GPHG 2016: Liberdade, Igualdade, Fraternidade

Em Genebra — O mote da República Francesa pode servir bem para definir a 16.ª edição do Grand Prix d’Horlogerie de Genève  realizado não muito longe da fronteira com a França. Foi a relojoaria suíça que dominou, mas houve alguns intrusos e, sobretudo, viu-se mais uma vez os jovens independentes libertarem-se das suas restrições para se equipararem às históricas manufaturas. A Girard-Perregaux e a Piaget bisaram, mas as melhores histórias da noite tiveram a ver com a reaparição de Jack Heuer, a igualdade promovida por Max Büsser e a fraternidade dos irmãos Gronefeld.

GPHG 2016
© GPHG 2016

Não é caso para dizer plus ça change, plus c’est la même chose — mas já se sabe que, na ponta final de cada ano, se sucedem um pouco por todo o lado as iniciativas que visam eleger os melhores exemplares da temporada relojoeira consoante categorias ou parâmetros pré-definidos. E, de todas as iniciativas, o Grand Prix d’Horlogerie de Genève assume clara preponderância — é considerado os ‘Óscares da Relojoaria’ não só pelo peso institucional que ganhou ao longo dos anos e pela exibição itinerante dos relógios pré-selecionados (e dos relógios vencedores, como está a acontecer esta semana na Dubai watch Week, onde nos encontramos).

Dubai Watch Week
Exposição no Dubai Watch Week © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

A solenidade também é reforçada pela adesão das instâncias oficiais tanto cantonais como estatais — o peso torna-se ainda mais substancial. E o prestígio pode medir-se também pela presença dos protagonistas da indústria na cerimónia, que este ano se realizou no Théâtre du Léman, no Quai de Montblanc, devido às obras de beneficiação que o Grand Thèâtre de Genève, seu palco tradicional, está a atravessar.

© Fondation du Grand Prix d'Horlogerie de Genève
© Fondation du Grand Prix d’Horlogerie de Genève

O Grand Prix de Genève é a referência maior de todos os concursos anuais, embora não seja tão aberto como muitos outros de menor nomeada; é que o regulamento implica que as marcas inscrevam os relógios que desejem ver submetidos a escrutínio e várias manufaturas de relevo optam por não participar, pelo que se nota a falta de alguns modelos e marcas na short list que define os vencedores; não obstante, a cerimónia é incontornável e a Espiral do Tempo voltou a ser a única publicação portuguesa a marcar presença entre títulos especializados dos vários cantos do planeta — a par de dirigentes de marcas e representantes da classe política, porque a indústria relojoeira continua a ser um ex-líbris da Confederação Helvética.

GPHG 2016
Vencedores da 16ª edição do Grand Prix d’Horlogerie de Genève. © Fondation du Grand Prix d’Horlogerie de Genève

Os relógios elegíveis a concurso tinham forçosamente de ter chegado ao mercado entre março de 2015 e novembro deste ano; houve várias etapas de seleção até o painel de 27 juris (nota: no meu tempo éramos 12 e para o ano vai haver um acréscimo de cinco elementos femininos e no seguinte mais cinco senhoras até se chegar à paridade!) determinarem os seis finalistas em cada uma das categorias regulares mais os galardões especiais, num total de 18 prémios a atribuir. A 10 de novembro, o humorista Frédéric Beigbeder, pela quarta vez consecutiva, e o ator Gaspard Proust, pela segunda consecutiva, assumiram o papel de mestres de cerimónias. Aqui vos deixamos a lista dos galardoados, com as devidas anotações pessoais.

Grande Prémio ‘Aiguille d’Or’

A Chronométrie Ferdinand Berthoud ganhou o prémio mais cobiçado pouco mais de um ano após a fundação da marca pelo copresidente da Chopard, Karl-Friedrich Scheufele. No espaço de um ano visitámos o atelier da marca nas instalações da Manufatura L.U.C da Chopard, em Fleurier, e devo confessor que desde o início fui um grande apologista do formato da caixa — ao contrário de alguns nomes grados da cena relojoeira. Alguns referem que é uma caixa ‘moderna’ ou que não percebem bem porquê a escolha de uma tal forma; pessoalmente, gosto da estética da carrosseria semi-modular (ouro rosa e cerâmica, numa versão; ouro branco e titânio na outra), acho que assenta muito bem no pulso e sobretudo considero que a geometria remete pertinentemente para as caixas de madeira dos cronómetros de marinha pelos quais Ferdinand Berthoud ficou conhecido.

