Voar com os pés bem assentes na terra (aquela foto do Oris que deu mesmo muuito trabalho…)

Por trás de uma grande foto, há (quase sempre) uma grande história para contar. Ao criar um estúdio interno, a Espiral do Tempo apostou à séria em cada vez mais mais conteúdos visuais próprios. Tem sido um processo de evolução, ao longo do qual temos aprendido com os erros, mas também com as coisas boas que fazemos. O resultado do nosso trabalho com a Oris para a edição 54 da Espiral do Tempo já há muito que é conhecido dos nossos leitores, mas poucos têm ideia das peripécias que escondem as imagens. Abrimos as portas e revelamos alguns segredos.

— Os rolos não vão aguentar — não vão cair…
— Não vês que estás a amarrotar a folha, imprime outra.
— Esta fita adesiva não presta.
— Corta-me aí um bocado de papelão com 1 centímetro.

Se o nosso estúdio tivesse uma caixa negra, seriam estas algumas das comunicações que teriam ficado gravadas durante este ‘voo’.

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O desafio: manter tubos de papel, fixos num painel de madeira, completamente paralelos e sem comprometer o relógio que abraçava um deles (a mantinha amarela que se pode ver serviria para amparar uma eventual queda — felizmente tal não aconteceu…). © Espiral do Tempo

Quando chegou a altura de fotografarmos o imponente Oris Big Crown ProPilot Altimeter e, devido à sua ligação à aviação, começámos por pesquisar cartas aéreas. Graficamente são bonitas, são variadas e achámos que fariam um background interessante. Experimentámos várias soluções e acabámos por fazer tubos com as cartas aéreas sendo que um desses tubos atravessaria a correia do nosso Oris Big Crown Altimeter para o enquadrar na composição.

Muita carta aérea foi amarrotada! Muita fita adesiva foi usada e amaldiçoada! Muita paciência foi necessária para irmos testando várias combinações. Intervalar cartas aéreas a cores com cartas a preto e branco, decidir que carta atravessaria o nosso Oris… Acrescentamos que cada alteração obrigava a recomeçar tudo do início. Perdemos a conta aos tubos que fizemos mas conseguimos montar a cena e a foto que tínhamos em mente foi tirada e o resultado foi o seguinte:

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O relógio era (é) robusto. Os tubos, que na verdade eram prints de cartas aéreas, lá foram aguentando… © Espiral do Tempo

Apesar de todos os esforços, de todos os pedacinhos de cartão estrategicamente colocados para equilibrar os tubos de papel e das quantidades industriais de fita adesiva a manter tudo no lugar ainda havia trabalho a fazer. Os nossos queridos tubos com as cartas aéreas não estavam paralelos e a espessura da correia do relógio, na parte superior, bem como a rigidez da mesma, causaram um afastamento de dois tubos.

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Os prints de cartas aéreas não estavam paralelos e a espessura da correia do relógio, na parte superior, bem como a rigidez da mesma, causaram um afastamento de dois tubos. © Espiral do Tempo

Artes digitais em marcha para os retoques finais! Se por um lado queríamos manter a imagem o mais real possível pois temos como ponto de honra não fazer modulações 3D, por outro lado há imperfeições e nuances visuais que têm que ser corrigidas.

Aterrámos este voo, paralelismos conseguidos e afastamento disfarçado. A tripulação ficou satisfeita, e gostamos de pensar que os nossos passageiros, os nossos leitores, bateram palmas no final deste voo.

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Et voilá: a foto final. Aqui está o Oris Big Crown ProPilot Altimeter — e não caiu! © Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Obrigado por voarem com a Espiral do Tempo e esperamos vê-los em breve.

Até lá, vale a pena redescobrir a produção «O aviador» na qual foi enquadrada a foto de que estivemos a falar. Muitas histórias ainda por trás desta aventura… ET_simb

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