Dubai Watch Week 2017: day 4 & day 5

Ao longo dos primeiros três dias (em relação aos quais pode ler mais aqui e aqui), dos cinco que compuseram esta edição do Dubai Watch Week, foi possível confirmar que o evento seria mais uma vez um enorme sucesso, como aliás se veio a verificar. Um facto cuja prova está hoje patente nos mais diversos artigos publicados nas últimas semanas pelas dezenas de meios de comunicação que marcaram presença.

O bom ritmo de fóruns de discussão, palestras, Master Classes e apresentações de novos modelos por parte das mais diversas marcas, obrigaram a alguma ginástica na gestão do tempo disponível, tal era a sucessão de acontecimentos inscritos no programa para cada um dos 5cinco dias.

Conversa sobre "Watch Etiquette" com Ahmed Seddiqi & Sons
Conversa sobre “Watch Etiquette” com Ahmed Seddiqi & Sons. © Carlos Torres

E ao quarto dia, um domingo, que é também dia de trabalho no Dubai, a Ahmed Seddiqi & Sons deu início ao programa com uma agradável troca de opniões sobre as diferentes noções do que poderá ser considerada a etiqueta relojoeira. Quando usar, ou não, um determinado tipo de relógio, ou se se deve perguntar quanto ele custou, foram algumas das questões discutidas numa animada sessão que terminou com a apreciação de algumas peças raras da colecção privada de Mohammed Seddiqi.

Algumas peças raras da colecção privada de Mohammed Seddiqi
Algumas peças raras da colecção privada de Mohammed Seddiqi. © Carlos Torres

Seguiu-se “Generation to Generation”, o tema do primeiro fórum do dia onde Edouard Meylan (H.Moser), Mohammed Seddiqi, Pascal Raffy (Bovet) e Ted Gushue (Petrolicious) trocaram ideias e experiências pessoais sobre empresas familiares, a sua sobrevivência e influência no setor.

Forum "Generation to Generation"
Fórum “Generation to Generation”. © Carlos Torres

O evento seguinte foi da responsabilidade de John Reardon, que, na tenda do leiloeiro Christie’s, entreteve os presentes com uma apresentação dedicada ao tema “Time is Money”, como transformar a sua paixão por relógios numa carreira. Recorrendo a exemplos de personalidades do meio, algumas conhecidas e outras menos, Reardon analisou o percurso pessoal de cada uma delas, num trabalho que deverá em breve ser editado em livro.

John Reardon a falar sobre o tema "Time is Money"
John Reardon a falar sobre o tema “Time is Money”. © Carlos Torres

O fórum seguinte, moderado por Suzanne Wong, editora da Revolution, juntou Paul Oneil (editor da World Tempus), Mohammed Seddiqi e James Lamdin (editor da Analog/Shift) num interessante discussão sobre a cultura da contrafação.

Tempo ainda para um excecional encontro com uma lenda da relojoaria. A convite da Christie’s, Jean Pierre Hagmann explicou a uma sala cheia porque é considerado um dos melhores construtores de caixas do século XX, passando em revista muitas peças da sua autoria, assim como a sua longa colaboração com a Patek Philippe.

Jean-Pierre Hagmann
Jean-Pierre Hagmann. © Carlos Torres

O último fórum do dia centrou-se sobre o tema do momento, onde se discutiu o e-comerce e a mudança que está a operar nos processos de venda por todo o mundo. Do painel composto por Max Busser (MB&F), Edouard Meylan, Stephane von Buren e Xavier de Roquemaurel (CEO da Czapec) saiu uma frase interessante: “os media são o novo retalho e o retalho são os novos media”.

O último dia contou com nada menos que quatro fórums dedicados aos temas da contribuição da indústria relojoeira para o desenvolvimento de outras áreas de negócio (Static Diversification), a importância dos leiloeiros na perceção da alta-relojoaria (Hammer Time), a importância do marketing no ressurgimento de marcas extintas (The Ressurection of Brands) e um interessante dialogo sobre o que faz uma boa coleção de relógios (How big is your collection).

Pelo meio sucederam-se mais Master Classes e apresentações de novos modelos, mas foi nos diversos locais de encontro distribuídos em torno do magnífico “The Gate” do DIFC (Dubai Internacional Financial Center) que o Dubai Watch Week assumiu a sua melhor expressão. Foi nestes locais que, tomando um café ou bebendo uma água (nada de álcool em publico por estas paragens…) que se partilharam as melhores histórias e foi possível conviver com nomes como Kari Voutilainen, os irmãos Gronefeld, Max Busser, Stephen Forsey, Feliz Baumgartner e muitos outros. Mestres de uma arte que, noutros eventos, é impossível juntar numa só mesa para partilhar aquilo que nos une, a paixão pela bela relojoaria!

Stephen Forsey, Bart Grönefeld, Carlos Torres, Kari Voutilainen e Tim Grönefeld. Fotografia: @Maxtor71
Stephen Forsey, Bart Grönefeld, Carlos Torres, Kari Voutilainen e Tim Grönefeld. Fotografia: @Maxtor71

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