GPHG 2016 Chronomètre Ferdinand Berthoud FB 1
Chronomètre Ferdinand Berthoud FB 1 © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Claro que, no plano mecânico, a unanimidade relativamente ao Chronomètre FB1 é muito maior — o movimento que inclui um mecanismo de fuso com corrente para melhor transmissão de força constante e um turbilhão de grandes dimensões no verso é, por si só, uma maravilha da alta relojoaria.

GPHG 2016 Chronomètre Ferdinand Berthoud FB 1
Calibre FB-T.FC que equipa o Chronomètre Ferdinand Berthoud FB 1. © Espiral do Tempo / Cesarina Sousa

Prémio ‘Petite Aiguille’

O prémio ‘Petite Aiguille’, destinado a premiar o melhor relógio até 8.000 francos suíços, foi para o Tudor Heritage Black Bay Bronze — houve muita gente que torceu o nariz, tendo em conta que a Tudor já havia ganho no passado com outro modelo Heritage Black Bay, mas percebe-se a decisão: trata-se de um relógio com uma caixa maior (43 mm, contra os 41 mm do modelo ‘regular’), com uma liga de bronze especial (não ganha patina, como as dos outros modelos em bronze) e com o novo movimento de manufatura da marca. Em suma, um relógio ‘novo’.

GPHG 2016 Tudor Heritage Black Bay Bronze
Tudor Heritage Black Bay Bronze © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Restantes finalistas: Hermès Slim d’Hermès; Seiko Presage Automatic Chronograph Enamel Dial; Tiffany & Co. East West Automatic; Vulcain 50s Presidents’ Watch Tradition; Zenith Pilot Ton-Up. Pessoalmente, sou um grande apreciador do modelo da Vulcain com alarme.

Relógio de Homem

Talvez o galardão mais entusiasticamente celebrado — e não foi propriamente uma surpresa. O prémio de Relógio de Homem foi arrebatado pelo 1941 Remontoire, o modelo da Grönefeld Watches dos Horological Bros Bart e Tim Grönefeld que já tinha colecionado antes quatro troféus este ano, incluindo dois (Melhor Relógio Clássico; Grand Prix) na eleição que presenciei na Polónia enquanto membro do júri.

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Grönefeld 1941 Remontoire © Espiral do Tempo / Miguel Seabra
GPHG 2016 Grönefeld
Bart e Tim Grönefeld na entrega do prémio no evento ‘Relógio do Ano’ promovido pela Chronos24.pl. © Marcin Klaban

De oito em oito segundos, numa abertura às 9 horas, vê-se em acção o remontoir — mecanismo que assegura a transmissão de força constante ao sistema de escape, melhorando a precisão do movimento ao longo da duração da corda, e que foi inspirado por um sistema semelhante presente no relógio da igreja da aldeia holandesa de onde os irmãos são oriundos: Oldenzaal. O pai e o avô fizeram a manutenção desse relógio durante décadas a fio! No Théâtre du Léman estava sentado mesmo à frente dos irmãos e antes do anúncio adivinhei que iriam vencer, pelo que estava a olhar para eles no momento da decisão (o vídeo está postado na nossa página Facebook). Fiquei emocionado, até porque entretanto se tornaram amigos e a história deles é extraordinária (falei dela no artigo que escrevi sobre a cerimónia na Polónia). Fraternidade ao mais alto nível à frente de uma equipa de 11 elementos e a personificação do mote ‘work hard, party hard’!

GPHG 2016 Grönefeld
Bart e Tim Grönefeld na entrega do prémio no Grand Prix, pela categoria ‘Relógio de Homem’. © Fondation du Grand Prix d’Horlogerie de Genève

Os restantes finalistas da categoria de Relógio Masculino foram: Chopard LUC XPS 1860; Czapek Genève 33 Bis Quai des Bèrgues; Hermès Slim d’Hermès Email; Tudor Heritage Black Bay Black; Urban Jurgensen Reference 2340. Pessoalmente, também gostei muito do Czapek e, sobretudo, do classicismo da Urban Jurgensen com as suas asas de gota.

GPHG 2016  Urban Jurgensen Reference 2340
Urban Jurgensen Reference 2340 © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Cronógrafo

Sempre prestei especial atenção à categoria dedicada aos cronógrafos — afinal de contas, muito pela minha ‘outra’ carreira (desportiva, ligada ao ténis), trata-se da minha complicação relojoeira preferida e a maior parte dos meus relógios são precisamente cronógrafos. E devo dizer que gostei da peça galardoada: o Montblanc 1858 Chronograph Tachymeter Limited Edition, com um mostrador azul muito apelativo, é um belo relógio nos mais diversos departamentos — estética de mostrador, tamanho de caixa e movimento mecânico.

