De bolso

São dos instrumentos mais evocativos do passado, relembrando os bons velhos tempos em que, com classe e elegância, se retirava do bolso um relógio para consultar as horas. Os relógios de bolso continuam a existir. Não apenas no mercado vintage, mas também nos portefólios atuais de algumas marcas. E trata-se de uma boa opção para quem é fã do estilo de antigamente.

WC_Tribute to Pallweber
Tribute to Pallweber. © IWC Schaffhausen

Se a história mostra que a democratização dos relógios de pulso implicou uma gradual redução da produção de relógios de bolso até valores residuais, também é verdade que, quando estas peças são retomadas no mundo contemporâneo, tendem a surgir como objetos verdadeiramente especiais.

Piaget Altiplano pocket Watch
Altiplano Pocket Watch. © Piaget

Neste sentido, é curioso notar que os relógios de bolso não desapareceram, mantendo-se ainda, discretos, nas coleções de determinadas marcas. Aliás, a característica ação de retirar o relógio do bolso até tem paralelo na era dos smartphones – o que não deixa de ser curioso, porque uma nova geração pouco habituada a usar relógios de pulso acaba por recuperar, sem o saber, um gesto típico dos nossos ancestrais quando precisavam de consultar as horas. isto para quem tem a coragem de guardar o seu smartphone no bolso e tirá-lo de tempos a tempos para consultar as horas.

Voutilainen TP1 Only Watch
TP1 Only Watch. © Voutilainen

Os relógios de bolso propriamente ditos são peças sempre muito associadas a um mundo de grande elegância. Relógios que evocam o naturalmente o passado, relembrando tempos do século XIX em que os relógios de pulso ainda nem eram sequer uma miragem ou parte do século XX em que ainda eram considerados algo femininos.

Patek Philippe 972-1J
Ref. 972-1J © Patek Philippe

Hoje, continua a ser o mercado de relojoaria vintage que oferece as maiores oportunidades de aquisição neste domínio, mas tal não invalida a aposta que algumas marcas continuam a fazer neste género de relógios. A Patek Philippe, a Breguet e a Jaquet Droz são exemplos de casas históricas que têm resguardado esta tradição; mas o mesmo se pode dizer dos exemplares que a Montblanc tem vindo a lançar no seio da sua coleção 1858, sem esquecer o 4810 Orbis Terrarum apresentado há uns anos.

Montblanc_ 1858 Pocket Watch
1858 Pocket Watch © Montblanc
Montblanc_4810 Orbis Terrarum
4810 Orbis Terrarum. © Montblanc

A Piaget inclui no seu portefólio Altiplano um relógio de bolso em tons de azul, numa edição limitada, particularmente elegante e sofisticada. A IWC lançou em 2018 uma edição de bolso comemorativa Tribute to Pallweber e o mestre Kari Voutilainen surpreendeu ao optar por uma peça única de bolso destinada ao leilão de beneficência Only Watch de 2019.

harry-winston-the-ultimate-quadri-tourbillon
The Ultimate Quadri-Tourbillon.© Harry Winston

Já o UR-1001 Titan Pocket Watch da Urwerk é um poderoso instrumento do tempo repleto de complicações idealizado por uma marca de contemporânea de pendor vanguardista. E até a Bell & Ross entrou no exercício, assim como a Harry Winston que, neste início de 2021, apresentou um relógio de bolso.

Mas talvez nenhuma outra marca tenha tanto em consideração os revivalistas como a Bovet, cuja caixa patenteada Amadeo permite ao utilizador transformar um relógio de pulso em relógio de bolso e até de mesa…

Bovet_Amadeo® Fleurier Tourbillon Virtuoso IV
Amadeo® Fleurier Tourbillon Virtuoso IV. © Bovet 1822

Podendo ser considerada ou não uma tendência, não deixa de ser revelador que, em alta-relojoaria, o passado continua a servir como fonte de inspiração para modelos de bolso de cariz contemporâneo. Por outro lado, a associação a ofícios artesanais vem contribuir ainda mais este género peças ainda mais especiais e com mais significado. Uma forma de reinvenção, ancorada no património de outros tempos, que se concretiza em relógios muito interessantes para saudosistas que cultivam a diferença.

Bell & Ross PW1 Vintage Pocket Watch
PW1 Vintage Pocket Watch. © Bell & Ross

Continue connosco: