Em destaque na edição impressa: inovação e evolução

Para aguçar o apetite: destacamos hoje, uma reportagem que pode ser lida no número 74 da Espiral do Tempo, já nas bancas. A partir da viragem do milénio e ao longo das duas décadas de existência da nossa revista, a indústria relojoeira passou por várias mutações e progrediu em várias direções. Em ano de comemoração e numa altura em que as repercussões da crise sanitária ainda não são totalmente conhecidas, deixamos parte desta perspetiva história que engloba os mais relevantes desenvolvimentos contemporâneos.


Imagem de abertura: a membrana osciladora de elevada frequência lançada pela Zenith em 2017 no Defy Lab | © Zenith


Além de um certo anacronismo, existe um paradoxo mais do que evidente no que diz respeito à relojoaria mecânica. Por um lado, é constantemente saudada a inovação inerente à indústria e o termo é repetidamente
utilizado sempre que se apresenta algo de novo. Por outro lado, é frequente dizer-se que na relojoaria tradicional já está tudo inventado e até é comum referir-se que não há verdadeiras novidades desde Abraham-Louis Breguet (no início do século XIX!). No meio desse contrassenso e por entre a comunicação inflamada dos méritos de marcas que dizem estar no cruzamento entre inovação e tradição, quais são as mudanças e as clivagens que têm verdadeiramente feito andar a relojoaria para a frente?

Nascida em 1999, sob a designação «Espiral» e em formato de fascículo, para depois estrear o nome «Espiral do Tempo» e a forma de revista em 2001, a nossa publicação testemunhou todas as mudanças mais significativas e acompanhou os principais progressos na indústria relojoeira ao longo das últimas duas décadas. Numa altura em que celebra o seu 20.º aniversário
e o planeta tenta sair de uma crise sanitária com repercussões duríssimas na economia mundial, vale a pena fazer uma resenha e uma atualização do panorama relojoeiro – tendo em conta que, num mundo atual dominado pela tecnologia digital e pela inteligência artificial, o relógio mecânico de pulso pode ser considerado anacrónico em face da omnipresença da hora
exata na vida de cada um.

O modo inovador de mostrar o tempo com a assinatura da Ressence, neste caso representado pelo novo Type 2 Night Blue | © Ressence
O modo inovador de mostrar o tempo com a assinatura da Ressence, neste caso representado pelo novo Type 2 Night Blue | © Ressence

Apesar disso, e de a eclosão dos smartphones e inevitáveis smartwatches constituir o maior avanço tecnológico do presente milénio no plano pessoal, o relógio mecânico permanece, para muitos, como o objeto de culto por excelência – representando prestígio e personificando sofisticação. Assenta em premissas seculares que, por serem precisamente mecânicas, não atingem a precisão praticamente absoluta de outros sistemas; afinal de contas, essa foi a razão (associada a preços muito mais baratos) pela qual a chamada revolução do quartzo quase aniquilava por completo a relojoaria mecânica no final dos anos 70. No entanto, apesar da sua essência anacrónica, a indústria relojoeira dita tradicional tem-se desenvolvido mediante uma incessante evolução na continuidade, sem nunca
descurar a inovação em rutura.

A ultrapassagem dos tempos de crise associados ao advento da revolução do quartzo recuperou a relojoaria mecânica como atividade nobre nos anos 90 e atraiu muitos investidores. Agora, os desafios são outros. Numa economia de mercado e em face da apetência das novas gerações pela tecnologia digital,
com tantos jovens a dispensarem os relógios de pulso por terem os smartphones sempre à mão ou a ajudarem os smartwatches a impor-se no segmento de preço até aos 1000 euros, a competitividade é enorme entre as marcas já estabelecidas e as que nascem para oferecer algo de distinto ou as que renascem para satisfazer saudosistas numa era de fascínio pelo vintage. E o termo «inovação» continua a ser esgrimido como fator diferenciador, embora se trate de um conceito muito lato que incide sobre uma vasta área com diversos parâmetros. Mas uma coisa é certa: os mais cobiçados relógios da atualidade assentam numa base mecânica de princípios ancestrais e apresentam um visual analógico tradicional.


Leia o artigo completo no número 74 da Espiral do Tempo, já nas bancas, e que pode também ser adquirido através do nosso site.

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