Bell & Ross BR-X1 Phantom: 50 sombras de preto

A linha de cronógrafos BR-X1 faz parte da linha ‘Experimental’, a gama de modelos mais sofisticada da Bell & Ross. Construído a partir de um conceito modular, o enegrecido BR-X1 Phantom é o mais furtivo de todos os relógios idealizados pela marca de origem parisiense.

A Bell & Ross foi fundada em 1992 por Bruno Belamich e Carlos Rosillo com o fito inicial de criar instrumentos para profissionais — desde pilotos a mergulhadores, passando por relógios adotados pelas forças militares. Embora a evolução da marca lhe tenha permitido sair do cockpit e alargar o seu espectro para passar a incluir os chamados modelos elegantes de uso casual, a premissa inaugural mantém-se bem vincada e até está patente nos exercícios de estilo mais sofisticados. É o caso do BR-X1 Phantom.

Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo

Estreada em 2014 e batizada em honra do primeiro avião a quebrar a barreira do som (Bell X-1 em 1947), a gama de cronógrafos BR-X1 está incluída na chamada coleção ‘Experimental’ da Bell & Ross e carateriza-se por uma evolução do famoso design quadrilátero com parafusos nos quatro ângulos e mostrador redondo. O BR-X1 assenta numa construção modular presa por esses quatro parafusos funcionais e tem sido lançado em variantes anuais de tiragem restrita, sendo o enegrecido BR-X1 Phantom a mais recente — numa linhagem que inclui o BR-X1 Black Titanium, o BR-X1 Interstellar, o BR-X1 White Hawk, o BR-X1 Military e ainda as variantes BR-X1 inseridas na mini-coleção associada ao Renault F1 Team, para não falar dos modelos BR-X1 Tourbillon. O BR-X1 Phantom é o mais monocromático de todos eles.

Bell & Ross Phantom © Miguel Seabra / Espiral do Tempo
Bell & Ross Phantom © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Visual escurecido

Limitado a 250 exemplares, o novo BR-X1 Phantom sublinha as raízes militares da Bell & Ross numa elaborada execução tanto na caixa como no mostrador. O visual ‘furtivo’ fornecido pelas múltiplas tonalidades de negro combina as premissas experimentais da linha BR-X1 com materiais de ponta que acentuam a sua personalidade monocromática. Mas o caráter ‘Black-Out’ da peça não implica falta de legibilidade; pelo contrário, o mostrador foi inteligentemente pensado para apresentar a tal legibilidade instrumental que constituiu um dos fundamentos da marca de origem parisiense.

Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo

Modularidade como essência

Concebida na G&F Châtelain, uma das empresas do universo da Chanel que também produz para a MB&F e a Richard Mille, a poderosa caixa de 45mm é de construção modular e feita à base de titânio escurecido a PVD com uma fina camada superior de cerâmica negra, sendo complementada por inserções laterais pretas de cerâmica e borracha para proteção contra os choques. O teor modular da arquitetura impede que o tom monocromático do BR-X1 Phantom seja ‘chato’, precisamente devido às várias nuances de construção.

As partes em titânio e em cerâmica da caixa têm um acabamento escovado para o desejado look furtivo que distingue o BR-X1 Phantom; os típicos botões de cronógrafo suspensos presentes em todos os modelos BR-X1, esculpidos em cerâmica preta, estão dotados de um revestimento em borracha para maior aderência na utilização.

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O fundo do BR-X1 Phantom, igualmente em titânio, tem uma pequena abertura em vidro de safira com vista centrada no balanço. As inscrições no fundo, tal como em outros relógios Bell & Ross e seguindo um hábito dos equipamentos de aviação militar, descreve os materiais utilizados na constituição da caixa.

O vidro de safira frontal apresenta um tratamento antirreflexo de ambos os lados que dá por vezes a ideia de que o relógio não tem sequer vidro — com uma excelente visibilidade para o mostrador tridimensional. O logotipo surge colado na parte interior do vidro. O taquímetro inscrito no flanco inclinado à volta do mostrador reforça a ideia de profundidade, para a qual também contribui o tom metálico e acinzentado das rodagens e peças várias do calibre que contrasta com o preto dominante.

Bell & Ross Phantom © Miguel Seabra / Espiral do Tempo
Bell & Ross Phantom © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Mostrador pormenorizado

A mecânica do BR-X1 Phantom surge parcialmente visível debaixo do mostrador translúcido em safira, destacando-se a ponte superior em forma de X com tratamento negro e o anel esqueletizado com os dias do mês — com a data a ser destacada através de uma janela localizada às 6h com contornos luminescentes em SuperLuminova C3 de cor preta, tal como os marcadores das horas e os ponteiros. Face ao tom preto monocromático da peça, é particularmente importante a utilização criteriosa da luminescência e nessa vertente o BR-X1 Phantom não desilude: a luminosidade permite uma legibilidade irrepreensível à noite, assumindo uma cor esverdeada luminosa completamente diferente do preto que se vê à luz do dia.

Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo

No interior da caixa quadrilátera, o movimento BR-CAL.313 assenta numa base automática ETA 2892 com um módulo cronográfico Dubois-Dépraz especialmente esqueletizado para a Bell & Ross com a tal ponte central em X; a cronometragem é feita a partir de um ponteiro central dos segundos acompanhado por um totalizador de 30 minutos no submostrador da esquerda. A indicação dos segundos ‘contínuos’ surge no submostrador à direta, reforçando um layout bicompax mais acentuado do que em todas as outras versões do BR-X1.

A bracelete em cauchu é extremamente fina e perfurada para reforçar a aura futurista e ultra-leve do BR-X1 Phantom, fazendo-se acompanhar de uma fivela de consideráveis dimensões obviamente condizente com a caixa.

Veredito final

Veredito final: um relógio verdadeiramente cool, embora situado numa gama de preço com concorrência de monta por parte de marcas de prestígio. A diferenciação surge através da tiragem restrita a 250 peças e uma estrutura quadrilátera inimitável que lhe dá uma personalidade única. Como cantavam Huey Lewis & The News, «it’s hip to be square. O meu BR-X1 preferido continua a ser o Hyperstellar, mas o Phantom anda lá perto!

Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo
Bell & Ross Phantom © Paulo Pires / Espiral do Tempo

Características Técnicas

Bell & Ross
BR X1 Phantom

Edição limitada a 250 exemplares.

Referência/ BRX1-PHANTOM/SRB
Movimento/ Calibre BR-CAL.313. Mecânico automático. Ponte superior em forma de X. 56 rubis, 28 800 alt./h. Cronógrafo esqueletizado.
Funções/ Horas, minutos e pequenos segundos às 3h. Data esqueletizada às 6h. Cronógrafo: contador de 30 minutos às 9h, segundos ao centro. Escala taquimétrica.
Caixa Ø 45 mm / Titânio com revestimento PVD preto e cerâmica preta mate com inserções de borracha. Botões basculantes. Fundo com abertura em vidro de safira com coloração, centrado no balanço. Vidro de safira com tratamento antirreflexos. Estanque até 100 metros.
Mostrador/Esqueletizado. Indexes aplicados metálicos, revestidos com Superluminova®.
Bracelete/ Borracha preta perfurada com fivela em aço com revestimento PVD preto.
Preço/ € 17.900

Bell & Ross Phantom © Bell & Ross
Bell & Ross Phantom © Bell & Ross

Visite o site oficial da Bell & Ross para mais informações.

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