil milhões de francos suíços. Em sentido contrário verificou-se o arrefecimento do mercado britânico, com quebras de ,7%, depois de fortes vendas nos meses anteriores, devido às incertezas do Brexit. Continua o grande recuo nos modelos com preço inferior a 200 euros. A Ásia continua a ser responsável por mais de metade das vendas.

As exportações de relógios suíços continuam sólidas e a crescer, apesar dos tempos tempestuosos derivados da ‘guerra comercial’ entre os Estados Unidos e a China, segundo os dados da Federação da Indústria Relojoeira Suíça (FH). Ainda assim, com exceção dos mercados de Hong Kong e Reino Unido, com quebras, os outros mercados revelam números muito positivos, com crescimentos na China (81%), face a 2018, Estados Unidos (10,4%), Japão (39,8%), França (10,9%), Singapura (24,9%) e Alemanha (3,2%). Portugal, vigésimo mercado no ‘ranking’ da FH, com vendas de 17,4 milhões de francos suíços, absorveu mais 26,8% de relógios face a igual período de 2018. E surge à frente de países como o Canadá, Áustria, Turquia e Rússia. Verifica-se um dado muito interessante: se há uma variação negativa de 9,3% nas exportações de relógios de pulso, para 1,8 milhões de unidades, o valor cresceu, para 1,879 milhões de francos suíços (mais 8,6%).

Em termos de materiais, houve também uma tendência positiva, sobretudo nos relógios de metais preciosos e bimetálicos. Houve uma queda nos modelos de aço, tal como na categoria de «outros metais». A evolução continuou polarizada em função dos diferentes segmentos de preços. Os relógios cujo preço de exportação está abaixo de 200 francos continuam a registar um recuo, caindo 16,1% em termos do número de peças exportadas. No outro extremo, os relógios com preço superior a 3.000 francos, verificaram um aumento de vendas em termos de número de peças e de valor (mais 11,9% e 12,9%, respetivamente).

Se Hong Kong continua a cair em termos de importações de relógios suíços (menos 7%), uma tendência visível desde o início do ano, o forte crescimento da China (mais 81%) influenciou decisivamente os resultados, com importações fortes de pêndulos. Mas, mesmo sem esse valor extraordinário, o crescimento teria sido forte. O Japão continua a ser uma agradável surpresa desde há meses e voltou a aumentar as suas importações (mais 39,8%). Crescimentos fortes foram também visíveis em Singapura (+24,9%), ou Emirados Árabes Unidos (+44,6%). Os mercados norte-americano (com mais 10,4%) e o francês (+10,9%) também se portaram muito positivamente.

De acordo com análise da Banca Cantonal de Zurique (ZKB), o nível de exportações está dentro das expectativas. É o Swatch Group que concentra mais as atenções, sobretudo porque, no segmento de preço inferior, a empresa realiza um valor muito inferior ao previsto. Mas o ZKB espera que as ações da Swatch subam no segundo semestre de 2019, com resultados mais positivos. Ainda assim a grande incógnita é o conflito comercial entre os EUA e a China. Tudo se pode alterar em pouco tempo.

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