GPHG 2016 Montblanc 1858 Chronograph Tachymeter
Montblanc 1858 Chronograph Tachymeter Limited Edition © Montblanc

Para além da aparência sedutora e com pendor vintage, convém não esquecer o lado técnico — trata-se de um cronógrafo monopulsante com um único botão embutido na coroa que aciona um mecanismo histórico da Minerva, a antiga marca e atelier de complicações de Villeret que foi adquirida pela Montblanc e inserida na estratégia da marca.

GPHG 2016 Louis Moinet Memoris Red Eclipse
Louis Moinet Memoris Red Eclipse © Louis Moinet

Entre os restantes finalistas — Chopard Mille Miglia 2016 XL Race Edition; Hublot Big Bang Unico Sapphire; Louis Moinet Memoris Red Eclipse; Ulysse Nardin Marine Chronograph Annual Calendar; Zenith El Primero 36’000 VpH — destacaria sobretudo o Louis Moinet pela combinação entre mostrador e movimento… e houve muita gente a pensar que essa seria a escolha do júri.

Relógio Desportivo

A função cronográfica é, por si própria, uma função desportiva — mas tem tanto peso no mercado relojoeiro e junto dos aficionados que está a concurso separadamente da categoria de Relógio Desportivo, e essa proporcionou a maior surpresa da noite… porque muito poucos estavam à espera. Nem eu estava. E digo nem eu porque fui daqueles que, em Baselworld, fiz questão de ver mais de perto o Scafograf 300, uma reedição/reinterpretação de um antigo modelo da Eberhard. Até me enviaram posteriormente uma fotografia da ocasião.

GPHG 2016 Eberhard

O Scafograf 300 é um relógio de mergulho com um visual muito idêntico a tantos outros relógios do género, mas não deixa de ser um relógio desportivo atraente. A Eberhard equipou-o de uma bracelete em cauchu e declinou-o em várias versões nas quais apenas varia a cor dos detalhes — sobretudo o ponteiro dos segundos, que pode ser azul, amarelo e vermelho.

GPHG 2016 Eberhard & Co. Scafograf 300
Eberhard & Co. Scafograf 300 © Eberhard & Co.

Os restantes finalistas da categoria foram o Montblanc TimeWalker ExoTourbillon Minute Chronograph Limited Edition; o Ressence Type 5B; o TAG Heuer Monza Chronograph; o Tudor Heritage Black Bay Black; e o Ulysse Nardin Grand Deck Marine Tourbillon. Para além de ser um aficionado da herança Heuer e de ter gostado muito da reinterpretação do Monza para o seu 40.º aniversário (e o relógio foi premiado com o prémio Revival no Grand Prix d’Horlogerie de Genève), estava mais à espera da consagração do notável exercício de estilo da Ulysse Nardin ou da inovação patente no Ressence…

Turbilhão

O turbilhão é a complicação relojoeira nobre por excelência e sempre um exercício de competência que gera grande competitividade entre as mais prestigiadas marcas e manufaturas. Este ano, o cobiçado prémio foi conquistado pela Girard-Perregaux — no ano do seu 225.º aniversário — com o La Esmeralda Tourbillon que coloca as emblemáticas três pontes de ouro em destaque.

GPHG 2016 Girard-Perregaux La Esmeralda Tourbillon
Girard-Perregaux La Esmeralda Tourbillon © Girard-Perregaux

A concorrência no lote final era de monta: Bovet 1822 Ottantasei Flying Tourbillon; De Bethune DB28 Kind of Blue Tourbillon; Louis Moinet Sideralis Evo; Rudis Sylva RS 16 Harmonious Oscillator; Ulysse Nardin Executive Skeleton Tourbillon — e entre esses cinco, destacaria particularmente o De Bethune porque sou um grande aficionado da marca e porque se trata de uma peça verdadeiramente única, diferente de tudo o resto.

Relógio de Calendário

Na categoria de relógio dotado da função de calendário, havia a forte possibilidade de que a MB&F ganhasse graças ao extraordinário e multi-patenteado Legacy Machine Perpetual feito em colaboração com Stephen McDonnell. E as expetativas foram concretizadas.

