O desafio dos limites

Até onde é que o ser humano é capaz de ir? Até onde já foi? Quais as barreiras que ultrapassou? Até onde ambiciona ir? Até onde pode ir? Se há quem diga que o sonho é o ponto de partida para muitas realizações, então há que sonhar em grande quando chega o momento em que alguém decide mesmo ir mais longe. E alguns dos grandes feitos pioneiros que desafiaram os limites no que diz respeito a chegar literalmente mais longe estiveram, de alguma forma, relacionados com o mundo dos relógios.

1 | Até às profundezas do Oceano

O Rolex Deep Sea Special de 1960. © Rolex
O Rolex Deep Sea Special de 1960 que acompanhou o tenente Don Walsh e o oceanógrafo Jacques Piccard numa descida a 10.916 metros de profundidade na Fossa das Marianas. © Rolex

Em 1960, um protótipo Rolex Deep Sea Special foi acoplado ao flanco exterior do batiscafo Trieste e acompanhou o tenente Don Walsh e o oceanógrafo Jacques Piccard numa descida a 10.916 metros de profundidade na Fossa das Marianas, no oceano Pacífico. Os exploradores permaneceram ali cerca de 20 minutos, e a pressão exercida no relógio foi superior a uma tonelada por centímetro quadrado. Porém, o Rolex Deep Sea Special passou o teste com distinção e a expedição abriu caminho para um melhor conhecimento das profundezas marinhas.

Mais de meio século depois, numa ação conjunta, o realizador James Cameron, a Rolex e a National Geographic embarcaram no Deep Challenge, uma nova aventura na Fossa das Marianas que tinha como objetivo a recolha de dados e amostras para estudos científicos, bem como a captação de imagens do fundo do mar. E, no dia 26 de março de 2012, James Cameron alcançou os 10.898 metros, protagonizando na altura o mergulho individual mais profundo de todos os tempos, bem como o primeiro mergulho individual neste ponto do Pacífico. Durante a expedição, James Cameron usou um Rolex Oyster Perpetual Deep Sea Challenge, um novo relógio experimental de mergulho preparado para enfrentar os 12.000 metros de profundidade sem sofrer danos.

Já em maio de 2019 o recorde de Cameron foi batido com uma nova descida à Fossa das Marianas que atingiu os 10.927 metros abaixo da linha do mar. O protagonista foi o explorador norte-americano Victor Vescovo, que usou um Omega Seamaster Planet Ocean no interior do seu submersível.

O realizador James Cameron desafiou os limites. © Mark Thiessen/AP
O realizador James Cameron alcançou os 10.898 metros, protagonizando na altura o mergulho individual mais profundo de todos os tempos, bem como o primeiro mergulho individual na Fossa das Marianas. © Mark Thiessen/AP
O explorador Victor Vescovo desafiou os limites. © Reeve Jolliffe
O explorador Victor Vescovo desceu à Fossa das Marianas e atingiu os 10.927 metros abaixo da linha do mar. © Reeve Jolliffe

2 | Até ao fim (ou princípio) do planeta

Sabemos que não existe propriamente uma meta no que diz respeito à exploração do nosso planeta. Sabemos também que Fernão de Magalhães foi pioneiro na circum-navegação e sabemos que Roald Amundsen que se destacou na exploração das regiões polares. Mas sabemos que, falando na atualidade, Mike Horn consegue ver metas onde mais ninguém vê.

O explorador e aventureiro suíço tornou-se em 2001 no primeiro homem a concluir a solo a circum-navegação do globo pelo equador, sem recurso a qualquer transporte motorizado, e em 2006, juntamente com Borge Ousland, viajou sem cães ou transporte motorizado no Polo Norte durante o inverno e em completa escuridão. Porém, estes são apenas dois exemplos dos feitos deste suíço nascido na África do Sul. Em 2017, completou a mais longa travessia a solo sem qualquer apoio, desde a Princess Astrid Coast até Dumont D’urville Station via Polo Sul. Foram 5100 km em 57 dias. A Panerai patrocina este explorador há 15 anos, tendo já lançado diversas edições limitadas em sua homenagem.

