Relógios com vocação: água à vista

Num país virado para o oceano e cuja história assenta em proezas ultramarinas, os meses de verão assistem a um assalto à orla marítima e à proliferação de atividades náuticas. Mas quais os relógios a utilizar na praia, no barco, na marina, no mar ou debaixo dele? A água, os mares e os oceanos permanecem uma inesgotável fonte de inspiração técnica e estilística para a relojoaria mecânica tradicional.

Originalmente publicado no número 55 da Espiral do Tempo.

Oris Aquis Date
Oris Aquis Date | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

Com o período estival em curso e as férias à vista, qual o relógio mais adequado para a estação? Qualquer um que esteja relacionado com o mar. E se Portugal deu novos mundos ao mundo através da via marítima, foi sob o signo dos oceanos que se abriram novos horizontes ao universo relojoeiro: a resolução do problema da estanqueidade foi fundamental, e tanto as soluções técnicas como as opções estéticas inerentes aos relógios de mergulho ou de influência náutica contribuíram para o desenvolvimento intrínseco da relojoaria mecânica.

O cálculo da longitude que tornou mais segura a navegação em mar alto só se tornou possível graças ao aperfeiçoamento dos cronómetros de marinha dos séculos XVII e XVIII. A passagem dos relógios de médio porte para os relógios de bolso no século XIX (a primeira patente de estanqueidade foi obtida pelo francês Henry Guye para um relógio de bolso em 1897) e a posterior transição dos relógios do bolso para o pulso no século XX ajudaram a estabelecer uma nova era em que o tempo passou a ser portátil e pessoal, fomentando novas exigências (algumas delas estabelecidas em cadernos de encargos das diferentes marinhas nacionais). Ao mesmo tempo, as fronteiras do Planeta expandiam-se com a exploração dos picos mais altos e das fossas mais profundas, sempre na companhia de relógios que se desejavam o mais fiáveis possível. Qualquer relógio de pulso que se prezasse tinha obrigatoriamente de apresentar duas qualidades incontornáveis: ser preciso e ser estanque.

Franck Muller Vanguard Yachting
Franck Muller Vanguard Yachting | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

As expedições científicas e as operações profissionais/militares em situações extremas requereram grandes desenvolvimentos na inviolabilidade das caixas dos relógios, mas também toda a atividade desportiva relacionada com a água criou um tipo de necessidade semelhante. Houve marcas cujo aparecimento esteve diretamente relacionado com o mar ou o mergulho e,  hoje em dia, praticamente todas as grandes companhias relojoeiras incluem no seu catálogo modelos inspirados pelos mares, pelas atividades náuticas ou por estâncias costeiras — e muitos desses modelos estão entre os mais emblemáticos da história da relojoaria de pulso, chegando alguns a dar origem a linhas completas com inúmeras variações. E os respetivos nomes ficam para a posteridade: Submariner, Seamaster, Seahawk, Sea-Dweller, Seafarer, Deep-Sea, Skipper, Yacht-Club, Yacht-Master, Marinemaster, KonTiki, Nautilus, Aquanaut, Aquatimer, Aquaracer, Nautical, Navitimer, Royal Oak, Overseas, Admiral’s Cup, Riviera, Portofino, Monaco, Fifty-Fathoms…

Entre a enorme variedade existente, que categorias dominantes se podem determinar? Talvez seja possível definir seis categorias de relógios do género: de mergulho casual/desportivo, de mergulho profissional/militar, de lenda, de regata, de lazer e de estilo. Em comum: a inspiração marítima e uma impermeabilidade que pode ir dos 50 aos 10.000 metros.

Mergulho casual/desportivo

Rolex Submariner Date
Rolex Submariner Date | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

Mais do que ao cronógrafo, a génese do relógio desportivo está intimamente associada aos relógios estanques e de mergulho — e à lendária travessia a nado do Canal da Mancha por Mercedes Gleitze em 1927, acompanhada por um Rolex que se manteve incólume graças ao conceito Oyster. Além do facto de uma boa resistência à pressão da água também ter o condão de proteger qualquer relógio nas atividades mais animadas do dia a dia, a forma típica forçosamente ligada à função dos relógios de mergulho tornou-se num paradigma — o mostrador mais escuro a contrastar com os indicadores para oferecer maior visibilidade, a bracelete de metal ou em cauchu que não é afetada pela água salgada, a luneta de assinaláveis dimensões, a robustez.

