Na edição de 2019 de Baselworld, ficámos a conhecer os ‘quês’, os ‘como’ e os ‘porquês’ da Casio em relação aos lançamentos da marca nos meses que se seguiriam. Numa exposição com uma enorme componente didática, a marca nipónica mostrou e explicou os processos de fabrico dos inovadores materiais que utiliza. Ao recebermos em mãos os três novos modelos G-Shock MT-G e o MR-G, tudo fez ainda mais sentido. Nas célebres palavras do coronel Hannibal Smith do A Team «we love when a plan comes together».
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Ao receber em mão quatro novos modelos da Casio foi inevitável recordar a visita guiada que a Casio Portugal fez à Espiral do Tempo em Basileia. Inevitável porque à entrada do stand os didáticos expositores mostravam sem segredos o caminho que a marca iria seguir nos seus lançamentos nos meses seguintes. Além da variedade de materiais e de processos de fabrico, o gigante nipónico não abdicou nunca daquilo que, mais do que uma colecção, é, desde há muito tempo, um compromisso e uma garantia de qualidade — a assinatura G-Shock.
No imaginário de muitos, o culto G-Shock poderá evocar peças robustas a um preço acessível dedicadas, sobretudo, a um público jovem e urbano. Tudo se complica um pouco quando falamos de peças cujo PVD ronda os 1.000 euros, um valor que eleva estes modelos para um patamar superior. Apesar de ostentarem a designação G-Shock, os quatro modelos que tivemos a oportunidade de fotografar são radicalmente diferentes de todos os outros que habitualmente encontramos.
O ‘quê’
Vou então tentar esquematizar os meus pensamentos refugiando-me no facto de não ser jornalista de relojoaria, o que me permite esquivar aos detalhes mais aborrecidos e ao lado informativo e concentrar-me apenas naquilo que me apaixona. Foram três os modelos MT-G que fotografei: o MTG-B1000XBD-1A negro com pormenores vermelhos; o modelo MTG-B1000XB, negro com pormenores azuis; e o especial MTG-1000DCM1AJR com ‘camuflagem pontilhada’, usando aqui palavras minhas.
O que distingue então estes modelos dos outros G-Shock? Bem, a diferença é algo muito simples. Na minha opinião, estes são a cereja no topo do bolo G-Shock. São o culminar da mestria de fabrico da marca e do seu uso dos materiais. Se os outros de que já falei e que vemos com frequência podem ser considerados os clássicos, como entrada entrada de gama, estes são o topo, o melhor que a marca faz. Mas também neste aspeto há algo que tenho de referir. Apesar da enorme variedade de modelos existentes, quando se adquire um G-Shock, não se faz pelo preço, mas sim pela estética. Os MT-G são, de facto, incríveis em termos de construção — o que os distingue dentro do selo G-Shock — mas também apresentam uma estética muito própria.
O ‘como’
Agora tempo para aquelas coisas boas de que tanto gosto. As versões MTG-B1000XBD-1A e MTG-B1000XB têm uma caixa em resina e uma luneta construída por camadas de carbono vermelho ou azul e negro, o que é uma estreia nos modelos da marca. A parte superior da luneta remata com um padrão quadricular em carbono negro e cinza e parafusos hexagonais, o que lhe confere um aspeto poderoso. O vidro é de safira e a coroa de rosca tem um acabamento texturado para um fácil manuseamento, garantindo uma estanqueidade até 200 metros.
Os pormenores vermelhos ou azuis, dependendo do modelo, no botão às 8h, são fruto do processo de anodização o que garante uma cor luminosa e intensa, quebrando a dominante estética negra. As dimensões são generosas. Uns portentosos 52.2 x 46.2 x 14.6 mm podem ser intimidantes, mas um engenhoso sistema de integração das correias na caixa fazem com que o seu ajuste ao pulso seja perfeito, enquanto a resina e o carbono garantem uma leveza extrema. Os mostradores são decorados um subtil guilloché cruzado.
A versão 1000DCM1AJR é algo diferente devido ao seu acabamento que carinhosamente alcunhei ‘camuflagem pontilhada’. Esse padrão é impresso a laser na caixa e bracelete em titânio com revestimento PVD.
O ‘porquê’
Com estes modelos, a Casio demonstra o seu poder e, acima de tudo, demonstra que nem o design, nem os materiais usados são justificações ou impedimentos para a ostentação do selo G-Shock. Creio que isso é o mais importante a reter. Independentemente do seu preço ser mais elevado do que é habitual, a bitola de robustez e de qualidade mantém-se na primeira e foi amplamente elevada na segunda. Em Basileia, a Casio mostrou-nos o que iria fazer e como o iria fazer. Cumpriu em toda a linha. Os MT-G e o MR-G são fantásticas peças de relojoaria, dignas herdeiras do selo G-Shock.
O ‘extra’
Outro modelo que recebemos juntamente com os G-Shock MT-G foi o MRG-B1000D-1ADR. Digamos que o MR-G é o sublimar do que já é sublime. Totalmente em titânio e numa estética mais despojada, o MR-G aposta num visual metalizado quebrado apenas pela luneta em DLC (Diamond Like Carbon). Todos os quatro modelos são chamados solares sendo que o MR-G tem a particularidade de ter uma reserva de energia de dois anos.
Em relação às funções destes modelos, deixem-me resumir tudo numa frase. Não me pergunte o que os MT-G/MR-G fazem, pergunte-se antes o que não fazem. Radio controlados para uma precisão absoluta, conetividade Bluetooth®, cronógrafo com contagem decrescente, alarme, duplo fuso horário, data e dia da semana… a lista continua, se continua…
Nota final: Devido a diversos fatores, saber o PVP exato destes relógios é um exercício bastante difícil. Estão disponíveis em lojas físicas e por toda a Internet com alguma disparidade. Aconselha-se alguma pesquisa ou o contacto direto com os representantes da marca em Portugal.
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