Big Ben: o azul regressou aos mostradores do histórico relógio

Hoje recomendamos uma breve notícia da BBC UK dedicada ao famoso Big Ben, que, desde 2017, está a ser alvo de uma intervenção de restauro. Neste caso, a curiosidade passa pelo facto de o famoso relógio ter já recuperado o tom azul das indicações e ponteiros dos quatro mostradores…

A melodia «Westminster» — que se pensa ter sido retirada de uma passagem musical de Messias, de Haendel — é conhecida em todo o mundo graças ao famoso relógio que vive na Elizabeth Tower, de Londres, assim rebatizada em honra do jubileu de diamante da Rainha Isabel II, em 2012. No mundo miniaturizado dos relógios de pulso, os carrilhões de tipo Westminster são mesmo das sonneries mais valorizadas, pelo grau de complexidade e pelo encanto que suscita o som produzido pelo bater dos martelos em quatro pequenos gongos.

Mas não vamos falar aqui do mundo das complicações acústicas em relógios de pulso. Em causa hoje está mesmo o próprio relógio da Elizabeth Tower, referido como o segundo maior relógio de quatro faces do mundo e que guarda em si o famoso sino Big Ben.

Há sensivelmente três anos, o relógio surpreendeu por ter estado seis segundos adiantado, durante um período de 15 dias. Nessa altura, um dos relojoeiros de Westminster, Ian Westworth, utilizou uma personificação bem sugestiva para falar da ocorrência à BBC online, citada pelo Público: «Não sabemos como é que isto aconteceu. Ele comporta-se como um velho relógio de 156 anos (…) e é um pouco caprichoso», e continuou: «Imaginem o que é conduzir o vosso carro 24 horas por dia, 365 dias por ano, ao longo dos últimos 156 anos». E, mais tarde, o relógio voltou a dar que falar, quando Steve Jaggs, o responsável pela manutenção do relógio (ou o ‘keeper of the clock’), esclareceu que «para que o relógio continu[asse] a funcionar, [seria] necessário inspecioná-lo e restaurá-lo».

BigBen
Antes da intervenção de restauro, os mostradores do Big Ben tinham as indicações e os ponteiros escurecidos, devido à acumulação de sujidade.

Com efeito, desde 2017, a melodia «Westminster» deixou de animar com regularidade a cidade de Londres, graças a um intensivo plano de restauro da Elizabeth Tower, que passaria também por elementos do grande relógio em si, nomeadamente os ponteiros, o mecanismo e o pêndulo. Esta intervenção obrigou à paragem do icónico relógio. O parlamento britânico esclareceu na altura que problemas como a erosão, os vazamentos e a ferrugem estavam na base do lançamento do projeto de restauro. Além disso, estava também em causa a instalação de um elevador no interior da torre, bem como a substituição das luzes que iluminam os mostradores e o campanário por LED de baixa energia. Neste sentido, as visitas à Elizabeth Tower, já de si restritas, teriam de ser canceladas durante uns tempos.

Agora, quase que podemos brincar e dizer que o Big Ben segue as mais recentes tendências relojoeiras (de pulso), afinal o restauro que tem vindo a ser levado a cabo desde 2017 já devolveu aos mostradores o azul original das suas indicações. Durante muito tempo, admirámos o famoso relógio com indexes, numerais e ponteiros escurecidos, mas esse tom derivava do excesso de sujidade que neles se foi acumulando ao longo dos anos. E a diferença entre o antes e o depois é, neste momento, bem evidente.

É isto mesmo que nos mostra a breve notícia da BBC que hoje recomendamos – devidamente ilustrada com imagens e um vídeo dedicado a algumas curiosidades sobre o famoso relógio.

George Airy, Edmund Beckett Denison e Edward John Dent são os nomes associados ao desenvolvimento do sofisticado mecanismo que anima o Big Ben, um sistema que implica a utilização de pesos para a regulação dos pêndulos. Já a Torre em si ficou concluída em 1859.

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