Esses códigos específicos foram-se cristalizando ao longo dos tempos, porque um relógio de mergulho é, antes de tudo, um instrumento que obedece a normas (como a ISO 6425). Nascido em 1953 e garantindo então estanqueidade até aos 100 metros, o Rolex Submariner desde logo se assumiu como arquétipo do relógio de mergulho — que, simultaneamente, se tornou no mais famoso e imitado exemplo de relógio desportivo.

Mergulho profissional/militar

Officine Panerai Luminor 8 Days Set, conjunto composto por dois relógios que se inspiram em dois modelos criados em 1996: a versão para esquerdinos do Luminor Black Seal e o Luminor Daylight. A caixa feita em madeira com uma base de teca e contém um modelo de torpedo humano (siluro a lenta corsa ou torpedo de baixa velocidade), juntamente com uma publicação rara sobre o equipamento militar das forças especiais da real marinha italiana. © Officine Panerai
Officine Panerai Luminor 8 Days Set: versão para esquerdinos do Luminor Black Seal e o Luminor Daylight. O conjunto inclui um modelo de ‘torpedo humano’, juntamente com uma publicação rara sobre o equipamento militar das forças especiais da real marinha italiana | © Officine Panerai

Os conflitos globais bélicos do século XX tiveram a particularidade de se terem discutido também abaixo do nível do mar, com a proliferação de submarinos e forças de combate anfíbias destinadas a boicotar vasos de guerra adversários. Foi em ambiente militar que a Panerai fundou a sua reputação, no pulso de homens-rã que colocavam bombas nos cascos dos navios aliados durante a Segunda Guerra Mundial; a marca florentina criou o seu próprio sistema de inviabilidade da coroa com uma ponte dotada de uma espécie de alavanca.

Por essa altura, o sistema hermético mais comum baseava-se no conceito de caixa monobloco da Rolex, acompanhada de coroa de rosca. Novas exigências exploratórias no pós-guerra, a criação de novos mercados com o advento da indústria petrolífera e a construção de poços de extração em alto-mar levaram à especialização de mergulhadores profissionais — como os da Comex, primeira empresa do mundo especializada em engenharia relacionada com o universo  subaquático e vocacionada para intervenções em ambientes extremos. Na fase de ascensão, esses mergulhadores recordistas passaram a requerer períodos de recuperação em câmaras de descompressão para respirarem Heliox (mistura de gás com cerca de 95% de hélio); as moléculas de hélio são tão microscópicas que se imiscuíam lentamente na caixa do relógio através das juntas de vedação, embora durante a descompressão da câmara não conseguissem escapar do relógio de modo suficientemente rápido: muitas vezes o vidro saltava da caixa, como se fosse uma rolha de champanhe, e podia explodir. Perante o problema, a Rolex patenteou uma válvula de escape de gás que permitia ao hélio absorvido na caixa ser liberto a uma determinada pressão sem que a estanqueidade do relógio ficasse comprometida. A adaptação prática da válvula de hélio deu origem a um modelo ainda mais profissional e submersível do que o Submariner: o Sea-Dweller.

Rolex Oyster Perpetual Deepsea Sea-Dweller
Rolex Oyster Perpetual Deepsea Sea-Dweller | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

Os relógios de mergulho extremo são habitualmente maiores e têm um vidro ainda mais espesso, juntando a legibilidade à resistência. A ressurreição da Panerai no final da década de 90 lançou a moda dos relógios sobredimensionados — que atingiria o auge entre 2005 e 2010. A Ralf Tech segue o mesmo critério de relógio sobredimensionado adotado por forças especiais, juntamente com várias outras pequenas marcas que vão (re)nascendo. E com os relógios de mergulho profissional, surgiram também fechos mais sofisticados: a algumas dezenas de metros de profundidade, a combinação de neoprene comprimido reduz a circunferência total do pulso (entre 12 e 15 mm), a ponto de o relógio ficar mais solto e passar a haver o risco de ele se perder ou ficar danificado. O fecho de autoajustamento patenteado pela Tudor e utilizado no Pelagos permite evitar esse problema, porque o sistema de molas do fecho complementa a perda de volume do pulso devido à compressão durante a descida e o mesmo acontece na fase da subida, com o fecho a ajustar-se sem qualquer necessidade de intervenção do utilizador.

