Baselworld 2018: a nova linhagem Tudor

Em Basileia/ Ao longo dos últimos anos, a Tudor tem estado sempre na linha da frente relativamente às novidades mais aguardadas de Baselworld – não só no que diz respeito à imprensa especializada, mas também aos aficionados. E a marca voltou a não desiludir, num ano em que partilhou estratégia com a sua ‘irmã mais velha’ Rolex. O Black Bay GMT foi a estrela da companhia.

A estrela da companhia: o novo Black Bay GMT. © Tudor
A estrela da companhia mais a sua luneta bicolor: o novo Black Bay GMT. © Tudor

Novas coleções, novos tamanhos, novos calibres, novos pormenores e uma nova complicação que muito deu que falar no âmbito de Baselworld: é assim que, numa tirada, se podem resumir as novidades da Tudor para este ano. E a Tudor, desde a sua renovação na transição para a presente década tem sido consistentemente uma das marcas favoritas da imprensa especializada e dos aficionados da relojoaria, pelo que há sempre grande expectativa a rodear as novidades apresentadas na maior feira relojoeira do mundo. O lançamento da linha Heritage em 2010 deu o mote e o advento do Heritage Black Bay de mergulho em 2012 (após o Heritage Chronograph e o Heritage Advisor nos anos precedentes) catapultou definitivamente a marca para fora da sombra da sua ‘grande irmã’ Rolex. Estilo apurado e grande qualidade a um bom preço são argumentos sempre muito fortes…

Tudor Black Bay GMT

Curiosamente, esse caminho de emancipação desembocou numa estratégia comum na edição deste ano de Baselworld tão dominada pelas chamadas ‘lunetas Pepsi’ e pela complicação GMT – precisamente devido às duas marcas, com o intuito de apresentar um produto forte e identificável em vários patamares de preço. A Rolex apresentou o GMT-Master II em aço com luneta bicolor azul/vermelha, atualizou o GMT-Master II em ouro branco de luneta bicolor azul/vermelha com um mostrador azul mate e introduziu duas novas variantes do GMT-Master II em aço/ouro (Rolesor) e ouro (Everose) com luneta preta/castanha (designada ‘Root Beer’); a Tudor complementa a oferta com o Black Bay GMT que passa a ser o primeiro preço nessa estratégia, mas com um ‘perceived value’ bem superior, já que muito boa gente até o considera o mais estiloso do lote.

Tudor Black Bay GMT © Espiral do Tempo
Black Bay GMT com bracelete em aço © Espiral do Tempo/ Miguel Seabra

Porquê? Porque tem aquele toque suplementar retro que satisfaz os conhecedores e os colecionadores. Claro que a luneta bicolor muito contribui para o impacto visual, mas – apesar de também ter recebido a alcunha ‘Pepsi’ por parte da crítica – não é bem vermelha e azul: o vermelho é o vermelho velho ou mesmo Bordeaux da luneta do Black Bay inaugural, sendo que o azul remete para a variante seguinte do Black Bay. O ponteiro suplementar para o segundo fuso horário com leitura de 24 horas através da escala na luneta bidirecional apresenta a ponta ‘Snow Flake’ presente no ponteiro dos segundos de todos os modelos Black Bay e que remete para os antigos modelos de mergulho da Tudor nos anos 70.

Tudor Black Bay GMT © Espiral do Tempo
A luneta bicolor com escala de 24 horas em destaque no Black Bay GMT © Espiral do Tempo

Para além desses evidentes aspetos que tanto contribuem para a identidade visual do Black Bay GMT, há outras afinações estéticas a ter em consideração: a coroa tem agora a rosa gravada em relevo (e não desenhada) e o tubo da coroa passou a ser da mesma cor do metal da caixa. O resto tem mais a ver com a parte técnica: graças ao novo calibre MT5652, a complicação adicional do segundo fuso horário foi integrada e não adicionada através de um módulo – fazendo com que a espessura do movimento se mantivesse igual.

O calibre com função GMT integrada. @ Tudor
O novo calibre MT5652 com função GMT integrada. @ Tudor

O Black Bay GMT é apresentado na habitual combinação dupla dos relógios da linha Heritage da Tudor: bracelete em aço de estilo vintage mais bracelete têxtil de fivela regulável ou correia em pele envelhecida com fecho de báscula mais bracelete têxtil de fivela regulável.

Black Bay GMT na versão com correia de pele envelhecida. © Tudor
Black Bay GMT na versão com correia de pele envelhecida. © Tudor

Tudor Black Bay Fifty-Eight

Para além da principal estrela do certame, a introdução de um novo tamanho na gama Black Bay também foi muito bem recebida – o Black Bay Fifty-Eight apresenta todas as caraterísticas dos Black Bay sem data, mas com um diâmetro reduzido dos 41mm habituais para uns 39mm que são mais vincadamente neo-retro para satisfação dos puristas e que tornam o relógio mais versátil para uso em pulsos estreitos ou femininos.

