EdT53 — Através da emblemática caixa de dupla elipse de Daniel Roth, a Bvlgari apresenta um dos mais atraentes relógios de repetição minutos dos últimos tempos. E com a alavanca de acionamento engenhosamente colocada num local secreto, enquanto praticamente tudo o resto é deixado à vista…
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Análise que complementa a rúbrica ‘Nossa Escolha’ publicada na edição 53 da Espiral do Tempo
Quando se evoca o nome Bvlgari, a perceção imediata é a de luxo à romana — a secular casa transalpina tornou-se famosa pelo seu voluptuoso estilo declinado tanto na vertente joalheira como no setor relojoeiro, mas não nos podemos esquecer que, para além da forma, também há muita substância. E o seu departamento relojoeiro é extremamente competente, sobretudo após a aquisição das marcas de alta-relojoaria Gérald Genta e Daniel Roth e a nomeação de Jean-Christophe Babin (anterior CEO da TAG Heuer) para a sua liderança.
O L’Ammiraglio del Tempo é um relógio notável de alta-relojoaria que reúne todas as admiráveis caraterísticas do universo Bvlgari: preciosidade, técnica, carisma. Tudo embrulhado numa pujante caixa em ouro rosa de 50 por 47 milímetros com o inconfundível formato de dupla elipse típico de Daniel Roth. Com o delicioso pormenor de a Bvlgari ter incorporado a alavanca de ativação da repetição minutos na asa inferior esquerda: puxa-se a parte superior da asa para a esquerda e entra em funcionamento a repetição minutos tipo carrilhão.
Com toda a sua transparência no mostrador e no fundo, é mesmo possível acompanhar o funcionamento da função acústica enquanto se ouve as horas emanadas pelo calibre DR 7301 de corda manual e baixa frequência (14.000 a/h, ou 2Hz), com 516 componentes e um sistema de escape dito à détente com força constante que era muito comum em relógios de parede — a força constante significa que a tensão dada à corda se mantém igual (constante…) ao longo da autonomia de 48 horas, em vez de mais forte no início com queda abrupta no final do arco de energia, e inclui no L’Ammiraglio del Tempo uma espiral cilíndrica:
A parte acústica é excecional, com um Carrilhão Westminster assente em quatro martelos (em vez dos habituais dois) para produzir uma sonoridade mais rica e variada:
Todo o acabamento do relógio é superlativo, desde a complexa caixa em ouro até às peças do movimento tão visíveis tanto do lado do mostrador que tem uma placa superior em ouro lacado a preto com indicações champlevé em ouro, como através do fundo. Um modelo que tem chegado ao mercado a conta-gotas, restrito a somente 20 exemplares em ouro rosa e 10 em ouro branco…
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