GPHG 2016 MB&F Legacy Machine Perpetual
MB&F Legacy Machine Perpetual © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

No seu discurso, Max prestou homenagem ao relojoeiro irlandês: «Em 2008 passámos tempos difíceis e o Stephen foi um dos amigos que nos salvou; desta vez era ele que estava com dificuldades e fomos ter com ele para o ajudar». Os amigos são para as (grandes) ocasiões! E o momento foi ainda mais emocionante porque se sabe que Stephen McDonnell esteve à beira do esgotamento e sem encontrar a solução para um dos muitos problemas que teve de enfrentar para concretizar a arquitetura do calibre.

GPHG 2016 MB&F Legacy Machine Perpetual
MB&F Legacy Machine Perpetual © MB&F

A categoria apresentava-se fortíssima, já que o Legacy Machine Perpetual estava acompanhado do Andersen Genève Perpetual Secular Calender 20th Anniversary Blue Gold Dial, do Andreas Strehler Lune Exacte, do Audemars Piguet Royal Oak Perpetual Calendar, do Chopard L.U.C Perpetual Chrono e do H. Moser & Cie Endeavour Perpetual Calendar Concept Funky Blue. Para mim, a escolha mais difícil… os modelos dos mestres Svend Andersen e Andreas Strehler são sensacionais devido à precisão longeva (sem requerer ajustes antes de milénios?!), mas no plano estético o MB&F sobressaiu claramente. E Max Büsser parece ter o Toque de Midas.

Fusos Horários

A Fabergé é um nome histórico da joalharia e os Ovos de Fabergé são uma lenda nessa vertente; há dois anos a companhia decidiu investir fortemente na relojoaria e Aurélie Picard lidera um departamento que, com a ajuda de Jean-Marc Wiederrecht e a sua manufatura de movimentos Agenhor, já apresenta produtos tão interessantes que um deles, o Visionnaire DTZ, conseguiu ser premiado no Grand Prix d’Horlogerie de Genève.

GPHG 2016: Fabergé Visionnaire DTZ
Fabergé Visionnaire DTZ © Fabergé

O Visionnaire DTZ apresenta uma solução ciclópica para um segundo fuso horário na medida em que surge por via digital numa espécie de olhos com lupa localizado bem no centro do relógio. Um recurso engenhoso e, globalmente, o relógio apresenta-se mesmo diferente da concorrência. E, aparentemente, tratou-se uma categoria muito equilibrada… basta olhar para o lote de finalistas: Bovet 1822 Virtuoso VI Triple Time Zone; De Bethune DB25 World Traveller; Louis Vuitton Escale Time Zone; Manufacture Royale 1770 Haute Voltige; Montblanc Orbis Terrarum Pocket Watch 110 Years Edition. Entre as minhas preferências pessoais destaca-se claramente o DB25 World Traveller da De Bethune.

Exceção Mecânica

A categoria Exceção Mecânica, pela sua natureza, é sempre daquelas que centra maior atenção — afinal de contas, trata-se de julgar a capacidade de inovação da relojoaria suíça. A Audemars Piguet, com o seu Royal Oak Concept Supersonnerie, terminou à frente de todos os outros modelos graças a uma sonnerie que foi mais longe do que o que até ao momento vinha sendo feito no plano acústico.

GPHG 2016: Audemars Piguet Royal Oak Concept Supersonnerie
Audemars Piguet Royal Oak Concept Supersonnerie © Audemars Piguet

Foram também nomeados o Bovet 1822 Recital Shooting Star Tourbillon; o Bulgari Octo Finissimo Minute Repeater; o Chanel La Montre Monsieur de Chanel; o Chronomètrie Ferdinand Berthoud Chronomètre FB1; e o Piaget Emperador Coussin XL 700P

Relógio de Artes Decorativas

Os chamados métiers d’art ocupam um lugar cada vez mais relevante na alta-relojoaria, justificando a criação de uma categoria para a caraterizar. E a Piaget sagrou-se vencedora com o Protocole XXL Secrets & Lights Venice Micro-Mosaic — um relógio-joia que, para além das pedras preciosas, apresenta um mostrador incrível composto por pequenos mosaicos.

GPHG 2016: Piaget Protocole XXL "Secrets & Lights" Venice Micro-Mosaic
Piaget Protocole XXL “Secrets & Lights” Venice Micro-Mosaic © Piaget

Das restantes peça preciosas que chegaram à última fase de escolha encontravam-se o Bulgari Lvcea Tourbillon Il Giardino Paradiso; o Credor Fugaku Tourbillon; o H. Moser & Cie Perpetual Calendar Heritage Limited Edition; o Hermès Arceau Tigre; e o Voutilainen Triton et Sirène. Uma escolha muito difícil…

Relógio de Senhora

No escalão dos Relógios de Senhora venceu o Piaget Limelight Gala Milanese Bracelet, um relógio sem receio de ser assimétrico, colocando em destaque o ouro rosa e os brilhantes.

