Baselworld 2017: novidades TAG Heuer com Filipe Albuquerque

Em janeiro, a TAG Heuer já havia desvelado algumas das suas novidades para 2017 na sua apresentação em Genebra. Mas é agora, durante a feira de Basileia, a decorrer entre 23 e 30 de março, que o lote fica completo. Tivemos a oportunidade de ver antecipadamente a coleção de 2017 na companhia do embaixador da marca, Filipe Albuquerque — e aqui fica o relatório, juntamente com apontamentos do piloto português.

Antigamente, todos os caminhos iam dar a Basileia – o maior certame mundial de relojoaria que historicamente se realiza naquela cidade suíça desde o início do século XX. Hoje em dia, nem todos. E já há outras exibições relojoeiras de relevo noutras cidades helvéticas e até mesmo noutras paragens geográficas. Mas Baselworld continua a ser a principal referência, e a TAG Heuer mantém-se como uma das marcas protagonistas, até porque o seu stand surge incontornável logo na entrada do salão principal.

A TAG Heuer já desvelou um pouco os novos relógios de 2017 na exposição que montou num barco atracado no quai du Mont-Blanc, durante a chamada «Geneva Wonder Week» (na semana do Salon International de la Haute Horlogerie) em janeiro. Embora o grosso das novidades seja apresentado em Basileia, pudemos apreciar antecipadamente as novidades do catálogo na companhia de Filipe Albuquerque e recolher as impressões sobre os seus modelos favoritos da marca à qual está associado na condição de embaixador.

Filipe Albuquerque com o novo TAG Heuer Carrera Day-Date © Espiral do Tempo

Há estreias em quase todas as linhas da coleção: no plano da herança histórica, a nova reedição/reinterpretação do Autavia já era conhecida na sequência do inovador processo de seleção feito no ano passado; o Carrera Heuer 01 continua a afirmar-se como um esteio da marca na era de Jean-Claude Biver e ganha novas declinações; o Carrera Calibre 16 Day-Date ganha uma surpreendente adição. Há novidades tanto masculinas como femininas na família Aquaracer e, entre as novidades decorrentes das várias parcerias, destacam-se o modelo dedicado ao Manchester United e o que é inspirado pela equipa Red Bull Racing de Fórmula 1.

Autavia: relevância histórica

Depois de o Monza ter sido consagrado como um dos relógios mais cool da edição transata de Baselworld e de ter mesmo ganhado o prémio revivalista no Grand Prix d’Horlogerie de Genève, a nova homenagem da TAG Heuer ao seu glorioso passado é mais uma reedição do que uma reinterpretação, e foi decidida maioritariamente pelos aficionados da marca num processo original e democrático – através de um torneio on-line que recebeu o nome de Autavia Cup e que definiu qual das diversas versões comercializadas entre 1962 e 1968 seria escolhida.
Se as anteriores reedições do Autavia, de 2003, se inspiravam no visual dos Autavia com caixa em C de 1969 (e coroa à esquerda, devido ao peculiar calibre automático Chronomatic), esta saiu de um torneio virtual em que 16 diferentes modelos Autavia da ‘primeira geração’ (ou seja, pré-Chronomatic) foram emparelhados de modo a defrontarem-se entre si num mano a mano com três rondas de eliminação até à final. Entre cronógrafos de dois ou três totalizadores, na sua esmagadora maioria com combinações ‘Panda’ (contadores pretos em fundo branco) ou ‘reverse Panda’ (contadores brancos em fundo preto), mais de 50 mil votações on-line estabeleceram a vitória do modelo com a referência 2446 MK3, conhecido por Autavia Rindt, por ter sido usado frequentemente pelo malogrado piloto alemão campeão de Fórmula 1 Jochen Rindt.

TAG Heuer Autavia © Espiral do Tempo / Paulo Pires
TAG Heuer Autavia © Espiral do Tempo

Não houve grandes concessões relativamente ao original; o tamanho é decididamente mais contemporâneo, com a passagem dos 39 mm de diâmetro para os 42 mm, e era inevitável a adoção de uma motorização automática em detrimento do movimento de corda manual, com a particularidade de o novo Autavia estrear o Calibre Heuer-02 (um sucedâneo do CH80 que seria manufaturado no polo da marca em Chevenez). A data às 6 horas é um suplemento prático.
Como sucede em todos os modelos históricos, o branding utilizado é Heuer. Os totalizadores brancos com acabamento circular azurage oferecem um bom contraste com o fundo negro e os indicadores metálicos aplicados à mão nas horas. A luminescência utilizada é designada por SuperLumiNova Laranja, e, à luz natural, oferece um tom que evoca a pátina antiga. A luneta bidirecional inclui uma inserção em cerâmica com algarismos das horas prateados, e o vidro é convexo para consolidar o visual rétro — também complementado pela bracelete metálica com links centrais que evocam a original ‘Grãos de Arroz’ da empresa fornecedora Gay Frères, que tantos Autavia equipou nos anos 60. Quem não gosta de braceletes metálicas pode sempre mudar para uma qualquer de pele ou mesmo do tipo NATO em nylon, mas é muito provável que, no futuro, a própria TAG Heuer disponibilize o relógio com uma correia de couro específica.

