Já há data marcada para a edição de 2017 do Salon International de la Haute Horlogerie (SIHH). Assim, de repente, parece que a edição de 2016 foi ontem, mas a verdade é que já estamos a meio do ano e agora é só olhar para a frente. Porém, vale a pena registar uma nota muito importante: em 2017 o prestigiado salão vai abrir as suas portas ao grande público durante um dia. É a própria presidente da Fondation de la Haute Horlogerie, entidade organizadora do salão, que o anuncia, numa entrevista exclusiva ao Le Temps.
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Tende a ser considerado como um prestigiado salão que inaugura a época relojoeira durante o mês de janeiro. Organizado pela Fondation de la Haute Horlogerie (FHH) em parceria com o Grupo Richemont e ‘marcas amigas’, o Salon International de la Haute Horlogerie (SIHH) teve em 2016 uma nova configuração com a criação de um espaço relojoeiro para um conjunto de marcas relojoeiras independentes de luxo — o ‘Carré des Horlogers’ com a Hautlence, Moser & Cie, De Bethune, HYT, Christophe Claret, MB&F, Urwerk, Laurent Ferrier e Kari Voutilainen, todas jovens marcas de nicho galardoadas que normalmente apresentavam os seus produtos em Baselworld.
Mas 2017 vai trazer ainda mais novidades. Fabienne Luppo, presidente da Fondation de Haute Horlogerie, referiu ao Le Temps que, depois de 25 anos enquanto evento exclusivamente destinado a jornalistas e retalhistas, o SIHH abrirá as suas portas ao público durante um dia. Mais precisamente, na sexta-feira, dia 20 de janeiro.
«A ideia de abertura ao público está nas nossas gavetas há já bastante tempo … Em conversa com as marcas, percebemos que determinadas expectativas tinham mudado. Até agora, o SIHH permite-lhes essencialmente concretizar vendas junto dos seus retalhistas e encontrar-se com os jornalistas. Se o contacto com a imprensa internacional continua a ser primordial, percebemos, no entanto, que as marcas têm cada vez menos necessidade deste tipo de eventos para confirmar encomendas. Moralmente, os nossos expositores sentiam pena de se montar um salão inteiro sem haver a possibilidade de partilha com o seus clientes finais», refere Fabienne Lupo.
Para começar, esta abertura por um dia funcionará como uma espécie de teste: «O objetivo é sentir o interesse do grande público.»
Quanto ao preço do ingresso, Fabienne Luppo avança que deverá oscilar entre os 70 e os 80 francos, embora fale numa pré-inscrição de modo a que possa limitar o número de entradas.
Mas há mais novidades. A Girard-Perregaux regressa ao prestigiado salão — a marca foi um dos membros fundadores da FHH, juntamente com o Grupo Richemont e a Audemars Piguet, mas passou a optar por Baselworld, depois da aquisição pelo Grupo Kering. No entanto, segundo Fabienne Lupo, sente-se mais próxima do formato e audiência do SIHH. Daí o regresso. Por outro lado, também a Ulysse Nardin — igualmente do Grupo Kering — passará a estar presente no Salão de Genebra.
Quanto ao espaço, verá o Carré des Horlogers receber mais marcas: RJ-Romain Jerome, Grönefeld, MCT, Ressence e Speake-Marin. Os critérios de seleção passam pelo que Lupo define como «os princípios fundadores da alta-relojoaria» que estão na base de uma avaliação feita por quarenta especialistas do conselho cultural. Estes critérios vão muito além da questão de «movimentos próprios», por exemplo. A FHH está agora a finalizar um Livre blanc que visa estabelecer os tais princípios e que será publicado em junho, com todos os detalhes, esclarece a presidente.
O SIHH 2017 irá decorrer no Palexpo, em Genebra, entre 16 e 20 de janeiro.
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