Versace Dylos na LX Factory

«Uma fábrica de experiências onde se torna possível intervir, pensar, produzir, apresentar ideias e produtos num lugar que é de todos, para todos» — é esta a descrição que podemos encontrar no site oficial da LX Factory, espaço por nós escolhido para darmos um passeio com dois modelos da coleção Dylos da Versace — dois modelos que indicam as horas por meio de um disco rotativo, localizado na zona superior do mostrador.

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Sem planos concretos, sem pressas e apenas com o espírito de usufruir de uma(s) experiência(s) única(s), deambulámos algumas horas pela LX Factory, lugar que respira criatividade e originalidade. A experiência passou pelo Dylos da Versace, o tal relógio inconfundível com indicação digital das horas que ficou associado à imagem de Madonna na sua campanha de promoção.

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A coleção Dylos da casa italiana, é composta por diversos modelos regulares que se distinguem pelo mostrador branco emoldurado por uma caixa octogonal, por sua vez encimada por uma luneta. Mas se os relógios que levámos têm igualmente uma caixa que combina linha retas e curvas numa mistura que resulta tão bem, o que os distingue dos outros modelos é o disco para as indicações temporais, que pode ser contemplado através de uma janela de grandes dimensões localizada na zona superior do mostrador. Levámos assim dois modelos: uma versão bicolor com caixa de 42 mm, disco para as indicações temporais em branco e equipada com movimento mecânico (Ref. VQH010015); e a versão dourada, com movimento de quartzo, caixa consideravelmente mais pequena (38 mm) e disco em preto (Ref. VQU050015) — esta última designada Dylos Icon. Ambos os relógios com bracelete em metal (há mais versões disponíveis com correia em pele).

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Originalmente, a LX Factory era um dos mais importantes complexos fabris de Lisboa: a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense. Mas ao longo dos tempos foi evoluindo tanto em proprietários, como funções. Até que em 2008, o antigo complexo industrial já degradado foi reconvertido num complexo para mentes criativas que pretendem avançar com os seus projetos nas mais diversas áreas.

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Cada vez mais visitado, este espaço transparece juventude, contemporaneidade e sede de criação. Apresenta soluções alternativas que passam por bares, restaurantes, livrarias, lojas de produtos portugueses, espaços de objetos vintage, entre tantas e tantas possibilidades.

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Sem objetivos e metas concretas, como já disse, avançámos apenas com o simples objetivo de fotografar ambos os relógios neste lugar, que une elementos do antigamente à atualidade, a irreverência à beleza, o segredo à ostentação. Porque, tal como cada Dylos que levámos, a LX Factory vibra em cada esquina, faz-se ver e convida a uns momentos bem passados.

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E nós gostámos deste casamento arriscado: LX Factory/Dylos.  Nos relógios, gostámos do modo como ambos se prestam ao espaço; gostámos do modo como se impõem enquanto instrumentos do tempo distintivos, mas sem perder o norte face à própria marca Versace; gostámos do disco superior que funciona como uma janela requintada para indicação das horas; gostámos dos pormenores decorativos que vivem nesse disco, com a Medusa — símbolo incontornável da marca italiana — como protagonista bem no centro, contornada por um delicado efeito raiado. Gostámos de arriscar usá-los com bracelete mais larga, de forma descomprometida — opção menos indicada na versão com movimento mecânico —, como quem não liga muito ao que está a usar.

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Gostámos também do modo como o padrão Greca na periferia do disco ecoa depois nos elos da bracelete; gostámos ainda do fundo transparente que nos permite descobrir o mecanismo (no caso da versão bicolor) e gostámos do modo como as combinações de cores funcionam. Mas, acima de tudo, gostámos em especial de ver como ambos os relógios viveram ao máximo o espírito de descontração. Gostámos do modo como se assumem enquanto peças para o dia e para a noite e o modo como, em pleno espaço de ambiente industrial, com toques de degradação intencional e de contagiante dinâmica ambos os modelos se integram e se revelam perfeitos companheiros de pulso.

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No espaço gostámos da tal dinâmica que se experiencia nos mais diversos aspetos. Além dos espaços comerciais e empresariais, a agenda preenchida é uma constante. Depois, um pouco por todo lado, há dizeres, pinturas, arte urbana, interpretações e reinterpretações, pessoas em trânsito, uma euforia de criatividade em cada esquina, em cada recanto. Gostámos de deambular com os olhos focados no todo e no pormenor, na busca do cenário perfeito para os relógios: um degrau junto a uma parede colorida, uma cadeira de madeira com a frase certa no momento certo, um autocolante (tantos!) que ensina e faz pensar, uma janela que conta histórias, uma parede com um poema, uma mesa junto a uma loja de produtos portugueses que tem como fundo uma representação de Fernando Pessoa, um cabide com t-shirts que nos parece chamar, uma parede repleta de azulejos, um capuchinho vermelho enigmático, um conjunto de tijolos, os sorrisos e disponibilidade de quem trabalha por lá…

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Foi interessante esta redescoberta da LX Factory. Não por termos experienciado os ninhos de criação ou os serviços disponibilizados, mas antes por assumirmos este polo criativo como cenário, como ponto de partida, como lugar simplesmente para passear e para sondar, no sentido de regressar num outro dia e, aí sim, ir à descoberta de um lugar, de uma loja, de uma galeria, de um bar ou de um restaurante.

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Por isso, o convite fica feito. Uma visita à LX Factory é cada vez mais obrigatória, com Dylos ou sem Dylos da Versace.

De qualquer forma, Dylos será sempre uma excelente companhia nesta visita. O relógio por si só transparece, sem dúvida, valores tão caros à Versace e simultaneamente tão antagónicos como a sobriedade e o anticonformismo, as linhas retas e as curvas. E é esta antagonia — esta conjugação de elementos tão díspares — que cativa e que, no meio da irreverência, nos deixa confortáveis. Digamos que não é uma peça discreta, mas tem personalidade forte, impõe-se com orgulho e não nos deixa envergonhados. Nem por um segundo. ET_simb

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