Autavia © TAG Heuer
Em Baselworld o novo TAG Heuer Autavia foi apresentado com bracelete de pele. © TAG Heuer

Apesar das evidentes semelhanças estéticas relativamente ao original, Jean-Claude Biver evita o termo reedição: «Não gosto de repetir o passado, daí o novo Autavia ser uma reinterpretação e não uma cópia fiel do Autavia de 1964. É como pegar numa velha canção e tocá-la de outra maneira, mas também com substância. Como pegar no «Strangers in the Night» e dar-lhe uma volta». Filipe Albuquerque considera que se trata de um cronógrafo do qual se aprende a gostar: «Não fiquei fã logo à primeira, mas depois prestei mais atenção e olhei para ele mais uma e outra vez… coloquei-o no pulso e admito que não será um cronógrafo para todos os gostos, mas o conjunto é muito interessante e até a bracelete metálica de estilo vintage fica muito bem».

Carrera Day-Date: esteio da coleção

Carrera Day-Date © TAG Heuer
TAG Heuer Carrera Day-Date © TAG Heuer

Também com uma conotação histórica devido à herança do mítico cronógrafo Carrera, o Carrera Day-Date rapidamente se tornou num dos pilares da coleção pelo seu espírito despretensioso e desportivo. Com os movimentos cronográficos de manufatura a serem canalizados para o mais contemporâneo Carrera Heuer 01, o Carrera Day-Date com taquímetro (lançado em 2008) reassumiu a motorização do denominado Calibre 16 e volta a surgir em força — liderado, este ano, por um modelo em particular que surpreende ao dar um espírito nunca antes visto a um relógio que já teve tantas declinações.

Filipe Albuquerque com o TAG Heuer Carrera Day-Date © Espiral do Tempo / Paulo Pires
Filipe Albuquerque com o TAG Heuer Carrera Day-Date © Espiral do Tempo

O Carrera Day-Date 43 mm Calibre 16 Titanium apresenta uma aura mais ‘safari’ do que propriamente ‘motorsports’, graças à sua peculiar paleta cromática. A caixa em titânio de grau 2, tornada negra através do processo PVD, contrasta com algarismos em SuperLumiNova bege do mesmo tom do taquímetro, e a correia castanha em couro envelhecido vem reforçar o conjunto. Filipe Albuquerque foi lesto ao escolhê-lo como um dos seus destaques: «Chamou-me imediatamente a atenção, porque é um modelo muito caraterístico da TAG Heuer que conheço bem — tenho dois — e que agora surge diferente, graças a cores que me surpreenderam. A correia assenta-lhe na perfeição. Também é mais leve e confortável devido à caixa em titânio. Está muito bem concebido».

Além da estrela da companhia, haverá um novo Carrera Day-Date 43 mm Calibre 16 de visual clássico.

TAG Heuer Carrera Heuer 01: novo ex-líbris

Carrera Heuer01 © TAG Heuer
TAG Heuer Carrera Heuer 01 © TAG Heuer

O TAG Heuer Carrera Heuer 01 apresenta-se claramente como o protagonista no catálogo atual e simboliza a vigência de Jean-Claude Biver à frente da TAG Heuer, tendo sido a sua resposta para um momento crítico na história da marca e do mercado relojoeiro. Mas o Carrera Heuer 01 não veio apenas dar um novo posicionamento à marca; veio também oferecer algo de completamente novo e ajustado aos tempos que correm. O próprio Calibre Heuer 01 (desenvolvimento do Calibre 1887, o movimento cronográfico de manufatura que se destaca pela suavidade de acionamento) surge mais esqueletizado e com acabamentos condizentes com a personalidade do relógio — até porque é para ser visto através do mostrador ‘open-worked’ ou do fundo transparente. A arquitetura é modular e assente em 12 peças, permitindo múltiplas combinações entre asas, corpo central da caixa, fundo da caixa, luneta, coroa, botões do cronógrafo, parafusos, inserções e vidros utilizados tanto no mostrador como no fundo. As braceletes foram pensadas de modo a sublinhar o tom modernista do conjunto.

Aos primeiros modelos e às múltiplas variações do Carrera Heuer 01 original, vieram-se juntar as esperadas variações, com modelos mais monocromáticos e escurecidos. Também já está lançado o Carrera Heuer 02T, um crono-turbilhão a preço imbatível. Para já, as novidades deste ano no formato original de 45 mm prendem-se com uma edição especial dedicada à parceria com a escuderia Red Bull de Fórmula 1 e uma versão Full Black Matte Ceramic. Fazem-se acompanhar de uma versão de 43 mm dotada de mostrador preto fechado.

