E continuamos em Baselworld, o mítico evento de apresentação de novidades na indústria da relojoaria e joalharia e que decorre entre 23 e 30 de março. No nosso segundo dia por lá (primeiro dia de abertura ao público em geral), deambulámos pelos stands de mais algumas marcas e voltamos a fazer uma seleção dos modelos que de uma forma ou de outra mais nos surpreenderam de entre as novidades das marcas que visitámos.
Raymond Weil Freelancer Chronograph Gibson Les Paul.
Desde que Elie Bernheim assumiu os comandos da Raymond Weil, a marca tem apresentado como nunca alguns interessantes e até ousados modelos de tributo associados à música. Entre eles o Nabucco Gibson SG lançado em 2015 ou o Maestro Beatles Limited Edition, lançado em 2016. Agora a casa genebrina aposta no Freelancer para criar uma nova edição limitada que celebra a a incontornável guitarra Les Paul, também da Gibson. À semelhança do primeiro modelo ligado à Gibson, o novo Freelancer Chronograph Gibson Les Paul vai buscar elementos de inspiração à própria guitarra, como o motivo circular guilhoché que representa as seis cordas ou a luneta com acabamento que faz lembrar o da guitarra Les Paul “Black Beauty”. Escolhemos este novo relógio pela opção Freelancer que tem um mostrador bem aberto, perfeito para personalização. Uma sequela lógica, tendo em conta o sucesso do primeiro tributo à Gibson feito pela Raymond Weil.
Bulgari Octo Finissimo Automatic
A Bulgari continua a sua saga de criação de movimentos extrafinos. Fê-lo em 2014 com o mais fino movimento automático com turbilhão, fê-lo em 2015 com o mais fino repetição de minutos e volta a fazê-lo este ano ao apresentar o calibre BLV 138, um movimento automático de apenas 2,23 mm de espessura. Estamos perante um recorde, que bate mesmo o calibre 1208P do Altiplano da Piaget (de 2,35 mm). O novo calibre dá assim vida ao Octo Finissimo Automatic, com caixa de 40 mm de diâmetro e de apenas 5,15 mm de espessura. Gostámos muito do acabamento texturado areado que casa tão bem com a arquitetura e linhas da caixa Octo. E as indicações a preto são o elemento essencial de equilíbrio num relógio que se revela sóbrio e sofisticado ao mesmo tempo.
Chanel Mademoiselle J12
A coleção J12 da Chanel é incontornável por apostar na cerâmica como material de excelência e por ser constantemente reinventada com novos modelos, novas soluções criativas, variadas dimensões de caixa e diferentes cores. Mas este ano, a criatividade deu mais um salto com o lançamento do divertido Chanel Mademoiselle J12 que une às inconfundíveis linhas da coleção um mostrador que no lugar de ponteiros apresenta a silhueta estilizada da própria Gabrielle Coco Chanel (mademoiselle Chanel, portanto). E é mesmo isso que está a pensar: os braços abertos funcionam como ponteiros das horas e dos minutos. O novo Chanel Mademoiselle J12 foi lançado em cerâmica preta e em em cerâmica branca, cada uma das variantes como edição limitada de 555 exemplares. Destacamos pela originalidade e pelo ligeiro toque de ousadia, numa marca que tende a ser associada a um perfil de elegância e com uma linguagem visual cada vez mais marcada.
Chanel Monsieur de Chanel (agora com mostrador preto)
O Monsieur de Chanel surgiu de modo inesperado em 2016 e impressionou de maneira global — não porque apresentou algo completamente novo, mas pela sua qualidade intrínseca e palpável, pela arquitetura estabelecida, pelas soluções de acabamentos, pela técnica apurada, pela masculinidade. E a Chanel apresentou mesmo este modelo como o seu primeiro relógio exclusivamente para homem, embora, no seu catálogo, seja fácil encontrar relógios que são adaptados a pulsos masculinos.
A verdade é que o Monsieur de Chanel foi mesmo um dos mais elogiados modelos e este ano volta a surgir, mas numa versão com caixa em platina e um espetacular mostrador preto em esmalte Grand Feu. Se no ano passado ficámos rendidos, também pelo movimento de corda manual que pode ser apreciado através do fundo transparente, este ano ficámos ainda mais satisfeitos.
TAG Heuer Autavia
Já tinhamos estado com ele e foi mesmo o relógio escolhido para a capa da edição de primavera 2017 da Espiral do Tempo. A nova homenagem da TAG Heuer ao seu passado é mais uma reedição do que uma reinterpretação. Se as anteriores reedições do Autavia, de 2003, se inspiravam no visual dos Autavia com caixa em C de 1969, esta saiu de um torneio virtual em que diferentes modelos Autavia da ‘primeira geração’ (ou seja, pré-Chronomatic) foram emparelhados de modo a defrontarem-se entre si num mano a mano com três rondas. Entre cronógrafos de dois ou três totalizadores, mais de 50 mil votações on-line estabeleceram a vitória do modelo com a referência 2446 MK3, conhecido por Autavia Rindtt. Não houve grandes concessões relativamente ao original; o tamanho é mais contemporâneo, com a passagem dos 39 mm de diâmetro para os 42 mm, e era inevitável a adoção de uma motorização automática, com a particularidade de o novo Autavia estrear o Calibre Heuer-02. Como sucede em todos os modelos históricos, o branding utilizado é Heuer. Os totalizadores brancos com acabamento circular azurage oferecem um bom contraste com o fundo negro e os indicadores metálicos aplicados à mão nas horas. Quem não gosta de braceletes metálicas vai gostar de saber que o novo Autavia está também disponível com correia em pele. É esta versão que agora destacamos.
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