IWC Ingenieur Carbon Performance Automatic Ceramic

EdT52 — O Ingenieur é um modelo incontornável na história da IWC que hoje em dia está transformado numa linha que a marca de Schaffhausen tem associado ao mundo automóvel. A ligação inicial à AMG e à escuderia Mercedes de Formula 1 inspiraram diversos modelos — sendo um dos mais recentes a edição limitada Ingenieur Carbon Performance Automatic.

Análise que complementa as fotos publicadas na edição 52 da Espiral do Tempo

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Inicialmente pensado para o pulso de técnicos e cientistas numa década de 1950 em que se assistiu a um progresso notável em todas as áreas da exploração, o Ingenieur cedo se tornou numa referência pelas suas propriedades anti-magnéticas e de estanqueidade — para além da precisão dos calibres 852 e 8521, criados sob a batuta de Albert Pellaton (então diretor técnico da marca) e colocados numa espécie de caixa interior em aço macio que protegia o movimento de campos magnéticos até aos 80 mil amperes, mais do que 16 vezes a resistência exigida na altura pela norma Suíça para relógios anti-magnéticos.

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O nome ‘Ingenieur’ contribuiu muito para o sucesso do relógio, que na altura era uma espécie de versão civil ou ‘positiva’ do Mark XI de mostrador preto e caraterísticas reconhecidamente militares. As versões inaugurais de 1954-55 sofreram algumas alterações até que a força das correntes estéticas que lançaram a década de 70 forçaram a uma mudança radical — e aquele que era então o mais destacado designer da relojoaria suíça, Gérald Genta, subscreveu um desenho que cortou estruturalmente com o passado e que andava muito na linha das arquiteturas integradas do Royal Oak da Audemars Piguet e do Nautilus da Patek Philippe. O Ingenieur de 1975 (também designado Jumbo ou SL) apresentava-se com um novo look, mas com as caraterísticas de sempre ainda mais reforçadas: legibilidade e robustez. Chegado ao mercado em plena crise do quartzo, não teve uma produção muito alargada — foram feitos apenas 1000 exemplares, sendo depois criadas novas versões em 1983, 1989 e 1991.

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Fast forward para 2005 e a IWC relançou completamente o Ingenieur, respeitando esse traçado de Gérald Genta tão caraterístico dos anos 70, mas estilizado de modo contemporâneo e com padrões de produção modernos — para além de ser declinado numa alargada família com diversos tipos de funções, materiais e tamanhos. E com uma ligação muito especial ao universo motorizado, que começou logo com uma parceria com a AMG (o exclusivo atelier de competição e design da Mercedes) para, a partir desta década, se alargar à escuderia germânica na sua disciplina máxima: a Fórmula 1.

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A AMG e a Mercedes-Benz são marcas que falam a mesma linguagem da IWC, cuja sede, em Schaffhousen, fica praticamente na fronteira com a Alemanha. Para mais, evocam um universo muito masculino. Inevitavelmente foram surgindo edições limitadas do Ingenieur diretamente ligadas à AMG e/ou à Mercedes-Benz ou então inspiradas pelo tecnicismo do mundo automóvel — e uma das mais recentes é o Ingenieur Carbon Performance Ceramic, concebido precisamente para destacar a parceria com a Mercedes AMG Petronas Formula One Team.


Ingenieur Carbon Performance Ceramic

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Trata-se de um modelo ‘simples’ no sentido em que, tal como o original Ingenieur, apresenta uma disposição do tempo com somente três ponteiros (horas, minutos, segundos), mas verdadeiramente high-tech na sua construção: a caixa em fibra de carbono ultra-leve (material tão usado no automobilismo e com um quinto do peso do aço), ao passo que a luneta em cerâmica ultra-resistente (à semelhança dos travões dos bólides) se apresenta com um inédito polimento espelhado. Também a cabeça dos parafusos, a coroa e os protetores da coroa são feitos em cerâmica, enquanto o titânio foi escolhido para os parafusos e para o anel do fundo da caixa.

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A secção média da caixa é construída segundo os princípios de um monocoque de Fórmula 1, já que as fibras são misturadas com resina epoxy e moldadas ainda antes de serem cozidas sob altas temperaturas e elevada pressão. Também o mostrador é feito em fibra de carbono, sendo que as nuances óticas lhe proporcionam um visual tridimensional; o outro toque ‘racing’ é dado pelo desenho do rotor, que evoca os pistões. E a bracelete tem uma base de cauchu com um preenchimento de couro texturado para combinar com o mostrador e as costuras são reminiscentes do padrão utilizado nos pneus usados em circuitos molhados.

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Quanto ao movimento, o calibre automático de manufatura 80110 dispõe de um sistema de absorção de choques integrado que o torna imune a acelerações extremas e a travagens bruscas — caraterísticas fundamentais para poder ser utilizado no pulso de pilotos de competição. O formato é imponente: 46 mm. Ou seja, um relógio de grande cilindrada… ET_simb

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