Foram há pouco lançados a nível mundial e já estão, inclusive, disponíveis, em Portugal, os novos modelos Geophysic® da Jaeger-LeCoultre. O Geophysic® Universal Time e o Geophysic® True Second surgem assim como uma das grandes surpresas relojoeiras do salão Watches & Wonders, que decorreu em Hong Kong, entre 30 de setembro e 3 de outubro.
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3 de agosto de 1958 / missão secreta — o USS Nautilus (SSN-571), da marinha americana, o primeiro submarino da história dotado de um sistema de propulsão nuclear, leva a cabo o desafio de ligar o Pacífico e o Atlântico numa travessia sob a crosta gelada do Polo Norte. A bordo, segue uma tripulação de 116 oficiais e homens de equipamento, liderados pelo comandante William R. Anderson. Os riscos são muitos. Um gigante de aço com 97 metros de comprimento, 3180 toneladas e com uma capacidade para percorrer 60.000 milhas a uma velocidade de 20 nós desafia os perigos do gelo, a insegurança da Guerra Fria e a pouca fiabilidade de instrumentos, como a bússola, em zonas polares. A 5 de agosto, com o Nautilus já à superfície, foi transmitida a mensagem «Nautilus 90º N». O desafio tinha sido superado. Ao regressar ao Estados Unidos, toda a tripulação foi condecorada com a Legião de Mérito pelo próprio presidente Eisenhower. Mas o comandante recebe ainda mais um reconhecimento por parte das autoridades genebrinas: um Jaeger-LeCoultre Geophysic.
Com efeito, o Geophysic foi criado para as expedições polares no âmbito do Ano Internacional da Geofísica (IGY para International Year of Geophysics) — iniciativa que decorreu entre 1 de julho de 1957 e 31 de dezembro de 1958, e que uniu 67 nações diferentes em torno do objetivo de explorar o mundo e contribuir para uma melhor compreensão dos fenómenos do Planeta e dos fenómenos espaciais. Foram assim realizadas inúmeras missões no domínio das ciências da Terra e a Jaeger-LeCoultre criou o Geophysic com o objetivo de contribuir para este ano de progresso científico através de um instrumento fiável que pudesse acompanhar os investigadores um pouco por todo o mundo. Entre as caraterísticas deste relógio, estava a sua caixa resistente aos campos magnéticos até 600 gauss, o que garantia o funcionamento do relógio mesmo em locais que normalmente o tenderiam a afetar, como as zonas próximas dos polos. Um dos elementos que o identificava era o fundo gravado com um globo terrestre marcado por paralelos e meridianos, numa alusão ao ano em causa. Esta gravação continua a ser evocada nos modelos Master Compressor da Grande Maison, como símbolo da sua identidade enquanto relógios preparados para desafiar os extremos. Quando foi lançado, o Geophysic media 35 mm de diâmetro, e estavam disponíveis 1290 exemplares (1038 em aço, 222 em ouro amarelo e 30 em ouro rosa). E no final de 2014, a Jaeger-LeCoultre recuperou o seu legado ao lançar o Geophysic® 1958, uma edição de tributo ao modelo original que mantém a sua superioridade no domínio das caraterísticas antimagnéticas, mas que surge adaptada aos nossos tempos: um diâmetro mais generoso (38,5 mm), movimento de grande precisão com rolamentos de esferas de cerâmica e uma impermeabilidade até 100 metros.
Depois do sucesso que representou a reedição do Geophysic®, a Jaeger-LeCoultre encerra 2015 em grande com o lançamento de dois novos modelos também denominados Geophysic®, mas que surpreendem não só pela incontestável elegância, como também por estarem equipados com calibres de última geração que encerram inovações fora de série. Geophysic® Universal Time e Geophysic® True Second: eis as novas estrelas do portefólio Jaeger-LeCoultre.
