Patek Philippe – a biografia autorizada

Um dos presentes de Natal que tivemos a honra de receber na nossa redação foi o livro Patek Philippe The authorized biography da autoria de Nicholas Foulkes. Uma honra mesmo. É que se, inicialmente, esta obra estava prevista para ser lançada no âmbito das celebrações do 175.º aniversário da manufatura, a verdade é que sai fora da data prevista, mas com mais ‘peso’ do que se poderia pensar. O próprio autor o afirma: «(…) I hope that it has been worth the wait and the weight.»

Aqui deste lado, não sabemos quantas pessoas irão passar horas seguidas a ler efetivamente uma bíblia deste tamanho. Imaginamos que algumas. Mas o processo mais realista que nos salta assim de repente é sem dúvida o saborear — em diversos momentos.

Porque uma obra deste calibre é a isso mesmo que obriga. E é isso mesmo que merece.

Estamos assim a falar antes de ter lido o livro na sua totalidade. Mas tal não quer dizer que não o tenhamos começado a saborear.

O primeiro impacto: um livro de grandes dimensões, respeitável, com um tratamento editorial irrepreensível. É preciso passar a mão pela capa primeiro, com toda a calma do mundo. Estamos a falar de uma obra que nos revela segredos de uma das mais conceituadas marcas de alta-relojoaria. Podemos depois abrir, com respeito, claro.

Paramos no índice. São 25 capítulos que atravessam todo um percurso solene — que parte de 1812, ano do nascimento de Antoni Patek Prawdzic, fundador da Patek, Czapek & Cie que iria tornar-se mais tarde na Patek Philippe, até ao mais recente presente. Temos um longo caminho pela frente. Mas não há pressa. Queremos saber apenas o que é que deste livro podemos esperar.

Avançamos depois para o prefácio, onde o autor nos explica as origens do projeto — um convite de Jasmine Steele, diretora internacional de comunicação e relações públicas da Patek Philippe, que pretendia um livro centrado nos últimos 25 anos da marca. Este livro deveria ser lançado no âmbito da celebração dos 175 anos Patek Philippe. Em 2014, portanto. A obra acabou por sair dois anos depois e não se centra apenas nos últimos 25 anos da marca. Não mesmo.

Pormenores…

Basta explorar as páginas para perceber que estamos perante uma obra imperial. Entre fotos de contexto e de família, imagens de arquivo, registos escritos, gravuras, relógios e extensos apêndices com listagens de referências de relógios lançados pela marca, com indicação de respetivos calibres, materiais e datas de lançamentos. E se julga que ninguém liga a este tipo de listagens, desengane-se. Como nos conta Benjamin Clymer do site Hodinkee, um aficionado e conhecedor (que desbravou o livro num fim de semana!) descobriu numa destas listagens que, afinal, a Referência 1518, referido como o primeiro cronógrafo produzido em série, não foi produzido apenas com mistura de metais, como se julgava, mas também em platina…

Ainda não chegámos a este nível de detalhe, nem aproximadamente. Mas queremos relembrar o Ref.106 VIII, um relógio reversível com data de 1931/1932 que pode ser apreciado no Museu Patek Philippe e que se trata precisamente de um modelo equivalente ao Reverso — estamos acostumados a associar este modelo à Jaeger-LeCoultre (p.401), certo? Contaremos mais, em breve…

Ou convidar o leitor a descobrir a história que liga a Patek Philippe ao retalhista brasileiro Gondolo & Labouriau no século XIX — que, com uma iniciativa de vendas tipo lotaria, acabou por garantir o acesso a relógios da marca por pessoas que de outra forma jamais os poderiam adquirir. Esta iniciativa acabou por se traduzir numa espécie de rede social que uniu apaixonados por relojoaria  (p. 136 – 147).

Também curiosos são os extratos de um manuscrito de 1942, ilustrado por Henri Stern durante a sua viagem pela América e um mapa onde o próprio traçou o percurso, seguindo as pisadas dos seus antepassados — num périplo que tinha como objetivo a promoção e comercialização da marca. O gosto pela ilustração também se faz ver noutros trabalhos que documentam os lugares por onde passou e em esboços muito expressivos que revelam as dúvidas perante a longa viagem que tinha pela frente.

Como dá para ver, não pretendemos ser exaustivos, nem tão pouco mais ou menos. Apenas aguçar o apetite para uns momentos bem passados. Da nossa parte, vamos continuar. Aos poucos. Até porque o ano ainda agora começou. A nossa ideia é explorar e vamos, com o tempo, apresentar curiosidades que nos parecem deliciosas. Julgamos que esta será uma forma interessante de partilha!

Se quiser adquirir o livro Patek Philippe: The authorized biography basta aceder ao site oficial e seguir o processo indicado.

Boas leituras! ET_simb

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