© Tudor
Fecho de autoajustamento do Tudor Pelagos | © Tudor

Regata e contagem decrescente

Desde muito cedo, a relojoaria associou-se às competições náuticas — a cronometragem desportiva faz parte da essência relojoeira, além do prestígio inerente às regatas atrair naturalmente marcas de nomeada. Várias delas começaram a apresentar instrumentos com funções adaptadas, como a exibição de uma contagem decrescente até à partida. Esses relógios permitem ao participante sincronizar o seu relógio com o tempo oficial do juiz. Nos momentos cruciais antes da partida, o velejador tem de estar particularmente atento ao relógio ao mesmo tempo que manobra a embarcação, de modo a estar na melhor posição possível quando o tiro de partida é dado.

TAG Heuer Aquaracer 300M Calibre 5 Automatic Watch Ceramic Bezel
TAG Heuer Aquaracer 300M Calibre 5 Automatic Watch Ceramic Bezel | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

Entretanto, a fama da America’s Cup ganhou enorme projeção, com as múltiplas embarcações a estabelecerem parcerias com algumas das principais marcas relojoeiras e a darem origem a modelos comemorativos ou edições limitadas. A utilização de novos materiais ultraleves e hiper-resistentes nos barcos foi também adotada nos relógios, mas os mais especializados apresentam a função cronográfica. Na sequência do seu patrocínio à competição, a Louis Vuitton tornou-se mesmo numa das marcas mais dedicadas ao imaginário náutico — juntando-se a outras com uma histórica ligação aos desportos marítimos, como a Rolex, a Audemars Piguet ou a Corum. E a embarcação vencedora da última edição da America’s Cup, o Oracle Team USA, teve uma tripulação equipada de protótipos computorizados especificamente concebidos pela TAG Heuer para posterior descarga dos dados; os modelos Aquaracer dedicados à Oracle são o perfeito exemplo de aproveitamento de sinergias em ambiente náutico.

Lendas revisitadas

Oris Carl Brashear Limited Edition
Oris Carl Brashear Limited Edition | © Oris

Há algo de especial em ter no pulso um relógio que evoca uma lenda da história da relojoaria que pode estar eventualmente associada a um feito épico. Os originais valem fortunas nos leilões, mas são demasiado caros ou frágeis para se levarem para a praia ou para o mar. E, depois, há as cada vez mais frequentes reedições ou reinterpretações, que funcionam perfeitamente de acordo com os padrões contemporâneos mais exigentes de precisão e fiabilidade — e que fazem com que o utilizador se sinta parte de um núcleo restrito de conhecedores.

Como sucede com os relógios KonTiki, da Eterna, intimamente associados à saga de Thor Heyerdahl — o etnógrafo norueguês que, para confirmar uma arrojada tese migratória, seguiu os princípios rudimentares da época dos Incas e construiu uma jangada de 14 metros para atravessar o Pacífico com ela em 1947, chegando ao destino 7.600 km e 101 dias depois! Entre os poucos utensílios ‘modernos’ usados pela tripulação, estavam relógios Eterna, especialmente comissionados segundo rigorosos parâmetros de estanquidade e fiabilidade. O sucesso da expedição granjeou excelente reputação à Eterna, que, desde 1958, tem desenvolvido na sua coleção uma linha mais desportiva e adequadamente batizada KonTiki com reputadas caraterísticas à prova de água.

Eterna KonTiki © Espiral do Tempo / Miguel Seabra
Eterna KonTiki | © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Desde a Eterna no pulso de Thor Heyerdahl a bordo da jangada KonTiki através do Pacífico até à Blancpain com o seu Fifty Fathoms no pulso de Jacques Cousteau nas profundezas, o feedback entre as marcas e os utilizadores mais exigentes contribuiu paulatinamente para o aperfeiçoamento dos relógios enquanto instrumentos ao longo das décadas de 50 e 60 do século XX. A popularização dos órgãos de comunicação social e o maior uso da imagem também ajudou a tornar esses feitos mais conhecidos e a capturar o imaginário do consumidor.

