A Armin Strom é uma marca relativamente desconhecida do público em geral mas que é muito respeitada no meio relojoeiro. Este ano celebra 15 anos desde a sua fundação que presta homenagem a um velho mestre — com 17 movimentos exclusivos, múltiplas patentes e designs originais.
Em 2009, Armin Strom deixou de ser uma marca individual associada a um mestre para se tornar numa manufatura relojoeira totalmente integrada e que atualmente produz in-house 97 por cento dos componentes dos seus relógios. E tudo começou quando o empresário Serge Michel e o relojoeiro Claude Greisler, dois joviais amigos de infância que frequentemente visitavam o atelier de Armin Strom, assumiram a ambição de criar uma companhia assente no legado de um velho amigo.
Um dos sinais estéticos distintivos era uma espécie de lingueta na parte exterior da caixa às 6 horas, que o mestre Armin Strom usava para gravações e personalizações desde que estabeleceu o seu atelier especializado em esqueletização. Essa caraterística lingueta tornou-se no pormenor estético emblemático da coleção desde o primeiro instante.
No espaço de 15 anos, Serge e Claude estabeleceram uma marca independente assente numa equipa de 38 pessoas que inclui 22 relojoeiros qualificados — todos capazes de transformar barras de aço bruto em centenas de componentes de complexos relógios mecânicos. Até agora, o percurso da Armin Strom ao longo de década e meia resultou em 17 calibres diferentes exclusivos de manufatura, com um design específico distribuído entre os três pilares principais da coleção: System 78, Resonance e Masterpiece.
Depois de a dupla de amigos ter inaugurado a sede da Armin Strom em Biel/Bienne, bastou um ano para lançarem um primeiro relógio dotado de movimento próprio em 2010: o One Week, com uma reserva de corda de sete dias. Imediatamente no ano seguinte, em 2011, a Armin Strom iniciou uma parceria com a equipa de Fórmula 1 Marussia Virgin Racing — e não foi apenas patrocinadora: peças de motores dos bólides de Formula 1 foram fundidas e utilizadas como componentes nos relógios criados para celebrar a colaboração.
Em 2012 surgiu o primeiro turbilhão concebido in-house. Em 2015, a marca recebeu o primeiro dos seus três Red Dot Awards pelo design do Skeleton Pure Water. Em 2016, foi apresentado o primeiro modelo Mirrored Force Resonance, dotado de uma solução de embraiagem de ressonância patenteada que gera ressonância para melhorar a precisão e a consistência cronométrica — uma invenção que se tornou fundamental para a atual identidade da companhia helvética sediada em Biel/Bienne (dois nomes para a mesma cidade, consoante a preferência germânica ou francófona).
Prosseguindo nessa senda criativa, o primeiro relógio Dual Time surgiu em 2018 — com duas exibições de tempo completamente independentes, impulsionadas por movimentos independentes mas unidos em ressonância. Foi o início da coleção Masterpiece, que em 2019 cresceu com o extraordinário Minute Repeater Resonance: nascia o primeiro relógio de pulso com ressonância e complicação acústica. Nesse mesmo ano, a Armin Strom lançou o primeiro relógio automático do mundo com um mecanismo patenteado de transmissão de força constante, o Gravity Equal Force.
Seguiram-se várias outras invenções relevantes. O Tribute 1, de 2021, reinterpreta o clássico relógio formal de uma forma moderna, ao mesmo tempo que inclui um motor inovador que aumenta a eficiência. O Orbit, de 2022, é o primeiro relógio do mundo com data ‘a pedido’ indicada na luneta, apoiado num engenhoso dispositivo.
A nova geração do One Week, desvelada em 2023, representou um regresso às raízes com um novo movimento e um novo design. Entretanto, foi tomada uma decisão importante: a emblemática lingueta no exterior da caixa, que era tão evidente às 6 horas, passou a ser muito mais discreta nos modelos tradicionais e mesmo inexistente nos modelos de arquitetura integrada da marca, como o Orbit e o One Week.
Essa decisão de reduzir a lingueta protuberante da caixa, tão emblemática da Armin Strom, para uma muito discreta saliência minimalista às 6 horas permitiu à marca manter essa caraterística identificativa e simultaneamente granjear um maior consenso estético por parte dos aficionados.
A força do openworked
«Desde o primeiro dia, adotamos uma abordagem refinada de design aberto nos mostradores dos nossos relógios, porque queremos destacar o trabalho, a precisão e a dedicação investidos em cada peça para refletir a nossa filosofia construção de relógios suíço-alemã baseada na ciência do movimento», salienta Claude Greisler — que gosta de recarregar as baterias esquiando nos Alpes suíços.
O co-fundador Serge Michel, que também é co-proprietário de um lendário festival de música na Suíça, acrescenta: «O trabalho árduo valeu a pena; não só temos agora colecionadores em todo o mundo, mas também construímos uma equipa fantástica. E ainda este ano lançaremos um novo relógio que resume verdadeiramente os nossos 15 anos de know-how e inovação».
Cada componente usado na arquitetura instantaneamente reconhecível graças à filosofia de transparência openworked da Armin Strom é cuidadosamente acabado à mão internamente e com decorações que atendem aos mais altos padrões de alta relojoaria: chanfros polidos; polimento preto; Côtes de Genève; perlagem; granulação reta; acabamentos mate, fosco e tremblage; granulação circular; ou superfícies escovadas em padrão soleillé.
Todos os calibres Armin Strom são feitos à mão, com 97% dos componentes do movimento desenvolvidos, fabricados e finalizados internamente. E antes de ser expedido, cada relógio é montado duas vezes e exaustivamente testado para obter a mais alta qualidade possível. Uma abordagem ligada ao homem que deu nome à marca, o mestre Armin Strom — que costumava afirmar que «quando alguém dedica tanto tempo quanto eu ao aperfeiçoamento de um calibre relojoeiro, passa a gostar muito mais do seu relógio».
Mal sabiam Serge e Claude, quando tinham oito anos e começaram a frequentar a oficina do mestre Armin Strom na aldeia de Burgdorf, que um dia transformariam uma pequena oficina especializada em esqueletização de relógios numa produção independente, realizando o sonho de longa data de construir os seus próprios relógios. Em 2024, a marca Armin Strom celebra 15 anos e continuará a sua busca independente pela inovação, precisão e perfeição — oferecendo aos aficionados savoir-faire relojoeiro tradicional com um toque moderno.
«15 anos talvez não seja muito tempo na indústria relojoeira», diz Serge, «mas é um bom número de anos para uma marca independente, através dos quais conseguimos construir uma identidade relojoeira suíça-alemã única, com características instantaneamente reconhecíveis. designs originais, domínio técnico e acabamentos notáveis». Segundo Claude, o futuro de Armin Strom é brilhante: «Temos muitas inovações na manga, algumas a serem apresentadas em 2024. Estamos prontos para dedicar mais 15 anos à ciência do movimento.»
Cá estaremos para acompanhar com atenção os próximos anos de uma marca que merece muito mais visibilidade do que aquela que tem tido…