Depois da renovação, a Cartier reabriu as portas da sua boutique no número 240 da avenida da Liberdade, em Lisboa. Um espaço para conhecer a marca francesa e que acaba por ser também uma galeria que presta homenagem à cultura e ao artesanato portugueses. Merece uma visita.
A boutique Cartier, no número 240 da avenida da Liberdade, em Lisboa, esteve fechada durante uns tempos, para um processo de renovação total pelas mãos dos arquitetos Bruno Moinard e Claire Bétaille. Durante este período, a marca manteve atividade numa boutique temporária no mesmo edifício, mas localizada num piso superior. Agora, mesmo a tempo da época festiva, a casa francesa revelou o resultado desta intervenção. A boutique renovada abriu as suas portas e merece uma visita.
Tributo a Portugal
Com 250 metros quadrados, a renovada boutique Cartier une elementos caraterísticos da própria marca ao património cultural do país que a acolhe. Neste sentido, o novo espaço permite embarcar numa viagem de descoberta da marca através de diferentes salas com decorações especialmente concebidas para cada área de negócio, garantindo ao mesmo tempo uma experiência personalizada e exclusividade no atendimento. As salas têm como pano de fundo obras singulares que traduzem uma vertente de criação artesanal – um dos pontos comuns entre a casa francesa e Portugal – ancorada na história e na identidade cultural do nosso país, num jogo entre tradição, elegância e contemporaneidade. Para tal, a Cartier colaborou com diversos artistas e artesãos que criaram instalações em específico para a boutique.
Entre os colaboradores portugueses, encontra-se Vanessa Barragão que desenvolveu um painel têxtil, de acordo com a sua linha criativa de inspiração marítima, mas que tem como base as tonalidades do espaço dedicado à vertente de relojoaria na qual está exposto. Em destaque também um impressionante mural em bordado de Castelo Branco, assinado pela Casa do Passadiço, que dá vida à Sala Jardim onde se encontram as icónicas coleções de joalharia Cartier. Os tons de vermelho, amarelo e azul piscam o olho a todo o ambiente da boutique. Já o painel de azulejos da sala privada uniu a histórica fábrica de cerâmica Viúva Lamego ao artista Cédric Peltier, que pintou diretamente nos azulejos uma Panthère em grande plano numa colina de Lisboa.
Depois, as referências a Portugal encontram-se um pouco por toda a parte, tanto pela mão de artistas internacionais, como nas temáticas e evocações a elementos do nosso país: na mesma sala privada onde se encontra o painel de azulejos Viúva Lamego, descobre-se o teto baseado na arquitetura da Galeria da Basílica do Palácio de Mafra; na área de joalharia, à entrada da boutique, sobressai um painel da autoria de Lison de Caunes e do atelier Midavaine, com a representação de duas panteras trabalhadas em marchetaria de palha e laca, cujo fundo tem como inspiração os azulejos tradicionais que se encontram no Museu Nacional do Azulejo e na bandeira da Câmara Municipal de Lisboa, e os tons amarelos e azuis evocativos do Mosteiro dos Jerónimos; no mesmo espaço, uma cúpula de vidro criada por Jorge Aragone, preta homenagem ao artesanato Art Nouveau do final do século XIX; e na zona Bridal sobressai uma instalação de Véronique de Soultrait, feita de cordas e madrepérola, evocativa da agitação das ondas e das históricas navegações portuguesas.
Por fim, destaque para a zona de assistência pós-venda que serve também de espaço para as coleções Arte de Viver e para as fragrâncias da Cartier. Decorada com papel de parede De Gournay, bordado com motivos florais, distingue-se pelos tons vivos em laranja, oferecendo desta forma um toque de sofisticação e de boa disposição. Com inspiração no Mediterrâneo, trata-se de um espaço tranquilo, influenciado também pelo jardim da Quinta da Regaleira, em Sintra.
Como um todo, a boutique Cartier surpreende não apenas pela decoração cuidada, envolvente e acolhedora, mas também pelo sentido de unidade que sobressai da diversidade de espaços. Cada zona destaca-se por si só e convida a ficar e a descobrir o mundo da casa francesa, assim como os trabalhos desenvolvidos pelos artistas que colaboraram. A marca renova assim os votos com a cidade de Lisboa e convida a visitar: «Desde a sua abertura em 2013, a boutique da Cartier em Lisboa tem acompanhado o renascimento da Avenida da Liberdade para se tornar um destino obrigatório para os visitantes e cidadãos de Lisboa e de Portugal. Com esta renovação, que inauguramos em 2024, o novo espaço Cartier presta homenagem ao rico património cultural português através da visão contemporânea de diferentes artistas locais e tornar-se-á um ponto de encontro para todos os lisboetas e visitantes da cidade» refere Nicolas Helly, Diretor Administrativo da Cartier Ibéria.