Entretanto, a onda revivalista da última década estendeu-se à reedição de históricos modelos de mergulho. A Vulcain recuperou o seu histórico Nautical com alarme e tabelas de descompressão no mostrador, a Jaeger-LeCoultre — a par da criação de uma linha militar, Navy SEALs, complementar da coleção Master Compressor Diving de mergulho — ressuscitou o Polaris e o Deep Sea.  A Tudor especializou-se na interpretação de códigos vintage através da linha neo-rétro de mergulho Heritage Black Bay, com a Oris na mesma senda: o Carl Brashear Limited Edition não só tem um traçado vintage como homenageia um mergulhador lendário, e ainda utiliza um material (o bronze) muito ligado à história marítima.

Lazer e o novo luxo do aço

Design integrado: Patek Philippe Nautilus Travel Time
Patek Philippe Nautilus Travel Time | © Patek Philippe

As décadas de 60 e 70 trouxeram consigo uma classe social que se convencionou apelidar jet set, e que acabaria por ter uma importância determinante para o advento do relógio moderno, intimamente ligado às mais famosas estâncias balneares e aos destinos turísticos de luxo na Côte d’Azur ou na Riviera. O jet set não tinha só a ver com a era do jato; estava sobretudo associado a iates, a veleiros, a praias privadas, a Monte Carlo, a St. Tropez, a Portofino — e até mesmo aos Hamptons, privilegiados pelos Kennedy, na costa leste americana. Essa proximidade de lazer com a água originou uma certa mudança no paradigma da alta-relojoaria: o precioso tinha de ser também funcional e adaptado a todo-o-terreno.

As novas gerações endinheiradas precisavam de relógios que não só fossem prestigiados, mas que também pudessem acompanhar um novo estilo de vida mais dinâmico e desportivo. Esses vetores estiveram presentes no modelo que marcou o início de uma nova era em 1972: o Royal Oak, com o designer Gérald Genta a inspirar-se na boca dos canhões do vaso de guerra da marinha britânica com o mesmo nome para apresentar uma arquitetura integrada caixa/bracelete. Pela primeira vez, uma histórica manufatura de luxo lançava um modelo de elevado prestígio em aço com acabamentos de alta-relojoaria — sendo adotado pela nova classe de ricos que exigia um relógio de acordo com o seu estatuto, mas mais adequado às praias da moda e a bordo de um veleiro.

Design integrado: Royal Oak
Royal Oak, de 1972, acompanhado pelo sketch original de Gérald Genta | © Audemars Piguet

Gérald Genta desenvolveu o seu conceito de design integrado e criou novos modelos que acabariam por se tornar também ícones — a começar pelo Nautilus da Patek Philippe, batizado em homenagem ao submarino das 20 Mil Milhas Submarinas de Júlio Verne e que este ano cumpre o seu 40.º aniversário. A Vacheron Constantin respondeu com o 222 (o ancestral do Overseas) em 1977, completando um triunvirato de modelos couraçados que lançaram a relojoaria na era moderna e iniciaram o conceito «sport élegance» de desportivos de luxo — que também esteve por trás do nascimento da Hublot, em 1980: a tradução do nome é escotilha e a inédita associação de um relógio de prestígio a uma bracelete em cauchu faria escola.

Variante extrema do Royal Oak, o Royal Oak Offshore surgiu em 1993 e catapultou a relojoaria de prestígio para novos tamanhos e uma nova clientela; o nome «Offshore» é evocativo dos barcos de luxo ultrarrápidos e de preço exorbitante pilotados em competições reservadas a milionários.

