SIHH 2017: Bem-vindo ao mundo encantado do autómato Fée Ondine da Van Cleef & Arpels

Lembram-se daquelas caixinhas de joias em madeira da nossa infância que se abriam e lá dentro começava a girar uma pequena bailarina ao som da música? Foi uma desse género que me veio à memória ao descobrir o autómato Fée Ondine da Van Cleef & Arpels — um maravilhoso instrumento do tempo concebido em colaboração com François Jundo, especialista na criação destes objetos mecânicos. A fada Ondine está lá. E a borboleta também. Ou não fosse esta uma criação assinada Van Cleef & Arpels.

Não há palavras para descrever o autómato Fée Ondine, um instrumento do tempo em grande escala assinado Van Cleef & Arpels que tem a fada Ondine como personagem principal. A história da conceção desta peça está bem relatada no vídeo que aqui publicamos, mas importa salientar que surge precisamente no ano seguinte ao da celebração dos 10 anos das Poetic Complications™.

Poetic Complications™

No campo das Poetic Complications™ (complicações poéticas), e entre 2006 e 2016, a Van Cleef & Arpels tem vindo a apresentar um conjunto de criações relojoeiras que unem mundos encantados de histórias às mais elaboradas e engenhosas soluções técnicas.

Foi a Van Cleef & Arpels que nos levou a sonhar com o relógio Pont des Amoureaux no qual dois amantes caminham incansavelmente numa ponte sobre o rio Sena até se encontrarem em plena meia noite para um beijo, que representa o início de uma história de amor, e se voltarem a despedir, graças a um movimento que permite a indicação retrógrada das horas e dos minutos.

Foi também a Van Cleef & Arpels que nos deixou de cabeça na Lua quando lançou o Midnight Planétarium que, desenvolvido pelo atelier Christian van der Klaauw, representa um genial orrery no qual as pequenas esferas de pedras precisosas se deslocam ao ritmo real dos verdadeiros planetas.

Poetic Complications: Midnight Planétarium, Lady Arpels Pont des Amoureux e Lady Arpels Ballerine Enchantée. © Van Cleef & Arpels
Poetic Complications: Midnight Planétarium, Lady Arpels Pont des Amoureux e Lady Arpels Ballerine Enchantée. © Van Cleef & Arpels

Foi ainda a Van Cleef & Arpels que nos deslumbrou com o Lady Arpels Ballerine Enchantée cujo mostrador violeta apresenta no centro uma bailarina — personagem recorrente nas coleções Van Cleef & Arpels desde 1940  — com um tutu que indica as horas e os minutos.

As Poetic Complications™, como refere e a marca, têm vindo, assim, a interpretar «o tempo com um toque poético, uma interpretação que é traduzida pela delicadeza de um design original que conta uma história» e através do qual o tempo se torna animado — recorda-se dos autómatos de antigamente? Sim. Tudo têm que ver com o maravilhoso objeto mecânico que é o autómato Fée Ondine.

Automate (autómato) Fée Ondine

Van Cleef & Arpels Fée Ondine
O autómato Fée Ondine é fruto de uma intensa colaboração entre diversos artesãos de diferentes áreas especializadas. © Van Cleef & Arpels

A cena representada no autómato Fée Ondine faz lembrar o Lady Arpels Jour Nuit Fée Ondine, de 2016, uma Poetic Complication™ inspirada no clip de alta-joalharia Fée Ondine (criado em 2005) pela própria marca. Nesse relógio, à beira de um lago com nenúfares, uma pequena e preciosa fada assiste todos os dias ao nascimento e ao ocaso do Sol e da Lua.

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Lady Arpels Jour Nuit Fée Ondine (2016) © Van Cleef & Arpels

Mas a fada voou e este ano volta a aparecer, não num relógio de pulso, mas sim num instrumento do tempo de grandes dimensões (30, 48 cm de largura x 38,1 cm de altura).

O autómato Fée Ondine conta uma história que dura apenas 45 segundos: a fada Ondine desperta do seu sono quando o nenúfar que se encontra ao seu lado começa a abrir as suas pétalas para de lá emergir uma delicada borboleta.

As borboletas vivem nas criações da Van Cleef & Arpels desde 1920 e mesmo, nos dois últimos anos, foram apresentadas complicações poéticas com borboletas (Butterfly Simphony, em 2015, e o Lady Arpels Ronde des Papillons, em 2016 ). Mas no autómato Fée Ondine, a borboleta surge como uma criação animada que mimetiza o movimento das borboletas reais.

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Uma pequena joaninha de rubi também faz parte da história que o autómato Fée Ondine tem para contar, servindo para indicar o tempo. © Van Cleef & Arpels

Impressionante é também o movimento da folha onde a fada está sentada — simulando na perfeição o movimento de uma folha que flutua na água; o mesmo se pode dizer do movimento da própria fada e das suas asas, requintadamente decoradas.

Depois, toda a cena assenta numa base de ébano que guarda um movimento retrógrado com oito dias de reserva de corda. Um pormenor: a hora é indicada por uma joaninha de rubi que circula na base da caixa.

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A preciosa fada observa a borboleta que bate as suas asas no interior do nenúfar. Van Cleef & Arpels. © Patrick Gries

Com tudo isto queremos dizer que o autómato Fée Ondine não caiu de páraquedas no mundo Van Cleef & Arpels. A ideia nasceu há cerca de sete/oito anos, com o desejo de explorar, numa outra escala, a dimensão poética da marca. O objeto acabou por ser criado por artesãos in-house e por workshops externos especializados, bebendo também de toda uma herança histórica na criação de alta-joalharia; já o mecanismo foi desenvolvido com François Junod, um especialista em autómatos da pacata vila suíça de  Sainte-Croix.

Mas, apesar da complexidade, da beleza e da genialidade deste instrumento do tempo, o mais importante é o momento em que, depois de rodar a chave para dar corda, esperamos maravilhados que a história aconteça. Porque no fundo é disso mesmo que se trata: de histórias e de mundos encantados.

Consulte o site oficial da Van Cleef & Arpels para mais informações.

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