Segundos verdadeiros
Como dissemos, os dois novos Geophysic® estão equipados com calibres de manufatura de última geração cuja principal novidade passa pela complicação que a marca designa como ‘true seconds’ (segundos verdadeiros). Em termos práticos, tal significa que o ponteiro dos segundos em vez de se movimentar continuamente, dá um salto no exato momento de transição entre um segundo e outro. Por outras palavras, o ponteiro dos segundos move-se da mesma forma que o ponteiro dos segundos de um movimento de quartzo, mas aqui trata-se de um movimento mecânico de corda automática. Esta solução técnica tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos no domínio da relojoaria de alta qualidade, mas já antes desta moda, nomes como F.P.Journe apostaram nesta complicação. No entanto, no caso da Jaeger-LeCoultre, à designação diferente une-se também a diferença na sua aplicação. Trata-se portanto de uma inovação técnica ao nível da construção do próprio calibre.
Com efeito, e apoiando-nos na explicação de Ian Skellern, do site Quill & Pad, o movimento que está na base dos true seconds da Jaeger-LeCoultre integra um trem de engrenagens adicional para o ponteiro dos segundos, que inclui uma estrela no eixo da roda de escape que transmite energia a uma mola que é libertada a casa segundo por uma alavanca, do género de um chicote, que faz avançar o ponteiro dos segundos a cada segundo. A mola destinada a esta complicação, apesar da grande dimensão, move-se apenas um pouco de cada vez, pelo que não consome muita energia. Outro aspeto importante passa pelo facto de a mola armazenar e libertar energia a cada segundo, mas muito próximo do centro do movimento, pelo que — tendo em conta a lógica de que quantas mais engrenagens, maior relação entre dentes e rodas se estabelece, traduzindo-se num movimento mais instável e tremido do próprio ponteiro — implica um número mais reduzido de engrenagens; sendo assim, o ponteiro dos segundos apresenta um movimento particularmente seguro e decidido.
Balanço Gyrolab
Outra das inovações que podemos encontrar no movimento dos novos Geophysic® da Jaeger-LeCoultre é o Gyrolab®, um novo tipo de balanço que se destaca desde logo pelo facto de não ser uma roda, como estamos acostumados, mas antes um balanço em forma de âncora, o que implica que a inércia fica concentrada nas extremidades. O resultado é uma oscilação mais livre e menos necessidade de energia, para uma otimização de 15%, face ao balanço tradicional. Além disso, acresce ainda o facto de não requerer qualquer lubrificação. Feitas as contas, os calibres 700 e 772 que equipam os dois novos Geophysic® surgem como duas bombas, cruciais numa coleção que representa perfeitamente a aposta na inovação, nos novos caminhos e na descoberta.
Geophysic® True Second e Geophysic® Universal Time
Tal como no Geophysic® 1958, o novo Geophysic® True Second está disponível numa versão com caixa em aço e numa outra versão com caixa em ouro rosa. No mostrador argenté texturado, saltam à vista os ponteiros das horas e dos minutos, bem como a estrela da coleção: o ponteiro central dos segundos que se move de forma estável e tranquila, em saltos de um segundo. Os indexes são aplicados e a condizer com o material da caixa, já às 3 horas encontra-se uma janela para a data. Com uma reserva de marcha de 40 horas, estanqueidade até 5 bar e correia em pele de aligátor, o Geophysic® True Second dispõe de um fundo trasparente em vidro de safira que permite contemplar as maravilhas do calibre 770 que o equipa.
Também de caixa redonda e, igualmente disponível nas versões aço e ouro rosa, o Geophysic® Universal Time acrescenta à complicação true seconds a indicação worldtimer. Sendo assim, o mostrador é decorado com a gravação dos continentes e dos oceanos em lacre azul. O segundo fuso horário pode ser lido através de um anel de 24 horas, ao qual se une um outro anel na periferia do mostrador com o nome das cidades representativas dos 24 fusos horários. Equipado com o calibre 772, de 274 peças, o relógio apresenta também fundo em vidro de safira.
Por fim, não poderíamos deixar de referir que os novos modelos Geophysic® (tanto nas versões em aço, como nas versões em ouro rosa) estão disponíveis na boutique Jaeger-LeCoultre Portugal, na Torres Joalheiros da avenida da Liberdade em Lisboa. Em breve, apresentaremos uma análise detalhada, com fotos exclusivas. Entretanto, para mais informações, consulte o site oficial da Jaeger-LeCoultre.
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