A expedição arrancou no passado dia 1 de outubro e irá percorrer 40.000 milhas náuticas, com 30 paragens nos países que são mais afetados pela poluição plástica. O objetivo é reduzir o plástico nos oceanos.
A Ulysse Nardin uniu-se, enquanto parceira, à expedição Plastic Odyssey, um projeto que tem como objetivo reduzir o plástico dos oceanos. Com arranque no dia 1 de outubro a partir do porto de Marselha, a expedição vai prolongar-se durante três anos, prevendo-se um percurso de 40.000 milhas náuticas, com 30 paragens que contemplam os países mais afetados pela poluição plástica.
A Ulysse Nardin refere que desde a sua origem tem construído uma proximidade com o mundo marinho e que tem estado ativamente envolvida na sua proteção. No passado mês de maio, a marca lançou mesmo o primeiro relógio com a sua assinatura feito a partir da reciclagem de redes pesca, simbolizando o seu compromisso para com a proteção do Oceano.
A expedição em si irá atuar através de diferentes ações, contando para isso com uma tripulação composta por 19 pessoas, nomeadamente, sete membros de tripulação de convés, sete peritos técnicos e científicos, dois repórteres e dois convidados externos. Em cada uma das paragens serão levadas a cabo iniciativas muito específicas. Em terra – e graças à Plastic Odyssey Village, uma vila viajante concebida para consciencializar as pessoas – os membros da tripulação irão ao encontro das populações com o objetivo de alertar para os perigos da poluição plástica, bem como apresentar soluções alternativas.
Por outro lado, a expedição pretende apresentar o primeiro estudo global de ciências sociais para compreender os hábitos e comportamentos das diferentes populações no que diz respeito ao uso do plástico. Este estudo vai permitir ter noção daquilo que pode ser necessário para equipar as comunidades científicas e políticas no que a esta causa diz respeito.
Outro dos aspetos interessantes nesta odisseia é o navio que irá percorrer o mundo. A parte da frente é uma zona livre de plástico e é especificamente dedicada à exposição de soluções alternativas ao plástico. Já a parte traseira é reservada para o laboratório de reciclagem. Uma das principais missões deste laboratório será acolher uma dezena de empresários locais para formação sobre como montar um centro de reciclagem de plástico utilizando as máquinas a bordo do barco e os resíduos plásticos recolhidos em terra. Para combater, a longo prazo, a poluição plástica nestas regiõe, a Plastic Odyssey irá fornecer aos empreendedores um contentor com uma micro-fábrica pronta que permitirá reciclar mais de uma tonelada de plástico por ano e desenvolver um centro de reciclagem local. Este modelo tem a vantagem de ser viável, sustentável e gerador de empregos. Por último, o navio poderá converter os resíduos não recicláveis em combustível para a sua jornada, por meio de pirólise. Este é um processo pelo qual o plástico é aquecido sem oxigénio para quebrar as moléculas longas (sólidas) do polímero e transformá-las em moléculas mais leves (líquidos e depois gases). Um quilo de plástico pode render até um litro de combustível para um motor a diesel.
Sendo assim, são muitos os projetos. Na prática e de um modo geral, o objetivo desta expedição é mesmo «‘Limpar o passado’ incentivando a reciclagem do plástico existente e ‘construindo o futuro’ reduzindo a produção de resíduos», como refere Simon Bernard, CEO da Plastic Odyssey.
«A Plastic Odyssey examinou e desvendou os problemas relacionados com a poluição plástica no nosso oceano. O seu desejo de partilhar as suas invenções e conhecimento livremente com o mundo inteiro é revelador de uma grande generosidade e de um desejo genuíno de proteger nosso planeta», complementa Patrick Pruniaux, presidente e CEO da Ulysse Nardin.
Alguns dados cedidos pela Ulysse Nardin e pela Plastic Odyssey a propósito do plástico:
- 20 toneladas de plástico são despejadas nos oceanos a cada minuto (1).
- Engolimos 5 gramas de plástico todas as semanas (1).
- Resíduos plásticos fragmentam-se em micropartículas irrecuperáveis no meio ambiente (2).
- 90% da poluição marinha vem das cidades costeiras de 32 países (1).
- A reciclagem de 1 em cada 2 resíduos plásticos nos 32 países mais poluentes evitaria mais de 45% da poluição dos oceanos (1).
(1) Plastic waste inputs from land into the ocean –Jenna Jambecket al. Science 347, 768 (2015)
(2) A global inventory of small floating plastic debris – Erik van Sebille et al 2015 Environ. Res. Lett. 10 124006)