Após a mais recente remodelação da emblemática linha Link, o cronógrafo automático Link Calibre 17 Chronograph reentrou na coleção da TAG Heuer com pompa e circunstância. É o ressurgimento de um relógio de grande simbolismo e apurado design que tem raízes no mítico S/EL de Ayrton Senna na década de 80. A sua extraordinária estética merece uma viagem ao passado e um mote à maneira: o ‘elo é belo’ ou ‘think Link’ – qual preferem?
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Com o novo Link Calibre 17 Chronograph, a TAG Heuer reintegra no seu catálogo um cronógrafo de apurado design e com antecedentes que remontam a três décadas atrás – apesar de todo o seu modernismo aparente. A simbologia que o acompanha também engloba referências a um malogrado campeão brasileiro que ainda é considerado como o melhor piloto de Formula 1 de todos os tempos…
A TAG Heuer sempre se inspirou no desporto para ultrapassar fronteiras e criar novas formas de expressão relojoeira – e uma das suas linhas mais famosas de sempre foi a série Sport Elegance, vulgo S/EL, criada por Eddy Schopfer em 1987 e rapidamente adotada por desportistas de exceção como o lendário Ayrton Senna (que ainda recentemente foi homenageado pela marca com um cronógrafo turbilhão em edição limitada). Uma dúzia de anos após o lançamento do S/EL, a TAG Heuer desafiou o mesmo designer helvético a conceber um sucessor que reunisse os valores da marca e fosse dotado de uma estética que também estabelecesse um marco indelével no universo da relojoaria.
Schopfer projectou então um relógio de possante arquitetura em que a caixa e a emblemática bracelete de robustos elos se fundiam ergonomicamente através de um jogo de contrastes e linhas puras. Emanando força e elegância, a colecção Link (‘elo’, em português) foi apresentada em 1999 e tornou-se um elo fundamental na teoria evolucionista da TAG Heuer rumo ao século XXI, tendo sido promovida através de uma inovadora campanha publicitária assente em exposições por esse mundo fora; em Lisboa, a exposição teve lugar no Museu da Eletricidade e os convidados foram confrontados com cubos gigantes e as criações de cinco costureiros de renome mundial – Karl Lagerfeld, Gianfranco Ferré, Thierry Mugler, Alexander McQueen e Narciso Rodriguez – que conceberam indumentárias inspiradas no conceito da bracelete do Link para cinco desportistas de excepção na altura: o futebolista Leonardo, os tenistas Boris Becker e Monica Seles, e os velocistas Colin Jackson e Marion Jones. As fotografias dos campeões com as roupagens Link idealizadas tendo em conta a sua personalidade foram assinadas por Peter Lindbergh e… Karl Lagerfeld.
Com o Link de 1999, a TAG Heuer ultrapassou as suas raízes desportivas e reforçou o seu papel revolucionário na estética relojoeira. O Link foi um elo que ligou ideias, talentos, exigências, tecnologia e inovação. Sabe-se que Eddy Schopfer levou então muito tempo – quase dois anos! – para conseguir materializar a desejada noção de profundidade na bracelete, aumentando o volume e desenhando uma forma para os elos que permitia um jogo subtil de luz nos contornos e na superfície. O designer afirmou na altura que a sua nova criação era técnica mas exalava sensibilidade, porque «um relógio não é uma superfície que se decora; é um interior que se desenvolve». O Link faz naturalmente recair a atenção sobre a bracelete, imediatamente reconhecível de tão característica – e a bracelete misturou-se com a identidade do relógio. O design revelava-se verdadeiramente audaz, com as suas linhas perfiladas e fluídas; a sobriedade e harmonia realçavam o carácter possante da bracelete, bem mais complexa do que parecia à primeira vista. E a caixa, talhada a partir de um único bloco de aço, reforçava a força do conjunto… que é de uma ergonomia perfeita.
