Altos voos na companhia de um Rolex Sea-Dweller DeepSea ‘James Cameron’

Alemão apaixonado por Portugal, Tim N. é assumidamente viciado em relógios e aceitou o nosso convite para revelar um pouco mais sobre o que tanto o seduz no universo da relojoaria. E para tal escolheu um Rolex Sea-Dweller DeepSea ‘James Cameron’. Um relógio pensado para as profundezas que, quase por ironia, se tornou na perfeita companhia durante os inúmeros voos do nosso leitor convidado…

Olá. Chamo-me Tim. Tenho 52 anos e sou viciado em relógios. Tendo dito isto, sabem tudo e sabem nada a meu respeito. Sim, quando era criança ofereceram-me um relógio por um qualquer motivo. Sim, fiquei muito orgulhoso e senti-me um adulto. Há pouco tempo comprei um novo relógio — fiquei muito orgulhoso e senti-me como uma criança.

Relógio Rolex DeepSea SeaDweller_James Cameron no pulso, com mão no bolso.
Forte presença no pulso: o Rolex Sea-Dweller DeepSea James Cameron | © Tim N.

Por enquanto uma narrativa muito aborrecida, eu sei.

Há milhares de homens e mulheres neste planeta que partilham da minha paixão por relógios e na sua maioria têm mais conhecimento sobre as artes relojoeiras do que eu. Mas deixem-me dizer-vos o que os relógios significam para mim. Especialmente uma peça em particular.

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Um companheiro de pulso sempre acarinhado | © Tim N.

Uma das coisas de que realmente gosto é de voar a bordo de pequenos aviões — Cessna, Piper, aviões a hélice monomotores, coisas desse género. O meu coração dispara de alegria sempre que tenho a oportunidade de voar a bordo de um destes aparelhos. Infelizmente os meus olhos não me permitem tirar o brevet. Nunca consigo passar o teste de cor. Os vermelhos e os verdes são o meu ponto fraco.

Uma vez tive a oportunidade de voar num velho Piper dos anos 40. Que grande diversão! Foi fantástico. O indicador de combustível era um longo arame com uma rolha de cortiça na ponta a flutuar no depósito, mesmo à frente do para-brisas, e para olhos treinados o comprimento visível do arame indicava o combustível restante.

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Do fundo do mar para altos voos: Rolex Sea-Dweller DeepSea James Cameron | © Tim N.

Durante o voo, o tal arame vibrava e dançava para cima e para baixo como louco. Perguntei então ao piloto, um grande amigo meu, aficionado pelos velhos relógios Sinn: «Como é que consegues ´ler´ o indicador de combustível?». Bem, a resposta foi uma mistura entre um encolher de ombros, um murmúrio que disse ‘valor prático’ e um longo bocejo. Sim, é um tipo porreiro e sabe disso.

Naquele dia, ele deixou-me pegar nos comandos e mostrou-me um pouco como pilotar um avião. Foi um daqueles dias que não se esquece. Tudo estava bem, tudo estava certo e sentia-me totalmente seguro. Um avião, pequeno, muito velho, nervoso, pura mecânica — exatamente o que eu gosto.

A versão do Sea-Dweller DeepSea que a Rolex dedicou a James Cameron | © Tim N.

Pode ser difícil de acreditar, mas odeio ser passageiro num avião moderno. Boeing, Airbus — computadores controlados por joysticks, pilotados por ‘nerds’ motivados por regras de eficiência e controlados pelo omnipresente software que tudo supervisiona.

A cabine está repleta de maria-vai-com-as outras que consomem coisas sem importância da Netflix. A tripulação esforça-se por nos vender diferentes bugigangas sem qualquer interesse e, no cockpit, o piloto automático lá vai fazendo o trabalho enquanto os pilotos tentam manter-se acordados.

No ar ou no mar, mas também apropriado para prazeres terrenos | © Tim N.

Não é o meu mundo. Condenado à inatividade, amarrado ao meu destino, sento-me numa cadeira, que são sempre demasiado pequenas, enquanto espero a chegada de uma massiva dor de costas ao mesmo tempo que lido com um vizinho rude. Todos sabemos como é. Sou um passageiro frequente e tenho a certeza de que muitos sentirão empatia pelas minhas dificuldades. Preferiria fazer estas viagens num pequeno avião desportivo. Não me importo nada de apertar parafusos durante o voo se tal for necessário. Desde que não seja um computador a decidir.

Um relógio de mergulho profissional que se dá bem nos ares | © Tim N.

Então, o que é que eu faço para me me confortar nestes voos? Acho que todos adivinharam: há um relógio especial na minha coleção que me faz suportar estoicamente todas aquelas horas metido naquela cápsula que acelera através de uma atmosfera rarefeita.

E que relógio seria então apropriado para me acompanhar, lá em cima pelos céus? Exatamente! Um massivo relógio de mergulho! Parece-me óbvio, não acham?

A incidência de luz natural faz ressaltar as nuances do mostrador | © Tim N.

O Sea-Dweller DeepSea ‘James Cameron’, uma variante do Rolex Sea-Dweller DeepSea com mostrador D-Blue, é o meu Flieger preferido quando agarro na mala e me preparo para sair para o aeroporto. Não há outro relógio na minha coleção com o qual sinta tanta ligação e que tanto me acalma. «Calma, meu amigo. Estamos nisto juntos. Nada nos pode destruir, nenhum impacto, nenhuma pressão, nenhum computador ou software. O James Cameron já me levou a sítios que tu nem sonharias que existem, por isso a que lugares que eu não aguentaria é que tu me poderias levar?» Eu sei que o DeepSea está a dizer a verdade.

O autor e o seu Sea-Dweller DeepSea nas prias do Algarve | © DR
O autor numa praia em Portugal. | © Tim N.

Este relógio é o meu seguro de vida. Quando a situação se torna incómoda, não há problema. O DeepSea está comigo. Turbulência? Quero lá saber! O meu vizinho na cadeira do lado entorna sumo por cima da minha roupa? Ah, o DeepSea e eu vamos falar com aquela assistente de bordo super simpática e tentar limpar tudo. Funcionários do controle de imigração com má cara? Sem problema, sou resiliente tal como a caixa massiva que tenho no pulso.

Sim tenho noção de que tudo isto pode parecer um pouco louco, mas é assim que as coisas são para mim. Esta é uma das razões pelas quais gosto tanto de relógios. Assim como dos locais onde os compro. Mas essa já é uma história diferente.

Bem, se alguma vez repararem num tipo de meia-idade, num avião, a olhar para o pulso com um ar levemente sonhador… provavelmente serei eu.

Sobre o leitor convidado:

Perfil Tim N.

Para seguir: instagram.com/riva_aquarama/

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