No âmbito dos Geneva Watch Days, a Czapek apresentou um novo relógio de pulso que apela a um lado lúdico, mas reflexivo também. O Antarctique Rattrapante R.U.R tem um robot no mostrador e é uma edição limitada a 77 exemplares.
Em 2021, a Czapek apresentava o Antarctique Rattrapante Silver Grey, um cronógrafo rattrapante que veio adicionar à coleção Antarctique uma boa dose de complexidade. Agora, este modelo renasce em 2025, com as mesmas entranhas técnicas à vista no mostrador, a mesma arquitetura integrada e os mesmos tons antracite, mas também com mais um toque de irreverência e de especialidade artesanal. Limitado a 77 exemplares, o novo Antarctique Rattrapante R.U.R é assim o mais recente relógio de pulso da Czapek e nele salta à vista a cabeça de um robot.
«Quando lançámos o Antarctique Rattrapante em 2021, um dos nossos acionistas sugeriu imediatamente incorporar um robot no movimento, como forma de celebrar a beleza do mecanismo», explica Xavier de Roquemaurel, CEO da Czapek & Cie. «Como a busca pela beleza mecânica e estética é central na nossa filosofia de relojoaria na Czapek e estamos sempre a pensar em diferentes formas de a abordar, adorámos a ideia de um robot – uma mistura lúdica de estética e mecânica – mas o verdadeiro impulso para a ideia do robot veio de um ponto mais distante…»
Robota
Tendo como ponto de partida temático ‘o robot’, o novo Antarctique Rattrapante R.U.R vem prestar homenagem ao checo Karel Čapek que, na década de 1920, contribuiu para a popularização da palavra ‘robot’, no sentido em que hoje a conhecemos, a partir da palavra checa robota, que significava também ‘trabalho forçado’.
Na peça R.U.R. – Robôs Universais de Rossum, da sua autoria, Čapek reflete criticamente sobre o potencial desumanizador dos avanços científicos e tecnológicos da época O alinhamento tem como base os ‘robota’, humanoides criados artificialmente para trabalhar em linhas de montagem de fábricas, que acabam por se revoltar contra os humanos. Graças a Čapek, “robot” passou assim a significar as máquinas humanoides que nós tão bem conhecemos e a sua peça abriu caminho a cenários distópicos de ficção científica como, por exemplo. O Exterminador Implacável e Blade Runner.
Agora, com a ascensão da automatação, da inteligência artificial, do peso da internet, entre outras questões, a reflexão do autor checo reveste-se de uma certa dose de atualidade na abordagem da relação entre humanidade e tecnologia.
É esta a base do novo relógio.
No mostrador
Com caixa de 42,5mm em aço e bracelete integrada, o Antarctique Rattrapante R.U.R é muito semelhante ao Antarctique Rattrapante regular, mas tem as suas especificidades. Do mostrador esqueletizado, saltam à vista os ponteiros azuis, mas também a cabeça de um robot, às 12 horas, que, mais do que uma função decorativa, está associada ao funcionamento do cronógrafo. Neste sentido, se o cronógrafo estiver ativado, os olhos ficam amarelos, se estiver parado, os olhos ficam vermelhos e os olhos azuis sinalizm o reset. O botão às 2 horas ativa as funções do cronógrafo regular, já o botão as 10 horas está ligado à função rattrapante. Como pequeno elemento decorativo, a cabeça do robot foi criada pela MD’ Art, com recurso a polimento manual, gravação a laser e micro-pintura à mão nos olhos.
A flange periférica dos segundos do cronógrafo em vidro de safira cinzento e os dois submostradores apresentam símbolos “XX” que representam a linguagem do robot.
Movimento à vista
O Calibre SXH6 de corda automática que equipa o Antarctique Rattrapante ‘R.U.R.’ foi desenvolvido em parceria com Jean-François Mojon, da Chronode, e inverte a lógica habitual do cronógrafo rattrapante, ao expor o seu funcionamento no mostrador. No centro, uma ponte tripé sustenta um sistema patenteado de minutos satélite e um mecanismo de frações de segundos. O movimento divide-se visualmente entre duas rodas de colunas: uma às 12 horas (cronógrafo) e outra às 6 horas (frações de segundos). Todo o mecanismo do cronógrafo fica visível, o que permite observar o engate da embraiagem, o funcionamento das pinças rattrapante e a interação das duas rodas de colunas com os botões.