Todas essas valências estéticas se mantiveram como fundamentais na linha Link, que naturalmente foi recebendo atualizações ao longo das últimas décadas… até sair um pouco de cena, devido à grande aposta do ‘patrão’ Jean-Claude Biver no Carrera Calibre 01 de conceito modular e visual moderno que se tornaria na imagem de marca do seu consulado à frente da TAG Heuer. No entanto, o Link ressurgiu no ano passado (o primeiro modelo, o Calibre 5 de três ponteiros, foi desvelado em Baselworld) com novas nuances de design que tornaram bem diferente a ligação entre a caixa e a bracelete; obviamente, seria de esperar que, mais cedo ou mais tarde, fosse lançada uma versão cronográfica com a estética atualizada. Aí está ele.
Apesar de toda a carga histórica, o Link Calibre 17 Chronograph é mesmo muito distinto dos seus antecessores S/EL e Link (cuja derradeira atualização aconteceu em 2011) – sendo que a principal (única?) ligação ao passado se faz através da inevitável bracelete estilizada. Porque a caixa em si apresenta agora um formato de base tipo ‘cushion’, com mostrador redondo e inspirado nas formas do… Link Lady de 2016. É verdade: por uma vez, temos uma linha de relógios masculinos que foi inspirada num modelo feminino e não o contrário!
Após o Link 5 de 2017, o advento do Link Calibre 17 Chronograph em 2018 contempla para já duas variantes de cor no mostrador: azul e preta. Ambas com a disposição tricompax decorrente dos três submostradores (horas, minutos e pequenos segundos contínuos), mas com um layout horizontal inerente à utilização Calibre 17 – ao passo que a maior parte dos antigos cronógrafos Link tinham uma disposição tricompax vertical forçada pela utilização do Calibre 16 (com base Valjoux 7750).
Esses três submostradores às 3, 6 e 9 horas estão ligeiramente descaídos em relevo e apresentam um acabamento circular diferenciado do seu perímetro relativamente ao interior. Os indexes são aplicados e facetados, condizendo com os ponteiros principais das horas e dos minutos (até na luminescência) e brilhando sobre o fundo escuro galvanizado consoante a incidência de luz. A abertura da janela para a data surge às 4 horas, com o ângulo direcionado para uma leitura ideal a partir do pulso.
A caixa, com 41 milímetros de diâmetro (precisamente o mesmo tamanho da versão ‘simples’ Calibre 5), é encimada por uma luneta fixa polida que contrasta com o acabamento maioritariamente acetinado da estrutura. Os botões de forma destinados às funções cronográficas surgem perfeitamente integrados no design global da peça. Por trás, o fundo transparente em vidro de safira permite apreciar o Calibre 17 – que é baseado no fiável ETA 2894-2, com 42 horas de autonomia de corda.
Fundamental no design é a extensão da caixa para a bracelete, feita através de um elo fixo de ligação central. A arquitetura utilizada quase obriga ao uso exclusivo de braceletes de aço com os lendários elos estilizados em S, a não ser que futuramente a TAG Heuer conceba braceletes em cauchu ou correias em pele especificamente para o novo Link… tal como sucedeu ocasionalmente com o S/EL. Mas um Link que se preze tem mesmo de ter uma bracelete de elos – e a bracelete da nova versão é não só incrivelmente confortável como fundamental para a personalidade moderna/contemporânea do Link Calibre 17 Chronograph!
Características Técnicas
TAG Heuer
Link Calibre 17 Chronograph
Referência/ CBC2110.BA0603
Movimento/ Mecânico de corda automática, 28.800 alt/h, 42 horas de reserva de corda.
Funções/ Horas, minutos, segundos, cronógrafo e data.
Caixa ø 41 mm / Aço, estanque até 100 metros, vidro de safira com tratamento antirreflexos e fundo em vidro de safira.
Bracelete/ Aço em formato de S com acabamento alternado fecho de báscula duplo em aço com acabamento alternado e botões duplos de segurança.
Preço/ € 4.100
Visite o site oficial da TAG Heuer ou o site da Torres Distribuição para mais informações.
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