O Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Moon que tivemos recentemente em mãos é uma daquelas peças relojoeiras à qual dificilmente a fotografia lhe fará justiça. Após fotografá-la, decidi pedir à redação para seu eu a escrever umas linhas sobre este relógio. O motivo é simples: fiquei muito impressionado com o que vi e com o comportamento do relógio “under the light and a macro lens” e queria partilhar um pouco o sentimento pós-fotográfico que me ficou dessa sessão.
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Na última edição da Espiral do Tempo foi publicado um artigo sobre complicações relojoeiras para senhora com o título “Ladies First”. Se o panorama relojoeiro tradicional sempre foi o de olhar o público masculino como o grande consumidor de relógios e, como tal, para ele serem destinadas as maiores complicações e peças mecanicamente elaboradas, o público feminino sempre foi um palco misto entre a joalharia e a relojoaria. É bastante frequente as opções relojoeiras para senhora, mesmo de marcas cujo pedigree mecânico é inquestionável, serem equipadas com movimentos de quartzo e a energia criativa ser (apenas) aplicada ao design e ao adorno joalheiro das peças.
Pois bem, o paradigma tem vindo a mudar e as marcas cada vez mais apostam em lançar modelos ditos “para senhora” mas equipados com movimentos mecânicos e dotados de complicações que, em certos casos, são propositadamente elaboradas para o público feminino.
É o caso da coleção Rendez-Vous da Jaeger-LeCoultre.
Já por diversas vezes abordámos esta coleção: há uns tempos, por exemplo, andámos a passear com um destes modelos na Casa da Cerca em Almada e, mais recentemente, evocámos as maravilhosas versões dedicadas ao Festival de Veneza. Agora, tivemos em mãos o Rendez-Vous Moon que estará disponível nas boutiques da marca.
Os detalhes técnicos e estéticos
Este Rendez-Vous Moon da Jaeger-LeCoultre tem como cartão de visita o calibre de manufatura JLC 935 com 265 peças e 40 horas de reserva de corda. Estamos a falar de uma peça que tem no seu coração o que de melhor se faz na relojoaria mecânica e, como tal, é muito mais do que uma simples joia de pulso que indica as horas.
Em termos de funções, o relógio apresenta as horas e minutos e uma complicação lúdica que a marca chama, muito apropriadamente, “rendez-vous”. A estrela recortada que percorre o diâmetro do mostrador não tem outra função que não seja lembrar-nos daquele rendez-vous importante que não queremos esquecer. Acionando a coroa situada às 2 horas, podemos ajustar a estrela da função rendez-vous para a hora que desejamos e, sempre que olhamos para o mostrador, será um lembrete visual desse mesmo rendez-vous.
Outra complicação patente neste modelo é a indicação das fases da Lua. As fases da Lua são uma complicação bastante recorrente na relojoaria, mas o que a Jaeger-LeCoultre fez nesta coleção foi sobredimensioná-la através de uma janela situada às 6 horas. Uma lua de grandes dimensões (face ao que é habitual) em madrepérola revela-se e enconde-se, rodeada de constelações de estrelas. Deleite visual puro!
A coroa situada às 4 horas tem duas posições perfeitamente definidas. A primeira posição permite o ajuste das horas e minutos e a segunda o acerto rápido das fases da Lua. Em termos de manuseamento tudo é sólido e robusto nesta peça e o acerto através das coroas mostra-nos que temos nas mãos um magnífico produto relojoeiro como é timbre da Grande Maison.
Os generosos 36mm dão-lhe a presença visual que merece e o trabalho de sertissage é extraordinário: são 150 brilhantes num total de 1.38 ct.
Pois bem, já falei do relógio e queria agora falar um pouco do relógio…
O que a lente revela
Quando fotografamos no estúdio da Espiral do Tempo através de uma lente macro conseguimos ver em detalhe aquilo que, talvez, só os relojoeiros vêm. A primeira vez que apontei a luz para este relógio e espreitei pelo visor da máquina foi uma revelação! A única palavra que me ocorre é “imaculado”. Não há imperfeições nesta peça e, mais do que isso, o mostrador foi dos que mais me impressionou de todos os que fotografei em 2017. O acabamento subtilmente escovado, com os seus números aplicados à mão é absolutamente irrepreensível. No entanto, basta a incidência de luz variar uns graus para que o escovado acobreado (a marca chama mais pink) se transformar num rico e profundo cobre escuro onde as constelações ganham outra vida. Ter esta peça na mão e rodar ligeiramente o mostrador, brincando com a luz, revela as muitas facetas cromáticas e estéticas desde Rendez-Vous Moon. A lua, essa, e como já escrevi atrás, surge, na sua devida altura em todo o esplendor da madrepérola, luminosa.
Tive que tomar uma opção. Tinha indicações da redação para fotografar esta peça, mas descobri nela vários rostos. Que rosto então iríamos querer mostrar aos nossos leitores?
Optei pelo “rosto” que melhor revela o relógio e os seus detalhes porque os outros… esses… serão descobertos e redescobertos infinitamente por todas as senhoras que tenham o prazer de usar esta peça no pulso. Quando acabei de o fotografar a minha primeira frase para a redação da foi:
“Que belo relógio!”
Como dizem os ingleses e venha quem vier “I stand by my words”!
Por fim, não poderíamos deixar de incluir uma foto do Rendez-Vous Moon num pulso feminino:
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Como é costume, deixamos alguns pormenores técnicos do relógio; visite o site oficial da Jaeger-LeCoultre ou o site oficial da Torres Distribuição para mais informações.
Características Técnicas
Jaeger-LeCoultre
Rendez-Vous Moon
Referência/ Q3522420
Movimento/ Mecânico de corda automática, calibre 935 com 365 peças e 40 horas de reserva de corda..
Funções/ Horas, minutos, indicação Rendez-Vous, fases da lua.
Caixa Ø 36 mm / Ouro rosa 18kt, 150 diamantes num total de 1.3ct. Estanque até 30 metros.
Bracelete/ Pele com fecho de báscula em ouro rosa de 18kt.
Preço/ € 35.000
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