GPHG 2016: Piaget Limelight Gala Milanese Bracelet
Piaget Limelight Gala Milanese Bracelet © Piaget

Relógios finalistas: Audemars Piguet Millenary; Bovet Blue Thistles; Bvlgari Serpenti Spiga; Chopard L.U.C XP 35mm Esprit de Fleurier Peony

Alta Mecânica para Senhora

A Girard-Perregaux bisou no Grand Prix d’Horlogerie de Genève com o Cat’s Eye Tourbillon Gold Bridge, relógio que coloca também — como o vencedor da categoria turbilhão — a Ponte de Ouro como protagonista. A linha Ponte de Ouro está intimamente ligada às raízes da marca, mas houve algumas pessoas que consideraram o Cat’s Eye Tourbillon Gold Bridge pouco inovador. O certo é que procura dar também aos pulsos femininos um peso de reconhecimento cada vez mais próximo do seu setor masculino.

GPHG 2016: Girard-Perregaux Cat's Eye Tourbillon with Gold Bridge
Girard-Perregaux Cat’s Eye Tourbillon with Gold Bridge © Girard-Perregaux

Entre os finalistas puderam encontrar-se o: Bvlgari Serpenti Incantati Tourbillon Lumière; o Christophe Claret Marguerite; o Louis Vuitton Tambour Color Blossom Spin Time, o Ludovic Ballouard Upside Down Art Deco e o Ulysse Nardin Skeleton Pearl. O Marguerite da Chriostophe Claret apresenta um encanto muito especial pelo seu lado lúdico e também o Upside Down Art Decod de Ludovic Ballouard reunia as minhas preferências por apresentar algo de verdadeiramente único.

Relógio de Joalharia

Na especificidade joalheira, há marcas incontornáveis que conseguem prodígios de preciosidade — e já se sabe que, nesse campo, a Chanel apresenta um departamento relojoeiro extremamente competente. Triunfou com o seu féérico Secret Watch Signature Grenat.

GPHG 2016: Chanel Secret Watch "Signature Grenat"
Chanel Secret Watch ‘Signature Grenat’ © Chanel

Outros modelos pré-selecionados: Audemars Piguet Diamond Fury; Chopard Precious Chopard Watch; Graff Princess Butterfly; Hublot Big Bang Impact Bang; Voutilainen Scintillante. Em termos puramente relojoeiros, a criação do mestre Kari Voutilainen era a melhor.

Relógio Revivalista

A capa da mais recente edição da Espiral do Tempo como que ‘antecipou’ a vitória do TAG Heuer Monza na categoria ‘Revival’ — o prémio que, entre todos os relógios finalistas nas mais diversas categorias, melhor interpreta uma versão atual de um modelo do passado. Jack Heuer, apesar de já reformado, foi receber o galardão.

GPHG 2016: TAG Heuer Monza
TAG Heuer Monza © Espiral do Tempo / Miguel Seabra
GPHG 2016: TAG Heuer Monza
TAG Heuer Monza © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Jack Heuer está de facto retirado, mas continua sempre pronto para algumas aparições relevantes em representação da marca fundada pelo seu ancestral Edouard Heuer em 1860 — e recolheu justamente o prémio pelo cronógrafo Monza, lançado originalmente por ele em 1976. «Para mim sempre foi muito importante dar bons nomes aos relógios», referiu.

GPHG 2016 JAck Heuer
© Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Não sou adepto de selfies, mas o Jack é uma lenda viva da relojoaria e entrevistei-o mais de 20 vezes — para além de ter seis relógios que são reedições/reinterpretações de modelos por ele criados nas décadas de 60 e 70. Tinha de ser…

Prémio Especial do Júri

A fundação criada pelo mestre George Daniels, que legou a sua fortuna à causa da relojoaria mecânica tradicional — estando o seu nome associado a uma escola que perpetua os seus ensinamentos.

The George Daniels Educational Trust
The George Daniels Educational Trust © Fondation du Grand Prix d’Horlogerie de Genève

Os relógios galardoados estão em exibição esta semana na Dubai Watch Week e irão prosseguir uma senda itinerante até ao próximo ano. Porque o que é bom é mesmo para se mostrar! ET_simb

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