Conversas de mãe e filha: Tudor Black Bay literalmente ‘on the rocks’

Estivemos com os novos Tudor Heritage Black Bay e quisemos fotografá-los literalmente ‘on the rocks’ e à nossa maneira. O resultado é uma série de imagens descomprometidas, com direito a algumas linhas de conversa e à opinião de uma ‘ilustre’ representante de uma geração mais nova… muito mais nova. 

– Mãe, como foi o teu dia no trabalho hoje?

– Oh filha, foi bom: fui de barco, depois de metro,  depois estive em reunião com os meu colegas e depois fui ver relógios novos. Relógios Tudor.

– Tudoras? – perguntou ela de imediato – gostas muito ou ‘tudoras’?

Isto aconteceu mesmo. Não inventei.

Se tivesse sido inventado soava a piada seca. Mas, repito, aconteceu mesmo.

E ela tem quatro anos.

É um hábito lá de casa, uma espécie de rotina, contarmos uma à outra como foi o nosso dia antes de irmos dormir. Ela pergunta primeiro e eu pergunto depois. E ela ouve sempre com um ar muito interessado. Antes eu inventava histórias. Agora falo mesmo dos relógios, porque ela sabe que trabalho numa revista sobre relógios e que escrevo sobre relógios.

Mas quando a minha filha fez, sem saber, o melhor trocadilho de sempre com a palavra Tudor, ela não sabia que estava a acertar em cheio num dos pontos fracos da mãe.

Tudor | Black Bay Steel & Gold| © Paulo Pires/ Espiral do Tempo
Tudor | Black Bay Steel & Gold © Paulo Pires/ Espiral do Tempo

Quem me conhece sabe que tenho predileção por alguns modelos da Tudor e quem me conhece ainda melhor sabe bem que se há Tudor que me chama é o Black Bay de luneta vermelha que inaugurou em 2012 aquela que para mim é uma das linhagens mais bem conseguidas dos tempos recentes. Como já referi várias vezes, falo do primeiro Black Bay com caixa em aço, luneta vermelha, pormenores patinados no mostrador, lettering curvo e a simbólica rosa no mostrador no lugar do escudo entretanto recuperado nas versões atuais. E esse continua a ser o meu BB de eleição.

Tudor | Black Bay Steel & Gold| © Paulo Pires/ Espiral do Tempo
Tudor | Black Bay Chronograph © Paulo Pires/ Espiral do Tempo

Mas, como em tudo, o tempo passa e, desde 2012, a Tudor tem apostado à séria na coleção Black Bay. Se tivéssemos de destacar momentos deste ano relojoeiro que vai a meio caminho, um deles seria certamente o lançamento das novidades Black Bay da Tudor.  Tudo isto perante um modelo que recupera antigos códigos estéticos da marca.

As novas versões convenceram e vêm reforçar o lugar desta linhagem como uma ‘daquelas que é impossível não falar’ se tivermos de dissertar sobre a relojoaria contemporânea.

Tudor | Black Bay Chronograph © Paulo Pires/ Espiral do Tempo
Tudor | Black Bay Chronograph © Paulo Pires/ Espiral do Tempo

Trago para aqui esta conversa com a minha filha precisamente por isso. Como se depreende, nesse dia, fui dar uma uma vista de olhos às novidades apresentadas este ano pela Tudor e regressei com aquela sensação de barriga cheia – porque a curiosidade era muita …

Na redação, lá vendi o meu peixe: os novos Black Bay surpreenderam-me pela positiva e achei que seria interessante avançarmos com fotos que mostrassem como mantêm o seu perfil de relógios cool, descontraídos, sem compromissos, com qualquer coisa de estilo rebelde que atrai. Com personalidade muito própria.

Tudor | Black Bay Chronograph| © Paulo Pires/ Espiral do Tempo
Tudor | Black Bay Chronograph  © Paulo Pires/ Espiral do Tempo

Acostumámo-nos a pensar na Tudor como a irmã mais nova da Rolex é verdade, no entanto, também gostamos de pensar na Tudor como a irmã mais nova que se demarcou de tal forma que hoje quando pensamos em Tudor não pensamos em Rolex.

Além disso, a versatilidade associada às braceletes faz de cada versão desta coleção um relógio único. Sabemos que trocar de braceletes de relógios está na moda, mas a Tudor já faz este jogo há algum tempo e associa sempre a cada um dos seus modelos da linha Heritage várias opções de braceletes. E depois de ter estado com os novos Black Bay, resolvi picar os meus colegas neste sentido: o desafio seria mostrar como cada um destes modelos fica um relógio completamente diferente sempre que mudamos a bracelete.

Tudor | Black Bay Steel| © Paulo Pires/ Espiral do Tempo
Tudor | Black Bay Steel © Paulo Pires/ Espiral do Tempo

O desafio foi aceite e o resultado passa por uma coleção de fotos que explora o lado versátil e arrojado dos Black Bay, ao mesmo tempo que joga com as cores dos novos modelos, com a variedade que lhes está associada e com a lógica de que falamos sempre de relógios robustos, destemidos e funcionais pensados para responder às mais diversas situações – mais ou menos formais.

Tudor | Black Bay 41| © Paulo Pires/ Espiral do Tempo
Tudor | Black Bay 41 © Paulo Pires/ Espiral do Tempo

Claro que, entretanto, mostrei as fotos à minha filha. Era o mínimo que poderia fazer. Ela olhou com curiosidade e perguntou se eram pedras pintadas. Eu disse que não, que pareciam, mas não eram pedras pintadas. Eram pedras naturais e verdadeiras. Gostámos delas por manterem uma certa beleza rude, apesar de algumas já terem sido polidas (ou, em linguagem de quatro anos, estavam lisinhas).

Mais uma vez olhou para as fotos e acrescentou, com ar de quem entende do assunto, que gostava mais do relógio preto com pulseira cinzenta e preta [referia-se ao Black Bay 41 com bracelete fabric camuflada que, por acaso, embora surja como o mais formal dos BB, na minha opinião, transforma-se por completo com esta bracelete]; mas confessou ainda:

– Prefiro o relógio amarelo que comprámos no jardim zoológico porque tem uma cara de leão e uma bracelete que se enrola muito depressa no pulso…

Parece que, para a minha filha, a Tudor tem ainda alguma coisa para aprender no que diz respeito a braceletes. Deve ser o seu lado rebelde a falar…

Mas daqui a uns aninhos a conversa vai ser outra. De certeza absoluta.

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