Em Basileia | A Rolex não apresentou nenhum modelo verdadeiramente novo na recente edição de Baselworld, mas afinou a sua coleção – e o novo Yacht-Master é um perfeito exemplo disso: maior prestígio graças à sua caixa em ouro branco e a inclusão de diversos desenvolvimentos técnicos promovidos pela marca da coroa nos últimos anos.
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Miguel Seabra, em Basileia
Na contagem decrescente para Basileia, a maior curiosidade dos aficionados e da imprensa relojoeira prende-se normalmente com as novidades apresentadas pela Rolex – e a especulação é sempre muita, mas raramente os vaticínios saem certos. Falou-se muito num novo Milgauss… mas a marca genebrina centrou-se este ano na temática da vela, depois de, no ano passado, ter promovido a sua histórica ligação à aviação através de um conjunto de novos modelos GMT-Master II. A decoração náutica do tradicional serão da Rolex dedicado à imprensa foi sintomática: a vela e as regatas, área a que tem estado associada há mais de meio século, faziam automaticamente a ponte para o novo Yacht-Master de 42 milímetros em ouro branco, luneta em Cerachrom mate e bracelete Oysterflex.
A Rolex tem tantos modelos emblemáticos que haverá pelo menos uns cinco ou seis ícones da marca de que as pessoas se recordarão antes do Yacht-Master – que foi o último modelo completamente novo lançado antes da viragem do milénio, em 1992. Só começou a ganhar verdadeiramente popularidade a partir de 1997, ano em que, juntamente com os modelos em ouro e aço/ouro, passou também a ser concebido em Rolesium – um termo utilizado pela marca para definir a combinação entre aço 904L e platina 950 que tanto contribuiu para fazer dele um verdadeiro objeto de culto. Não tanto como os seus primos Submariner, Sea-Dweller e Deep-Sea, relógios de mergulho idealizados para mostrarem as suas valências debaixo de água; se reinam sob os mares, o Yacht-Master foi pensado para dominar sobre eles e rivalizar com a concorrência de prestígio da Audemars Piguet (Royal Oak) e Patek Philippe (Nautilus). O Yacht-Master II, entretanto lançado, apresenta uma complicação suplementar de contagem decrescente e memória mecânica; o Yacht-Master agora apresentado na feira de Basileia retoma os elementos de estilo do modelo de base da coleção e baralha-os numa versão mais sofisticada.
Se o Submariner, que até deu posteriormente origem ao Sea-Dweller e também ao Deep-Sea, é incontornável na coleção da Rolex e deve ser o modelo mais imitado de sempre na história da relojoaria, o Yacht-Master apresenta um charme muito especial por isso mesmo: é bem mais raro de se ver no pulso do que os seus outros parentes de vocação marítima – ou outros modelos como o GMT-Master II, ou o Daytona, ou os Datejust. O reforço do seu pedigree através de uma mais prestigiada variante em ouro branco pode dar um novo impulso à saga do Yacht-Master.
O novo Yacht-Master Rolesium
O que primeiro salta à vista no novo Yacht-Master é a inédita luneta contrastante em Cerachrom num preto baço, em contraste com as anteriores lunetas em platina quase ton sur ton sobre a caixa em aço (o Yacht-Master II tem luneta colorida em Cerachrom, mas é um relógio diferente). Mas, apesar da opção pelo preto mate, a luneta bidirecional mantém a caraterística de ter os indicadores e os algarismos da escala em relevo (e polidos). Os índices e os ponteiros das horas e dos minutos também apresentam dimensões maiores do que os primos mergulhadores Submariner, Sea-Dweller e Deepsea – o chamado Maxi Dial que oferece legibilidade acrescida mesmo em precárias situações de visibilidade, para mais surgindo agora numa caixa com o novo diâmetro de 42 milímetros, que na coleção Rolex existia somente no Explorer II.
Para a personalidade do relógio contribui muito a bracelete Oysterflex, uma bracelete de cauchu que não é propriamente uma bracelete em cauchu: integra no seu interior uma lâmina de metal superelástico (em titânio e níquel) que é revestido por borracha vulcanizada da última geração. Ao contrário de outras braceletes em cauchu, não poderá ser cortada devido a esse núcleo metálico. Para além disso, a bracelete Oysterflex tem também uma membrana (patenteada, claro) interior que permite uma ‘colagem’ ideal ao pulso para um conforto superior: uma solução genial porque aparentemente simples mas extraordinariamente eficaz. O fecho de báscula Oysterlock em ouro branco com sistema de extensão Glidelock afigura-se como o complemento ideal.
Finalmente, o novo Yacht-Master inclui também o Calibre 3255 – um calibre Rolex da nova geração de movimentos da casa genebrina que começou há quatro anos com reserva de corda maior (de 48 para 72 horas) e maior espaçamento no serviço pós-venda (garantia de 5 anos), para além do escape Chronergy e todas as otimizações promovidas pela marca que dão ao relógio a distinção de Superlative Chronometer. Ou seja, mais um produto sólido e fiável da Rolex, agora declinado em metal precioso.
Características Técnicas
Rolex
Oyster Perpetual Yacht-Master 42
Referência / 226659
Movimento / Mecânico de corda automática, Calibre 3235, 28.800 alt/h, 31 rubis, 70 horas de reserva de corda. Escape Chronergy.
Funções / Horas, minutos, segundos, data.
Caixa Ø 42 mm / Ouro branco 18kt, estanque até 100 metros.
Luneta /Ouro branco 18kt, rotativa bidirecional, disco Cerachrom em cerâmica preta.
Bracelete / Oysterflex com fecho Oysterlock em ouro branco 18kt e extensão Glidelock.
Preço/ € 26.100
Visite o site oficial da Rolex para mais informações.
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