A Rolex revelou hoje os modelos que se estreiam em 2021, no âmbito da edição digital do Watches and Wonders que decorre até ao dia 13 de abril. Como muitos já tinham arriscado, a estrela deste ano é mesmo a linhagem Explorer, especialmente ligada ao mundo da exploração. Mas os vaticínios saíram furados, porque as novidades vieram, em certa medida, de onde menos se esperava…
A Rolex mantém-se como um nome à parte no mundo da relojoaria e continua a ser uma das marcas mais reconhecidas do planeta, pelo que as expectativas no que diz respeito às novidades são sempre muito elevadas e qualquer alteração é analisada ao máximo. Depois, há aquela questão do segredo que a manufatura genebrina sabe trabalhar tão bem – porque as novidades são mantidas em sigilo e alimentadas por meio de teasers e de tentativas de adivinhação dos novos modelos que aguçam o apetite dos aficionados.
O ano passado foi sobretudo dedicado ao Rolex Submariner, um emblemático modelo que foi atualizado em tamanho, movimento e bracelete, assim como com novas combinações cromáticas. A surpresa também passou pelos diversos Oyster Perpetual com extrovertidos mostradores coloridos. Agora, 2021 traz consigo, entre outras novidades, a afinação da histórica coleção Explorer — nas suas duas variantes Explorer e Explorer II. E se era quase certo que o Explorer II seria atualizado por ser o último modelo do catálogo a não ter ainda recebido um movimento de última geração, as alterações estruturais revelaram-se quase imperceptíveis ao primeiro olhar… enquanto o Explorer (também conhecido por Explorer I) recebeu não só uma imprevista redução de tamanho como também a adição de uma inédita versão bicolor.
Oyster Perpetual Explorer
A origem da linhagem Explorer está intimamente ligada ao mundo da exploração, em especial à conquista do Evereste, tendo em conta que, em maio de 1953, Sir Edmund Hillary e o xerpa Tenzing Norgay subiram ao ponto mais alto do planeta com relógios Rolex preparados para o efeito. Essa série tinha mostrador claro, sendo criado mais tarde nesse ano uma versão dita pré-Explorer com mostrador preto e indicadores luminescentes. O modelo foi posteriormente batizado Explorer e sofreu alterações pontuais desde 1957 até à versão de 1989, substituída finalmente em 2010 por um modelo maior de 39mm. Em 2016, essa versão de 39mm foi atualizada com ponteiros maiores e luminescência nos tradicionais algarismos árabes às 3, 6 e 9 horas.
Por isso, não seria de esperar que tão cedo houvesse uma mudança tão significativa como é a drástica redução de tamanho para o diâmetro de 36mm vigente durante tanto tempo até 2009. Até porque a Rolex nunca havia reduzido claramente qualquer modelo da sua coleção. Perante a surpresa geral, o tradicional Explorer I regressa este ano aos 36mm na clássica versão Oystersteel e estreia também uma inesperada variante em Rolesor amarelo, que combina aço Oystersteel e ouro amarelo de 18kt.
O mostrador da variante Rolesor é lacado e tanto os indexes como os incontornáveis numerais 3, 6 e 9 surgem dourados a condizer com a caixa, sendo complementados com luminescência Chromalight para melhor legibilidade em ambientes obscuros. O movimento também foi atualizado. A nova geração Explorer foi equipada com Calibre 3230, com escape Chronergy, espiral azul Parachrom e uma reserva de corda de 70 horas.
Oyster Perpetual Explorer II
Outra das novidades é o Oyster Perpetual Explorer II, que no ano do seu 50º aniversário recebeu a aguardada atualização. Mas sem qualquer redução de tamanho ou adoção de luneta em Cerachrom, como parte da imprensa especializada arriscou. A marca genebrina optou por atualizar muito discretamente o relógio que nasceu em 1971 para complementar a gama Professional e que foi evoluindo até à sua última geração, lançada há precisamente dez anos com um diâmetro de 42 milímetros e mostradores preto ou branco com ponteiro das 24 horas laranja.
E essas caraterísticas principais mantiveram-se. O novo Explorer II com a Ref. 226570 surge assim com alterações quase imperceptíveis relativamente à versão anterior, mantendo a estética geral que o caracteriza. Em causa temos assim a caixa Oystersteel com os mesmos 42mm de diâmetro e os mesmos acabamentos escovados, embora tenha sido ligeiramente redesenhada (asas um pouco mais estreitas e curvas, protetores da coroa mais elegantes) para assentar mais confortavelmente no pulso. Assim como a bracelete.
Assim sendo, e descontando a diferença mais visível (o braço do ponteiro das 24 horas na versão de mostrador preto passou a ser totalmente laranja), a principal alteração passa pela adoção de um movimento ainda mais performante. O novo Oyster Perpetual Explorer II está agora equipado com o Calibre 3285, o mesmo movimento que equipa atualmente o GMT-Master II; sendo um dos movimentos de última geração da marca, apresenta um escape Chronergy, 70 horas de reserva de corda, espiral azul Parachrom e sistema de absorção de choques Paraflex.
As nossas impressões
Ou seja: mais uma vez, a Rolex apanhou os seus aficionados e a crítica especializada de surpresa. A adição mais desejada à linha Explorer seria a estreia de um Explorer de 39mm com mostrador branco que, historicamente, até teria razão de ser devido aos exemplares utilizados na expedição que conquistou o Evereste em 1953; isso não só não aconteceu, como a versão existente de mostrador preto encolheu no tamanho e surgiu uma sofisticada variante Rolesor de pendor mais unissexo — pela versatilidade do tamanho e combinação do aço com o ouro. E o Explorer II, dotado de uma nova motorização (talvez um dos únicos vaticínios que bateu certo!), recebeu mais um facelift do que a aguardada operação plástica. É caso para dizer que, no que à Rolex diz respeito e adaptando uma célebre tirada do futebol português, mais vale fazer prognósticos no final do encontro.
Consulte o site oficial da Rolex para mais informações.