Tudor Black Bay Fifty-Eight © Espiral do Tempo
Black Bay Fifty-Eight com bracelete em aço © Espiral do Tempo/ Miguel Seabra

O nome Fifty-Eight remete para o ano em que a Tudor lançou o seu primeiro relógio de mergulho (a referência 7924, de cognome ‘Big Crown’ e estanque até 200 metros, como todos os Black Bay atuais) e as próprias proporções do relógio são bem mais caraterísticas de 1958 do que as dos relógios de mergulho contemporâneos. Os detalhes a dourado envelhecido presentes nos indexes e na luneta fazem com que o look seja reforçadamente new-vintage.

Tudor Black Bay Fifty-Eight © Espiral do Tempo
Tudor Black Bay Fifty-Eight no seu visual com a bracelete têxtil complementar © Espiral do Tempo

E o movimento também é novo: o calibre MT5402 tem apenas 26mm para poder caber na caixa e foi concebido como o seu parente MT5602: de manufatura própria, com certificado cronométrico emitido pelo COSC, rotor bidirecional, arquitetura robusta, balanço de inércia variável, espiral de silício anti-magnética e 70 horas de reserva de corda, à semelhança de todos os movimentos de manufatura Tudor.

O calibre de dimensões mais reduzidas. © Tudor
O novo calibre de dimensões mais reduzidas MT5402, que equipa o Black Bay Fifty-Eight. © Tudor

Tudor Black Bay S&G

A terceira novidade da linha Black Bay prende-se com a estreia de um novo mostrador champanhe/dourado na variante bicolor aço/ouro designada Black Bay S&G (steel and Gold).

Tudor Black Bay S&G © Espiral do Tempo
O impactante novo mostrador ‘champanhe’ do Tudor Black Bay S&G © Espiral do Tempo

Apresenta um visual um pouco mais espampanante do que o da versão com mostrador preto no ano passado, mas o sabor retro que remete para os anos 70 é propositado e eficaz nesse propósito reminiscente. Como sucede com praticamente todos os modelos da linha Black Bay.

O Black Bay S&G destaca ainda mais o contraste entre o aço e o ouro através do mostrador champanhe. @ Tudor
A nova versão Black Bay S&G destaca ainda mais o contraste entre o aço e o ouro. @ Tudor

Tudor Black Bay 32 mm

Finalmente, a gama Tudor Black Bay de luneta lisa com movimento que não é de manufatura surge com um novo tamanho e uma nova cor.

Tudor Black Bay 32 mm © Espiral do Tempo
Tudor Black Bay 32 mm: mais uma tamanho para completar a linha © Espiral do Tempo

Passa a estar também disponível num diâmetro de 32 milímetros e com mostrador azul mate que complementa a oferta de mostradores pretos já existente. O novo tamanho satisfaz as senhoras que recentemente têm regressado a um diâmetro mais vintage dos modelos femininos.

Black Bay 32 com mostrador preto, também no novo diâmetro de 32 milímetros. © Tudor
Black Bay 32 com mostrador preto, também no novo diâmetro de 32 milímetros. © Tudor

Tudor 1926

A novidade estrutural na coleção tem o nome 1926 (data em que Hans Wilsdorf registou o nome Tudor) e honra uma era em que não havia a distinção entre relógios elegantes e desportivos. As referências não se ficam por aí e estendem-se a outras décadas.

Um dos históricos modelos da Tudor: o Oyster Prince de 1952. © Tudor
Um dos históricos modelos da Tudor: o Oyster Prince de 1952. © Tudor

Inspirado em antigos modelos da marca com mostrador simples ou texturado através de decoração do tipo ‘gauffre’, o novo 1926 é um relógio idealizado para ser prático e fiável em qualquer circunstância, adotando uma estratégia de preço ainda mais agressiva e que pudesse também satisfazer o público asiático.

Tudor 1926 © Espiral do Tempo
O novo 1926 no pulso © Espiral do Tempo/ Miguel Seabra

O novo Tudor 1926 está disponível em quatro diâmetros – 41, 39, 36 e 28mm – versões em aço ou bicolores, duas cores de mostrador (prateado ou preto) e duas finalizações de mostrador (gauffre ou plano).

Tudor 1926 © Espiral do Tempo
Pormenor do mostrador numa das versões do novo Tudor 1926 © Espiral do Tempo

Em suma: mais um ano forte da Tudor em Baselworld…

Visite o site oficial da marca para mais informações.

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