Edição impressa | Apostando em linhas elegantes, declinadas em modelos com mecanismos tradicionais ou de quartzo, a Raymond Weil surgiu em 1976 para dar uma nova dimensão à relojoaria que então se fazia. E porque a filha do próprio fundador, Raymond Weil, era uma pianista profissional, a música sempre serviu de inspiração para o nome das diversas gamas da marca — baptizadas segundo composições musicais épicas baseadas em grandes dramas teatrais.
—
Texto originalmente publicado no número 18 (outono de 2005) da Espiral do Tempo.
A ligação à música também se faz sentir nas várias edições de homenagem a que a Raymond Weil se tem associado em Portugal. Em 2004, concebeu uma série limitada assente na linha rectangular Don Giovanni e que comemorou os 100 anos do fado. Este ano, o homenageado é Carlos Paredes — através de um modelo redondo da linha Parsifal, que celebra o 80.º aniversário do mais célebre guitarrista português e que associa o universo musical às artes plásticas: o verso do relógio apresenta uma ilustração do consagrado artista plástico Júlio Pomar!
A grande originalidade prende-se com o facto de a imagem de Júlio Pomar não ser totalmente opaca, deixando entrever partes do mecanismo automático no interior do relógio. Devidamente assinada pelo seu prestigiado autor, a ilustração realizada na parte interior do vidro de safira mostra Carlos Paredes em plena comunhão com a sua guitarra — nas suas virtuosas actuações, o guitarrista fundia-se com o seu instrumento, como num transe. O fundo contém igualmente as gravações ‘HOMENAGEM’ e ‘CARLOS PAREDES’.
Também o mostrador de cor champanhe é devidamente personalizado com o nome do mestre em tons castanhos condizentes com a correia em pele de crocodilo do Luisiana, com pespontos contrastantes.
A edição comemorativa é numerada de 00/80 a 80/80 no verso. Para além do seu valor de colecção, o relógio é enobrecido pela conjugação do aço com o ouro amarelo de 18 quilates presente na luneta e na coroa com cabuchão (castanho) típica da linha Parsifal.
O relógio é entregue num belo estojo condizente com a efeméride, que contém um CD com actuações de Carlos Paredes, desaparecido a 23 de Julho de 2004. Nasceu 79 anos antes, em Coimbra, e aos quatro anos já tocava guitarra.
Carlos Paredes mudou-se para Lisboa ainda jovem, e entrega-se definitivamente à música como guitarrista de excepção e compositor — mas, apesar da sua grandeza, manteve sempre a humildade: «As pessoas gostam de me ouvir tocar guitarra; a coisa agrada-lhes e eles aderem. Não há mais nada», dizia. «Já me tem sucedido fazer as pessoas chorar enquanto toco… e eu não compreendia, mas depois percebi que é a sonoridade da guitarra, mais do que a música que se toca ou como se toca, que emociona as pessoas».
—