O explorador Mike Horn. © Panerai
O explorador Mike Horn. © Panerai

3 | Até ao Evereste

Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay num desafio que superou os limites. © Tenzin Dhamey
Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay atingiram o pico do Evereste a 29 de maio de 1953. © Tenzin Dhamey

Na década de 1930, os perigos da escalada aos Himalaias não eram facilitados pelas tecnologias e comodidades dos dias que correm. Mas nessa altura organizavam-se já expedições com o objetivo de se tentar alcançar o ponto mais alto do nosso planeta. Exemplo disso foi a expedição liderada por Hugh Ruttledge em 1933 na qual se chegou aos 8580 metros, mas que depois foi cancelada devido às condições climatéricas. Vinte anos depois, a 29 de maio de 1953, a expedição de Sir John Hunt levaria Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay a atingirem o pico do Evereste e ali permanecerem durante 15 minutos. Um feito que fez destes dois exploradores os primeiros homens a chegarem ao topo do mundo. Os protagonistas levaram relógios Rolex e também um exemplar de uma marca entretanto desaparecida, a Smiths. Em 1975, a montanhista Junko Tabei foi a primeira mulher a chegar ao pico do Evereste, como líder de uma expedição feminina. Em 2001, foi o rosto escolhido para uma campanha Rolex na qual aparecia Sir Edmund Hillary.

Junko Tabei. © Ladies Climbing Club
Junko Tabei, a primeira mulher a chegar ao pico do Evereste, como líder de uma expedição feminina. © Ladies Climbing Club

4 | Até à estratosfera

Parece quase mentira mas é verdade. Em 2012, Felix Baumgartner foi o protagonista do salto em maior altitude de todos os tempos – 38.969,4 metros. O austríaco que tem o nome de um dos fundadores da Urwerk foi transportado numa cápsula por um balão de hélio até à estratosfera e acabaria por ultrapassar também a barreira do som em queda livre, atingindo a velocidade de 373 metros por segundo ou 1357,6 quilómetros por hora. Com o seu salto supersónico o austríaco demorou 9.09 minutos a voltar à Terra – dos quais 4,20 minutos foram realizados em queda livre.

No pulso, o austríaco levou um Zenith El Primero Stratos Flyback Striking 10th. O feito de Felix Baumgartner contribuiu decisivamente para pesquisas da mais diversa ordem, nomeadamente no que diz respeito a equipamentos de segurança necessários para enfrentar o espaço. Em 2014, o seu recorde de salto foi batido pelo americano Alan Eustace, que saltou de uma altura de 41.422 metros.

Felix Baumgartner desafiou desafiou os limites. © National Air and Space Museum
Felix Baumgartner, protagonista do salto em maior altitude de todos os tempos – 38.969,4 metros. © National Air and Space Museum

5 | Até à Lua

Yuri Gagarin © DR
Yuri Gagarin © DR

A 12 de abril de 1961, o cosmonauta russo Yuri Gagarin, aos comandos da Vostok 1, dava início a uma era de voos espaciais tripulados que o mundo jamais esqueceria. Mas apesar de a ciência que colocou o homem no espaço e o trouxe de novo à Terra são e salvo ser a mais recente e moderna que estava então disponível, ironicamente, nos pulsos dos exploradores do espaço, estava uma tecnologia que já existia há séculos: a velha e boa relojoaria mecânica. Gagarin tornava-se no primeiro explorador espacial e com ele levava um Sturmanskie.

No seguimento desta façanha, a 20 de fevereiro de 1962 o astronauta norte-americano John Glenn tornou- -se o segundo homem no espaço usando como apoio um cronómetro Heuer preso a um elástico sobre o fato espacial. Daí em diante, a exploração espacial continuou com o seu apogeu a acontecer no dia 20 de julho de 1969, quando a missão Apolo 11 levou com sucesso pela primeira vez na história os americanos Neil Armtrong e Buzz Aldrin até à Lua. Nesse dia, Aldrin usou um Omega Speedmaster, o famoso Moonwatch a dar os primeiros passos no satélite terrestre.

Chegada à Lua em 1969. © NASA
Chegada à Lua em 1969. © NASA

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