Quando se aborda a história da medição do tempo, há sempre muitos episódios, muitas mudanças, muitos momentos confusos e, acima de tudo, muito muito para contar. Mas as abordagens da história não têm de ser sempre demasiado sérias. Às vezes, resulta procurar o que de caricato existe e descomplicar o que já por si é bastante complexo.
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Quando se aborda a história da medição do tempo, há sempre muitos episódios, muitas mudanças, muitos momentos confusos e, acima de tudo, muito muito para contar. Mas as abordagens da história não têm de ser sempre demasiado sérias. Às vezes, resulta procurar o que de caricato existe e descomplicar o que já por si é bastante complexo. Foi isso mesmo que o realizador e escritor francês Olivier Marchon arriscou fazer no livro Le 30 février Et autres curiosités de la mesure du temps: pegou na recheada história da medição do tempo (muito em especial na história dos calendários no mundo ocidental) e dela fez uma recolha de curiosidades e de pequenas histórias com piada, quase anedotas, que nos mostram como algo que, hoje em dia, é visto como óbvio, rigoroso e evidente afinal está muito longe de ser perfeito, universal e imutável — do nascimento do calendário juliano aos diversos ‘atos’ da passagem para o calendário gregoriano que passam por anos com diferentes durações, pela semana de cinco dias inventada pelos soviéticos, pelos meandros que estão por trás da introdução de um sistema de fusos horários, entre muitas bizarrias. O autor refere que «estes pequenos momentos em que o tempo parece louco permitem descobrir o caráter oficial e puramente convencional dos instru- mentos que nós utilizamos para a sua medição, oferecendo ainda oportunidade de nos interrogarmos sobre o próprio tempo.» Um livro divertido, também pelas ilustrações da autoria de Alice Gilles, que nos mostra o que acontece quando «uma ciência exata entra em contacto com um mundo que não o é.»
Edição / Seuil 2017
Autor / Olivier Marchon
Ilustração / Alice Gilles
Mais informação: seuil.com