Patek Philippe Calatrava Azulejos (um toque português)

A Patek Philippe desvelou em Baselworld dois modelos muito particulares que estiveram longe do foco mediático mas que não nos passaram despercebidos: dois relógios Calatrava ‘Azulejos’, com um mostrador evocativo de uma arte bem portuguesa.

A Patek Philippe sempre foi das marcas de alta-relojoaria que nunca pararam de investir nas artes tradicionais enquanto complemento alternativo para muitos dos seus prodígios mecânicos – até mesmo durante as décadas de 70, 80 e 90 sob a batuta de Philippe Stern, muito antes de os chamados Métiers d’Art entrarem na moda no que diz respeito às principais manufaturas. Discretamente, a casa genebrina tem lançado edições limitadas de tiragem muito exclusiva e uma das últimas iniciativas foi desvelada em Baselworld. Tendo por destaque uma temática muito cara ao público português.

Pois é, a Patek Philippe não se esqueceu do azulejo e criou dois modelos Calatrava evocativos dessa tão representativa arte portuguesa, combinando o conhecido calibre automático ultra-plano 240 com mostradores esmaltados no caraterístico tom azul.

Patek Philippe Calatrava 'Azulejos´.  Patek Philippe
Patek Philippe Calatrava ‘Azulejos´. © Patek Philippe

Na verdade, seria impossível conseguir fazer mostradores em cerâmica de azulejo propriamente dita; o que a Patek Philippe fez foi reproduzir imagens azuis típicas dos azulejos em miniatura numa base esmaltada sobre mostradores em ouro de 18 quilates. Todo o processo afigura-se extremamente complexo, desde a conceção do mostrador até à pintura miniaturizada, começando pela camada de contre-émail sobre o mostrador que evita a sua deformação durante as etapas de cozedura à volta dos 850º C; depois vem a primeira aplicação de esmalte e as várias camadas de pintura azul para recriar o espírito do azulejo num espaço tão reduzido segundo a técnica do trompe l’oeil.

Patek Philippe Calatrava 'Azulejos´: Ref. 5089G-061. © Patek Philippe
Patek Philippe Calatrava ‘Azulejos´: Ref. 5089G-061. © Patek Philippe

O artista precisa de usar um microscópio binocular e pincéis específicos com o diâmetro de um cabelo para pintar os mais pequenos detalhes. Tudo preparado com pós de vidro misturados com óxidos de metal e óleos específicos para se atingirem as variações de cor ideais., sendo necessário calcular antecipadamente como é que o processo de cozeduras múltiplas vai afetar a paleta cromática final.

E depois dá-se o caminho inverso: também no processo de arrefecimento controlado qualquer pequeno erro pode arruinar o trabalho efetuado. Até que uma camada final de esmalte transparente protege a imagem para a posteridade.

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Patek Philippe Calatrava ‘Azulejos´: Ref. 5089G-062. © Patek Philippe

Porque o mostrador ‘azulejo’ tem de assumir completo protagonismo, a Patek Philippe escolheu uma caixa discreta e elegante – a clássica caixa redonda Calatrava em ouro branco de 18 quilates com 38,6mm de diãmetro, complementada por ponteiros Dauphine (também em ouro branco de 18 quilates) que num dos exemplares são prateados e noutro são azulados.

Lá dentro, bate o já referido calibre 240 – de corda automática a partir de um micro-rotor com massa oscilante em ouro de 22 quilates. É um movimento que cumpre este ano o seu 40º aniversário e que, ao longo do tempo, tem sofrido as atualizações necessárias para se manter ao mais alto nível, sem esquecer o facto de cumprir todos os elevados requisitos do Selo Patek Philippe: precisão diária entre -3 e +2 segundos, mais os acabamentos superlativos tradicionais da casa genebrina que incluem Côtes de Genève, anglage e gravações preenchidas a ouro.

Uma maravilha!

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