Nas décadas de 1950 e 1960 os relógios Cauny surgiam, confortavelmente, no pulso de muitos portugueses. Depois, por diferentes razões, eclipsaram-se da nossa vista. Mas muitos coleccionadores nunca esqueceram esses momentos de sucesso da marca e guardaram exemplares únicos. Agora este segredo bem guardado do passado regressa, porque há memórias que nunca se apagam. E que, de repente, renascem. A Cauny está de volta, com apostas diversificadas.
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O regresso da Cauny não estava visível nas bolas de cristal que costumam adivinhar o futuro. Mas foi isso que aconteceu. 2020 é o ano de renascimento de uma marca que foi muito popular entre nós, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. A sua história é curiosa. Apesar de utilizar o nome de uma localidade francesa (Cauny), tem desde o seu início, em 1927, o seu Quartel-General na emblemática cidade suíça de Le-Chaux-de-Fonds e a sua criação está ligada à vontade férrea de uma família de origem polaca. O que dá uma ideia do seu ideário internacional. Desde o início que a Cauny cria relógios que atraem em termos de beleza clássica e apresentação. Muitos ainda recordarão a simbólica linha “Cauny Prima”, que representa todos os conceitos estéticos e técnicos da marca. Até porque o apogeu da marca aconteceu um pouco antes da época em que o desafio do quartzo trocou as voltas a toda a indústria relojoeira. Nesse tempo a Cauny referia que o que procurava era criar relógios de qualidade, com elegância, precisão e garantia de prestígio. Agora, renascida, promete o mesmo. Apresenta uma vasta gama de modelos para homem e para mulher, com os mais diversificados preços.
A vida da Cauny tem a ver com a saga da família Grebler. Esta família polaca fixou-se em França por volta do início do século XX e aí desenvolveu diferentes atividades industriais. Mas, após terem de abandonar o país durante a Primeira Guerra Mundial, acabariam por se instalar na Suíça, exatamente em La-Chaux-de-Fonds. Ali cruzaram-se, como seria óbvio, com a forte tradição relojoeira da localidade. A ideia de criarem uma marca de relógios surgiu naturalmente. E foi assim que em 1927 surge a Cauny, fundada por três irmãos. Mireille, a mais nova, acabou por ficar na Suíça e os seus irmãos, Albert e Henry, mudaram-se para duas cidades portuárias, Barcelona e Tânger. E foi daí que os relógios da Cauny chegaram a outras cidades portuárias como Valência, Málaga, Lisboa, Porto, Tenerife, Bissau, Luanda, Lourenço Marques, Montevideu, Buenos Aires ou Havana. Se no início o mercado privilegiado era o espanhol, rapidamente o diversificado mundo latino tornou-se o seu grande destino. Foi de resto aí que residiu o seu grande sucesso. Com uma qualidade sólida, preços muito competitivos e um design contemporâneo, a Cauny tornou-se o relógio mecânico preferido de muitos consumidores.
E agora, o que vem aí? A Cauny aposta num conjunto de linhas para homem e senhora, bastante diversificadas, mas onde está presente algum classicismo, mesmo quando os relógios apresentam um ar mais desportivo e casual. O realce vai para o foco em relógios com caixas em aço de alta definição 316L, com vidro duplo antirreflexos com cobertura em safira, e com mecanismos suíços e japoneses.
A marca divide as suas coleções para homem. Desde logo na Legacy, com bastantes referências, onde se destaca o Rose Gold Chronograph 41 mm, o Silver Chronograph 41 mm, mas também o muito atraente Moon Phase Multifunctions Silver de 41 mm. Já na linha Envoy o realce vai para o Calendar Gold de 41 mm ou para o Calendar Black. Mas a aposta da Cauny estende-se para outras linhas masculinas, no caso a Arena, a Ânima, a Accura e a Prima (que vai buscar a memória da que tanto marcou a sua história). A marca destaca também neste regresso uma coleção que funciona tanto para homem como para senhora, os retangulares Apollon (41×43 mm). Já para senhora as apostas estão nas linhas Legacy e Majestic.
No fundo, a Cauny renasce, através de propostas que tanto recuperam o seu espírito mais conhecido, como alargam a sua dinâmica estética. Mas onde os valores de referência do passado nunca são colocados em causa. Numa continuidade, baseada na sua memória, mas adaptada aos tempos presentes.
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