Novos G-Shock MT-G e MR-G: a mesma fibra

Na edição de 2019 de Baselworld, ficámos a conhecer os ‘quês’, os ‘como’ e os ‘porquês’ da Casio em relação aos lançamentos da marca nos meses que se seguiriam. Numa exposição com uma enorme componente didática, a marca nipónica mostrou e explicou os processos de fabrico dos inovadores materiais que utiliza. Ao recebermos em mãos os três novos modelos G-Shock MT-G e o MR-G, tudo fez ainda mais sentido. Nas célebres palavras do coronel Hannibal Smith do A Team «we love when a plan comes together».

Ao receber em mão quatro novos modelos da Casio foi inevitável recordar a visita guiada que a Casio Portugal fez à Espiral do Tempo em Basileia. Inevitável porque à entrada do stand os didáticos expositores mostravam sem segredos o caminho que a marca iria seguir nos seus lançamentos nos meses seguintes. Além da variedade de materiais e de processos de fabrico, o gigante nipónico não abdicou nunca daquilo que, mais do que uma colecção, é, desde há muito tempo, um compromisso e uma garantia de qualidade — a assinatura G-Shock.

Casio MT-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Casio MT-G MTG-B1000XB e MR-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo

No imaginário de muitos, o culto G-Shock poderá evocar peças robustas a um preço acessível dedicadas, sobretudo, a um público jovem e urbano. Tudo se complica um pouco quando falamos de peças cujo PVD ronda os 1.000 euros, um valor que eleva estes modelos para um patamar superior. Apesar de ostentarem a designação G-Shock, os quatro modelos que tivemos a oportunidade de fotografar são radicalmente diferentes de todos os outros que habitualmente encontramos.

Casio MT-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Casio MT-G MTG-1000DCM1AJR e MTG-B1000XBD-1A © Paulo Pires / Espiral do Tempo

O ‘quê’

Vou então tentar esquematizar os meus pensamentos refugiando-me no facto de não ser jornalista de relojoaria, o que me permite esquivar aos detalhes mais aborrecidos e ao lado informativo e concentrar-me apenas naquilo que me apaixona. Foram três os modelos MT-G que fotografei: o MTG-B1000XBD-1A negro com pormenores vermelhos; o modelo MTG-B1000XB, negro com pormenores azuis; e o especial MTG-1000DCM1AJR com ‘camuflagem pontilhada’, usando aqui palavras minhas.

Casio MT-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Casio MT-G MTG-B1000XBD-1A © Paulo Pires / Espiral do Tempo

O que distingue então estes modelos dos outros G-Shock? Bem, a diferença é algo muito simples. Na minha opinião, estes são a cereja no topo do bolo G-Shock. São o culminar da mestria de fabrico da marca e do seu uso dos materiais. Se os outros de que já falei e que vemos com frequência podem ser considerados os clássicos, como entrada entrada de gama, estes são o topo, o melhor que a marca faz. Mas também neste aspeto há algo que tenho de referir. Apesar da enorme variedade de modelos existentes, quando se adquire um G-Shock, não se faz pelo preço, mas sim pela estética. Os MT-G são, de facto, incríveis em termos de construção — o que os distingue dentro do selo G-Shock — mas também apresentam uma estética muito própria.

O ‘como’

Agora tempo para aquelas coisas boas de que tanto gosto. As versões MTG-B1000XBD-1A e MTG-B1000XB têm uma caixa em resina e uma luneta construída por camadas de carbono vermelho ou azul e negro, o que é uma estreia nos modelos da marca. A parte superior da luneta remata com um padrão quadricular em carbono negro e cinza e parafusos hexagonais, o que lhe confere um aspeto poderoso. O vidro é de safira e a coroa de rosca tem um acabamento texturado para um fácil manuseamento, garantindo uma estanqueidade até 200 metros.

Casio MT-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Casio MT-G MTG-B1000XB © Paulo Pires / Espiral do Tempo

Os pormenores vermelhos ou azuis, dependendo do modelo, no botão às 8h, são fruto do processo de anodização o que garante uma cor luminosa e intensa, quebrando a dominante estética negra. As dimensões são generosas. Uns portentosos 52.2 x 46.2 x 14.6 mm podem ser intimidantes, mas um engenhoso sistema de integração das correias na caixa fazem com que o seu ajuste ao pulso seja perfeito, enquanto a resina e o carbono garantem uma leveza extrema. Os mostradores são decorados um subtil guilloché cruzado.

Casio MT-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Casio MT-G MTG-1000DCM1AJR © Paulo Pires / Espiral do Tempo

A versão 1000DCM1AJR é algo diferente devido ao seu acabamento que carinhosamente alcunhei ‘camuflagem pontilhada’. Esse padrão é impresso a laser na caixa e bracelete em titânio com revestimento PVD.

O ‘porquê’

Com estes modelos, a Casio demonstra o seu poder e, acima de tudo, demonstra que nem o design, nem os materiais usados são justificações ou impedimentos para a ostentação do selo G-Shock. Creio que isso é o mais importante a reter. Independentemente do seu preço ser mais elevado do que é habitual, a bitola de robustez e de qualidade mantém-se na primeira e foi amplamente elevada na segunda. Em Basileia, a Casio mostrou-nos o que iria fazer e como o iria fazer. Cumpriu em toda a linha. Os MT-G e o MR-G são fantásticas peças de relojoaria, dignas herdeiras do selo G-Shock.

Em Basileia, a Casio mostrou-nos o que iria fazer e como o iria fazer. Cumpriu em toda a linha.  © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Em Basileia, a Casio mostrou-nos o que iria fazer e como o iria fazer. Cumpriu em toda a linha. © Paulo Pires / Espiral do Tempo

O ‘extra’

Outro modelo que recebemos juntamente com os G-Shock MT-G foi o MRG-B1000D-1ADR. Digamos que o MR-G é o sublimar do que já é sublime. Totalmente em titânio e numa estética mais despojada, o MR-G aposta num visual metalizado quebrado apenas pela luneta em DLC (Diamond Like Carbon). Todos os quatro modelos são chamados solares sendo que o MR-G tem a particularidade de ter uma reserva de energia de dois anos.

Casio MR-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Casio MR-G © Paulo Pires / Espiral do Tempo

Em relação às funções destes modelos, deixem-me resumir tudo numa frase. Não me pergunte o que os MT-G/MR-G fazem, pergunte-se antes o que não fazem. Radio controlados para uma precisão absoluta, conetividade Bluetooth®, cronógrafo com contagem decrescente, alarme, duplo fuso horário, data e dia da semana… a lista continua, se continua…

Nota final: Devido a diversos fatores, saber o PVP exato destes relógios é um exercício bastante difícil. Estão disponíveis em lojas físicas e por toda a Internet com alguma disparidade. Aconselha-se alguma pesquisa ou o contacto direto com os representantes da marca em Portugal.

Outras leituras