Qual é o tamanho ideal para um relógio? A resposta é subjetiva e sujeita a múltiplas variantes, desde o tipo de relógio até à sua arquitetura, sem esquecer obviamente o tamanho do pulso — para além da tendência do momento. E no presente milénio tem havido uma oscilação no que diz respeito ao tamanho médio.

Desde a transição do milénio que se tem assistido ao cambiar de várias tendências relativas ao tamanho dos relógios. Primeiro houve a adesão quase maciça aos relógios sobredimensionados, aproveitando a forte influência da Panerai e do Royal Oak Offshore da Audemars Piguet no final da década de 90. Depois, ao longo da última década, e com o regresso em força das reedições/reinterpretações de modelos históricos e a explosão do mercado vintage, verificou-se um regresso a tamanhos mais pequenos e espessuras menores. Atualmente parece estar a despontar novamente um movimento relativamente a versões ligeiramente maiores — já se sabe que a moda funciona em ciclos e contra-ciclos…

Na definição de um hipotético tamanho ideal, há que tem em conta a importância da ‘personalidade’ do relógio: os mais desportivos podem ser maiores, os mais clássicos devem ser mais contidos. Atualmente, os tamanhos considerados mais aceitáveis para um homem situam-se entre os 34 e os 46 centímetros de diâmetro; no entanto, é necessário ter em atenção que o tamanho de um relógio pode ser despropositado face ao tamanho da pessoa e do seu pulso.

Obviamente, os diâmetros oficiais indicados pelas marcas podem ser enganadores porque na maior parte dos casos o tamanho está mais ligado à arquitetura do relógio do que propriamente à caixa ou mostrador. O tipo de design é fundamental: no caso de uma caixa tradicional, o tamanho das asas contribui grandemente para a perceção do volume no pulso e de como o relógio é encarado visualmente; no caso de uma estrutura de design integrado, em que a correia fica diretamente acoplada à caixa, qualquer peça mais sobredimensionada pode assentar bem até num pulso mais estreito.

Nos últimos tempos tem-se dado especial atenção à ergonomia das chamadas caixas tradicionais, com vários relógios clássicos tradicionais ou ícones da relojoaria a sofrerem uma atualização que quase não se vê mas que se torna particularmente efetiva no pulso. Para uma escolha mais estruturada, e apesar de os gostos serem subjetivos, eis alguns conselhos alicerçados em diversos parâmetros a considerar aquando da aquisição de um relógio:
1 | Arquitetura
Um pulso aguenta melhor um relógio de design integrado de grandes dimensões do que o tamanho equivalente de uma caixa tradicional com asas para a correia. A ergonomia também é determinante.


2 | Altura
Se a pessoa é de elevada estatura, os relógios grandes afiguram-se como sendo os mais indicados; em casos de baixa estatura, aconselham-se tamanhos médios. O segredo está na proporção.

3 | Espessura
Para pessoas de pulsos estreitos ou estrutura óssea mais fina, o uso de relógios grandes pode revelar-se desconfortável e fará com que os pulsos pareçam ainda mais pequenos.

4 | Cor
Relógios dotados de um mostrador preto ou escuro aparentam ser mais pequenos do que na realidade são; o inverso aplica-se aos relógios com mostradores claros.

5 | Vocação
Relógios de diâmetro especialmente grande (a partir dos 42 mm) apresentam um carácter mais desportivo e assentam melhor em mangas curtas ou arregaçadas; quando usados com punhos apertados, fatos ou blusões podem tornar-se inconvenientes.

6 | Visibilidade
Em casos de problemas de visão, é sempre preferível optar por mostradores de maiores dimensões que tornem a leitura mais fácil.
