Mais um Daytona ganho em Daytona. Filipe Albuquerque ganhou pela terceira vez as 24 horas de Daytona e, com o seu triunfo em Le Mans no ano passado, tem agora um total de quatro cronógrafos oferecidos pela Rolex com o selo de «Winner» no verso.
Qual a melhor maneira de conseguir um Rolex Daytona numa era de tanta procura que as listas de espera se estendem por vários anos? Ganhar em Daytona. Ou Le Mans. Porque ambas as míticas provas de resistência são patrocinadas pela Rolex e a marca genebrina oferece um exemplar do seu lendário cronógrafo Cosmograph Daytona a cada um dos pilotos vencedores nas várias disciplinas em compita. Filipe Albuquerque já tem quatro, tendo conseguido um em Le Mans no ano passado e três no circuito de Daytona – o último dos quais alcançado neste último domingo.
Foi mais um grande sucesso para o desporto motorizado nacional. O piloto de Coimbra emparceirou com o brasileiro Hélio Castronevesn e os norte-americanos Alexander Rossi e Ricky Taylor na condução do Acura da Wayne Taylor Racing que terminaria em primeiro lugar, com ele ao volante no derradeiro turno de condução – finalizando espetacularmente na liderança com um Cadillac a somente cerca de cinco segundos e um Mazda a quase sete. E logo depois de tão sofrida e dramática conclusão, Filipe Albuquerque celebrou efusivamente o feito como se fosse o primeiro… embora se tratasse do terceiro: foi a segunda vitória na classificação geral em Daytona, após o triunfo de 2018 e um primeiro sucesso em 2013, então na classe GTD.
O Acura número 10 da equipa do português chegou à liderança à 11ª hora da corrida e não mais a perdeu (excetuando os momentos de passagem pela boxes), mas o final foi mesmo de cortar a respiração na mítica pista oval norte-americana: após excelente gestão do último jogo de pneus, Filipe Albuquerque teve de aguentar a liderança face ao assalto do Cadillac número 1 (Magnussen/Dixon/Van der Zande), que chegou a estar colado ao conimbricense mas que a sete minutos do fim acabou por furar; só aí ficou praticamente garantida a vitória. Ao cabo de quase 800 voltas, os dois primeiros da geral estiveram praticamente sempre separados por menos de 10 segundos! O correspondente troféu foi acompanhado da bandeira portuguesa no pódio e do inevitável Cosmograph Daytona, este ano entregue na versão bicolor em Rolesor.
«Nem tenho palavras para descrever a sensação desta vitória», disse. «Foi a corrida mais difícil da minha vida, sempre nos limites, para tentar compensar o andamento dos nossos adversários. Não houve margem para erros ou hesitações. Quando consegui chegar a primeiro, todos os stints, cerca de 12 horas, foram feitos a olhar para o retrovisor para controlar os nossos concorrentes. Todos na equipa fizeram um trabalho notável; não tivemos descanso mas, no final, todo o trabalho deu frutos. Estou muito contente!».
O sensacional sucesso em Daytona representou o melhor arranque possível do ano para Filipe Albuquerque, após uma inesquecível temporada de 2020: sagrou-se campeão mundial de resistência e vencedor pela primeira vez das 24 Horas de Le Mans – na categoria LMP2. E hoje em dia já pode usar à vontade os seus Rolex; anteriormente foi embaixador da TAG Heuer Portugal e da Oris, pelo que teve de os colocar de lado nesse período de vínculo a outras marcas relojoeiras que retratámos ao longo dos anos na Espiral do Tempo.
E, face à autêntica loucura que tem rodeado os cronógrafos Daytona ao longo das últimas décadas, nada melhor do que usar um Daytona ganho em Daytona e com a inscrição «Winner» no verso…
Eis o testemunho do próprio piloto português: