Europa Star digitaliza arquivos: quem quer abrir o baú das recordações?

Parceira de longa data da Espiral do Tempo, a revista Europa Star está a digitalizar todos os seus arquivos desde a primeira edição em 1927 e disponibiliza o seu extraordinário acervo a quem quiser compreender melhor a história da relojoaria ao longo das últimas nove décadas. Do primeiro relógio na Lua à crise do quartzo, da corrida ao primeiro cronógrafo automático até à moda dos sobredimensionados – está lá tudo, por escrito e em imagens…

Para quem gosta verdadeiramente de relojoaria e deseja aprofundar o seu conhecimento sobre a indústria relojoeira e as evoluções técnicas que lhe estiveram subjacentes, surgiu agora um baú que está prontinho para ser aberto – e proporcionar uma autêntica viagem na história que permitirá ao aficionado compreender melhor o que se passa e descobrir factos que seguramente nunca imaginaria. É mesmo uma oportunidade a não perder, promovida pela Europa Star e ao alcance de qualquer um… mediante uma quantia simbólica, tendo em conta a riqueza cultural e pictórica do acervo.

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Fundada em 1927, a Europa Star é uma das mais antigas revistas de relógios do mundo e uma das raras publicações temáticas a sobreviver até aos dias de hoje – numa era especialmente exigente para qualquer título impresso, tendo em conta a explosão do online potenciada pela proliferação dos smartphones e tablets na década em curso. Com sede em Genebra, a Europa Star mantém-se na posse da família Maillard; depois dos irmãos Pierre e Philippe Maillard (ambos grandes fãs de Portugal, diga-se de passagem) terem atravessado o período de crise surgido em meados de 70 e a consequente ressurreição da relojoaria mecânica a partir dos anos 90, agora é a vez de Serge Maillard (filho de um, sobrinho do outro) se chegar à frente na condução do histórico título relojoeiro e dar-lhe novos contornos digitais.

A árdua tarefa de digitalizar os arquivos da revista tem-se revelado mesmo hercúlea e ainda não terminou; implica um aturado labor de catalogação, digitalização e publicação. Para já, estão disponíveis os conteúdos das revistas alusivas às últimas seis décadas – numa viagem no tempo que vai por enquanto somente até 1959, mas que se espera poder remontar brevemente até à edição inaugural, lançada na segunda metade dos anos 20.

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Para além das fotografias propriamente ditas, há também toda a importância inerente aos anúncios publicitários – que, por si só, são um testemunho dos costumes e um espelho das épocas. Sobretudo a publicidade relojoeira, sendo possível perceber a força de marcas que estavam na linha da frente do mercado e que entretanto desapareceram, ou a evolução de marcas que subiram ou desceram de patamar qualitativo, ou o posicionamento de nicho de certas marcas apenas conhecidas pelos aficionados mais dedicados, ou até mesmo o alargado espectro de temas descortinados para chamar a atenção do consumidor. Anúncios de teor sexual mais acentuado até publicidade com gente a fumar.

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A corrida tripartida para a apresentação do primeiro cronógrafo automático também é apaixonante de acompanhar nas edições de 1969. Claro que, na celebração do 50º aniversário da chegada do homem à Lua nesse mesmo ano, também é nesta altura especialmente interessante verificar como a corrida espacial influenciou a relojoaria tanto no plano estético como na vertente técnica – com o surgimento dos primeiros relógios digitais à base de mostradores LED e a novidade dos movimentos de quartzo que quase condenaram a relojoaria mecânica tradicional à extinção, sendo particularmente rica a documentação proporcionada por uma década de 70 verdadeiramente revolucionária nos mais diversos planos: desde os cronógrafos desportivos dotados das mais diversas cores e nos mais diversos formatos até aos modelos com calculadora à entrada para a década de 80, passando pela extinção de marcas e a reformulação da oferta relojoeira helvética através dos seus próprios modelos de quartzo.

E depois vale a pena perceber quando se deu a eclosão dos chamados independentes e a força da revolução estética que se deu logo após a viragem do milénio.

O motor de busca também é particularmente útil, permitindo atalhar caminhos. E ajuda a encontrar uma vertente da parceria entre a Europa Star e a Espiral do Tempo, sob a forma de crónicas intituladas ‘Letter from Portugal’ em que eram abordados alguns temas da atualidade relojoeira portuguesa.

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Mas deixamos para o leitor a satisfação de descobrir por si esse tesouro digital. Para aceder ao Clube Europa Star e fazer a devida subscrição, basta seguir o link… e viajar no tempo: https://www.europastar.com/club.html

E vale a pena ainda seguir esta incrível herança através do Instagram: @watch_heritage.

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