É uma proposta Quill & Pad que vale a pena descobrir: a juntar ao elenco de peças de extrema importância que François-Paul Journe tem expostas no seu Atelier de Genebra — entre as quais se descobre o belíssimo relógio astronómico concebido por Constantin Louis Detouche e que foi galardoado com uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris em 1855 —, o mestre marselhês apresenta um conjunto de cerca de 1000 livros, manuscritos, cartas e catálogos que pertenceram à extensa biblioteca de Jean-Claude Sabrier, perito em relojoaria suíça, falecido em novembro de 2014.
—
Na fotografia: P. Baugier, F.P. Journe e J.C. Sabrier na apresentação da exposição Steel Time em Nova Iorque, no ano de 2012. © F.P.Journe Invenit et Fecit
A razão pela qual François-Paul Journe dispõe atualmente desta biblioteca histórica prende-se com o facto de o mestre marselhês ter sido muito próximo de Sabrier. Ambos conheceram-se em Paris, há cerca de 40 anos, tendo partilhado ao longo dos tempo o interesse comum pelo mundo da relojoaria. Perante a forte amizade estabelecida, quando a coleção de Sabrier, que compreendia obras escritas de relojoaria, catálogos de leilões, raras cartas históricas e excertos de trabalhos, foi a leilão, no passado dia 15 de junho em Paris, François-Paul Journe adquiriu os 273 lotes pelo valor de 760.000 francos suíços e na altura anunciou que o seu objetivo era expor este tesouro.
O mestre marselhês assim o cumpriu. Cerca de meio ano depois de ter adquirido a biblioteca de Sabrier, François-Paul Journe já a tem exposta em estantes de madeira construídas à medida na zona das oficinas do seu Atelier de Genebra.
O legado do perito em relojoaria e historiador fica desta forma bem guardado e acessível. Para termos noção da importância dos documentos em causa, basta acrescentar a nota de que o conjunto engloba, por exemplo, escritos de Ferdinand Berthoud, de Pierre Le Roy, de Antide Janvier, de Abraham-Louis Breguet, de Thomas Mudge, entre tantos outros. E para termos uma noção mais efetiva da importância de Sabrier para um melhor conhecimento do mundo da relojoaria podemos referir, por exemplo, o livro Steel Time, lançado em 2006 em co-autoria com Georges Rigot, que aborda uma coleção de 220 relógios, os quais estiveram mesmo expostos no Atelier de Journe e, mais tarde, também em Tóquio e Nova Iorque. Elizabeth Doerr refere que o ano de lançamento do livro coincidiu com o lançamento do Sonnerie Souveraine de F.P.Journe com caixa em aço.
Jean-Claude Sabrier, foi galardoado em 1977, com um Gaïa Award pela sua contribuição para a pesquisa histórica em relojoaria e mais tarde tornou-se membro do juri do prémio MIH. 
Descubra no Quill & Pad mais informações e fotos da biblioteca de Sabrier agora expostas no Atelier de F.P.Journe em Genebra.
—