Este lado mecânico visível sempre que se consulta as horas revela-se um verdadeiro espetáculo, ainda mais pelo elevado nível de acabamentos, incluindo componentes polidos e biseladas à mão, que contrastam com a platina principal com acabamento em jato de areia.
Por fim, há ainda que destacar a utilização de um isolador, o que exigiu algumas alterações, face ao movimento anterior, mas com vantagens. A função de um isolador consiste em desengatar o ponteiro rattrapante quando este se encontra parado, permitindo que a roda dos segundos do cronógrafo continue a rodar livremente, sem qualquer interferência no sistema. Uma solução diferente da tradicional, na qual o ponteiro rattrapante é bloqueado, o que provoca um arrastamento na globalidade das rodagens e, por consequência interfere na precisão.
«Olha o robot» em relojoaria
Se no início da década de 1980, o tema «Robot », lançado por Lena d’Água, Luís Pedro Fonseca e Zé da Ponte, enquanto grupo Salada De Frutas, pôs o país a dançar, num retrato da época, muitos de nós cresceram certamente nessa mesma década a brincar com robots de lata e a acompanhar a sua integração no cinema e até em séries de animação. Por isso, não é de estranhar que este imaginário também sirva de inspiração para o mundo dos relógios, tendencialmente nostálgico, ainda para mais quando há aqui todo o lado mecânico associado.
Entre os diversos lançamentos que podem ter existido, destacamos por, exemplo, a Hautlence que, este ano, apresentou o Retrovision ’85 um tributo mecânico a relógios de quartzo da década de 1980 que se transformavam em robots. O relógio desdobra-se assim num simpático robot que pode também ficar a servir de elemento decorativo.
Por outro lado, a MB&F também já surpreendeu no passado com o Sherman, num regresso à infância que não deixa ninguém indiferente e que transporta a máxima de Max Busser a um nível superior: um adulto criativo é uma criança que sobreviveu.
Visite o site oficial da Czapek para mais informações.
Algumas caraterísticas técnicas:
Czapek
Antarctique Rattrapante ‘R.U.R.‘
Ano de lançamento | 2025
Referência |
Edição limitada a 77 exemplares
Movimento | Mecânico de corda automática Calibre SXH6 com módulo de cronógrafo rattrapante monopulsante, 28.800 alt/h, mínimo de 60 horas de reserva de marcha, 49 rubis, roda de colunas com embraiagem horizontal. Massa oscilante com rotor em ouro rosa personalizado com o logo Czapek.
Funções | Horas, minutos e pequenos segundos. Cronógrafo rattrapante monopulsante. Indicação do estado do cronógrafo através da cabeça do robô às 12h.
Caixa Ø 42,5 mm | Aço. Vidro de safira frontal com tratamento antirreflexo. Fundo em vidro de safira com tratamento antirreflexo no lado interior. Coroa de rosca. Estanque até 12 ATM. Botão de cronógrafo às 10h30. Indicador de ON/OFF do cronógrafo às 6h.
Mostrador | Esqueletizado com indicação de cronógrafo rattrapante. A cabeça do robot indica o estado do cronógrafo: ativo (amarelo), parado (vermelho) ou em reset (blue). Ponteiros de horas e minutos em forma de espado com tratamento luminescente. Ponteiro do segundos do cronógrafo e dos segundos correntes com extremidade azul. Anel de minutos em vidro de safira cinzento fumado e contadores com PVD.
Bracelete | Integrada em aço com sistema ‘Easy Release’, exclusivo da Czapek. Bracelete complementar em borracha. Está disponível para encomenda opção de correia em calfe.
Preço | 50.000 CHF sem taxas incluídas.
