O livro ‘The Watch Book, Oris and the Watchmaking History of Switzerland’, da autoria de Gisbert L. Brunner é uma boa forma de conhecer ou revisitar a história da marca na sua relação com a evolução da história da relojoaria.
Os livros têm aquele lado sem pressa que nos ajuda verdadeiramente a usufruir. Estão ali à nossa espera, com calma, sempre que precisamos, à distância do momento certo. Todos sabemos disto, mas há uma tendência para nos rendermos à velocidade dos tempos atuais, através dos nossos smartphones, por exemplo. Ali tudo parece mais fácil e, ao mesmo tempo, tudo aparece da mesma forma que desaparece. Sem quase darmos conta.
É por isso que sempre que é lançado um novo livro dedicado a algum tema ligado à relojoaria aproveitamos para parar. Paramos porque sabemos que vamos ter a oportunidade de apreciar páginas e páginas de tempo, sem a ânsia do que vem depois. E os livros dedicados à relojoaria tendem a ser bonitos, tranquilos, bem ilustrados, com algo de novo a acrescentar. Como a própria relojoaria em si. Tudo isto pode ser aplicado a propósito do recente livro The Watch Book, Oris and the Watchmaking History of Switzerland, da autoria de Gisbert L. Brunner, amigo de longa data da Oris e uma referência no domínio dos relógios.
Sem precisar de dizer muito, tendo em conta o título, trata-se de uma obra dedicada à Oris que viaja até às origens da relojoaria suíça, destacando a importância da marca desde então. Nesta área, há histórias que soam quase a lenda com direito a filme. E a da Oris é uma delas. As suas raízes remontam a 1904 quando dois relojoeiros suíços empreendedores estabeleceram uma marca em Hölstein, região que na altura tinha pouca cultura relojoeira. Paul Cattin e Georges Christian «a partir de pequenas sementes, acabaram por cultivar aquela que se tornaria uma das empresas relojoeiras independentes de maior sucesso e renome global na Suíça», refere-se em comunicado. Em 1956, Rolf Portmann entra para a empresa e ali continuaria até liderar com Ulrich W. Herzog a sua aquisição em 1982, salvando-a da extinção. Juntos, criaram uma marca com uma visão de independência e sustentabilidade que cria relógios mecânicos esteticamente apelativos e para o cidadão do mundo atual. Atualmente, Portmann, já reformado, permanece na empresa enquanto presidente honorário e Ulrich como presidente.
Gisbert sublinha que a Oris continua em Hölstein a criar relógios exclusivamente mecânicos que «têm de fazer sentido» e refere-se ao programa Oris de criação de movimentos que deu origem a mais de 280 calibres e que segue em frente com a série Calibre 400 de mecanismos automáticos de alto desempenho.
Com 256 páginas, incluindo 200 páginas de fotografia a cores e a preto e branco, o livro The Watch Book, Oris and the Watchmaking History of Switzerland é editado pela teNeue e, apesar de ter sido lançado em 2023, acaba por ser uma boa forma de ficar a conhecer melhor a história da Oris no ano em que a marca celebra 120 anos. De facto, em 2024 esperamos boas novidades da parte da marca e estamos, aliás, com alguma expectativa face a junho, por exemplo, altura em que é lançada uma edição especial de aniversário – no dia de aniversário da marca, precisamente, a 1 de junho.
Até lá e até ao Watches and Wonders, podemos preparar caminho com estas páginas. O livro ainda está disponível e tem um preço de 80 euros.