Interpretações de estilo

Grand Deck Marine Tourbillon
Ulysse Nardin Grand Deck Marine Tourbillon | © Ulysse Nardin

Tanto o Royal Oak como o Nautilus e o Overseas, apesar da sua estanqueidade e robustez caraterísticas de relógios marinhos, são mais interpretações de um estilo couraçado associado à náutica do que propriamente relógios com funções intrinsecamente marítimas. Não são os únicos — e tantas são as marcas inspiradas pelo tema com soluções estilísticas tão notáveis que se tornaram icónicas. Como a linha Admiral’s Cup da Corum, assente numa caixa dodecagonal e com as emblemáticas bandeiras no mostrador — e cuja linha cresceu de modo a incluir modelos funcionais específicos para mergulho e para regatas. A Cvstos tem igualmente, na renovada coleção Sea-Liner, um dos seus mais fortes argumentos, com escotilhas laterais e fundos de mostrador a evocar o deck de madeira dos iates.

Cvstos Challenge Sea-Liner GMT
Cvstos Challenge Sea-Liner GMT | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

A Franck Muller também inclui sagazmente elementos de design nalgumas das suas linhas, do Mariner a variantes do Vanguard. A Richard Mille tem assinado relógios de regata vanguardistas. Metade da coleção da jovem marca Linde Werdelin é dedicada ao mergulho através da linha Oktopus, com modelos dotados de fases da Lua fotorrealisticamente representadas e que podem receber no topo a acoplagem de um instrumento eletrónico de fornecimento de dados nas profundezas. A Bell & Ross investiu muito no mar com o lançamento iminente da linha BR Instrument de Marine (com base quadrilátera e uso da madeira a evocar os cronómetros de marinha) e dos Vintage Aeronavale (a evocarem os blazers azuis e dourados dos oficiais). E a HYT, marca que assenta em soluções hidromecânicas com a utilização de fluídos no mostrador como indicadores de tempo, rapidamente se associou às competições de vela. Mas o mais surpreendente relógio ‘náutico’ dos últimos tempos foi lançado pela Ulysse Nardin, marca intimamente ligada aos instrumentos de marinha: o Grand Deck Marine Tourbillon, com um sistema de cabos a puxar o ponteiro retrógrado.

Mare nostrum

Graham Prodive
Graham Chronofighter Oversize Prodive | © Graham

Portugal tem metade da sua fronteira virada para o mar e um território nacional exponenciado pela sua gigantesca plataforma marítima. A costa lusa é extensa, dividida entre falésias e areais: tem 943 km em Portugal continental, 667 km nos Açores, 250 km na Madeira. Um privilégio geográfico que deve ser aproveitado com um relógio adequado no pulso — e, como se pode constatar, a escolha é muita.

A cor mais representativa é, compreensivelmente, o azul — que tem sido uma grande aposta de praticamente todas as marcas relojoeiras nos últimos três/quatro anos. Mas, sobretudo, o inevitável preto (em muitos mostradores de modelos famosos, com contrastes a branco, laranja ou amarelo), o laranja (os emblemáticos modelos de mergulho da Doxa são laranja) e o amarelo também são tons comuns.

Jaeger-LeCoultre Deep Sea Chronograph Cermet
Jaeger-LeCoultre Deep Sea Chronograph Cermet | © Espiral do Tempo / Paulo Pires

Quanto ao material da caixa, o titânio é sempre uma escolha preferencial, mas mais onerosa do que o comum aço; a cerâmica e o carbono forjado ganharam maior relevo na presente década, estando o bronze reservado para modelos especiais. As lunetas em alumínio vão sendo, cada vez mais, substituídas pelas lunetas de cerâmica. As resistentes braceletes em borracha vulcanizada tornaram-se incontornáveis, havendo interessantes variações em tela técnica ou com extensões para fatos de mergulho.

As funções mecânicas têm muito a ver com a temática relacionada, estando o preço diretamente relacionado com a sua complexidade — desde cronógrafos de contagem decrescente para as regatas até aos cronógrafos operacionais a várias centenas de metros de profundidade, passando por turbilhões decorativos ou fases da Lua para compreensão das marés até aos úteis profundímetros. Mas a diferente complexidade também se estende a distintos sistemas de estanqueidade, desde a ponte da coroa Luminor da Panerai até ao gatilho dos Graham Prodive, passando pela inevitável coroa de rosca das caixas Oyster da Rolex, que cumpre este ano o 90.º aniversário. E que estabeleceu um ‘antes’ e um ‘depois’ na história da relojoaria. ET_simb

Tudor Heritage Black Bay Bronze
Tudor Heritage Black Bay Bronze | © Tudor

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