Filipe Albuquerque ficou sobretudo de olho no crono-turbilhão: «Gostava muito de ter o Carrera Heuer 02T porque o turbilhão é uma complicação que ainda não tenho na minha coleção, e é sempre impressionante vê-lo em funcionamento no mostrador». Como diz Jean-Claude Biver, «o que é bom é para se mostrar».

Aquaracer: para toda a prova

Aquaracer 300M Calibre 5 e Aquaracer Lady 300M © TAG Heuer
Aquaracer 300M Calibre 5 e Aquaracer Lady 300M © TAG Heuer

No seu conjunto, a linha Aquaracer é aquela que inclui o maior número de novidades em 2017. Sendo o relógio todo o terreno por excelência da TAG Heuer, está disponível numa plêiade de modelos estanques a 300 metros com a tradicional coroa de rosca acompanhada de uma luneta bidirecional e movimento automático ou de quartzo. Para homem e para senhora.

No plano masculino, destacam-se, entre as novidades, o Aquaracer 300M Calibre 5 com mostrador preto e luneta em cerâmica azul e o Aquaracer 300M Calibre 5 com mostrador branco (acompanhado de pormenores laranja) e luneta em aço, ambos com 43 mm de diâmetro. No mesmo tamanho, estão disponíveis novas versões de quartzo com mostrador e luneta em preto ou azul.
As senhoras contam com várias novidades nos tamanhos 35 mm e 32 mm, com luneta em cerâmica e mostrador em madrepérola.

Edições especiais: as parcerias

Formula 1 Manchester United Edition © TAG Heuer
Formula 1 Manchester United Edition © TAG Heuer

Pensado há já algum tempo, o acordo com o Manchester United assinado no início deste ano redundou prontamente numa primeira edição especial, tendo por base o cronógrafo de quartzo da linha Fórmula 1 — mas com um tom dominante a negro entrecortado por detalhes a vermelho e o inevitável emblema dos Red Devils; a bracelete em cauchu é surpreendente, replicando, de certo modo, o padrão da caraterística bracelete metálica da linha Link.

Carrera Calibre Heuer 01 Red Bull Edition © TAG Heuer
TAG Heuer Carrera Calibre Heuer 01 Red Bull Edition © TAG Heuer

Quanto à parceria com a Red Bull, o novo modelo assenta no Carrera Heuer 01 de 45 mm e é personalizado com as cores da escuderia, estando disponível com bracelete de aço ou correia mista de pele com borracha da nova geração. A caixa em aço é encimada por uma luneta azul que combina com o mostrador semiesqueletizado, e os detalhes vermelhos fornecem não só um contraste perfeito como acentuam o espírito racing do relógio.

Carrera Connected: vanguardismo interativo

Connected Modular 45 © TAG Heuer
Connected Modular 45 © TAG Heuer

O Carrera Connected é o outro ex-líbris da administração de Jean-Claude Biver, que quis puxar pelo vanguardismo inerente às iniciais TAG (significam Techniques d’Avant Garde) para criar um smartwatch de luxo acessível. «Acredito no Connected para uma marca como a nossa», reforça o CEO; o Carrera Connected foi um grande sucesso aquando do seu lançamento no final de 2015 e surge agora numa versão melhorada — e a menor estanqueidade decorrente do microfone e dos sensores está resolvida.

TAG Heuer Connected Modular no pulso de Filipe Albuquerque © Espiral do Tempo / Paulo Pires
TAG Heuer Connected Modular no pulso de Filipe Albuquerque © Espiral do Tempo

Filipe Albuquerque é um fervoroso admirador do smartwatch da TAG Heuer, um instrumento que complementa bem o seu estilo de vida. E, nos seus destaques da nova coleção, incluiu logicamente o novo Carrera Connected. «Tenho o original, e o Connected 2 é uma versão claramente melhorada. Permite-nos escolher entre um alargado leque de mostradores. O sistema de troca de braceletes é muito simples e podemos mudar nós próprios o look do relógio com uma bracelete diferente sem termos de ir a uma loja. Faz todo o sentido que seja à prova de água — o Connected 1 era somente ‘splash proo’ — para atividades mais desportivas, sem estarmos tão preocupados. O interface está melhorado e dá muito jeito para o treino, para a corrida, para a bicicleta, tem desafios diários para as flexões e os abdominais. Tem um conjunto de novas aplicações que são muito interessantes».

Em jeito de conclusão, aqui deixamos um vídeo promocional onde o próprio Flilpe Albuquerque nos mostra as potencialidades do novo TAG Heuer Connected Modular 45:

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