Hublot ao largo de Cascais

A Hublot juntou-se a Alan Roura na missão de ganhar a edição de 2024 da Vendée Globe. Entretanto, o jovem skipper suíço passou por Portugal e fomos a Cascais navegar no seu veleiro hi-tech Imoca 60 Hublot.

Com apenas 31 anos, Alan Roura vai competir pela terceira vez na Vendée Globe — essa mítica regata à volta do mundo que capturou não só o imaginário dos aficionados da vela mas também de todos os que apreciam os grandes feitos do desporto. O skipper suíço lidera um projeto 100 por cento helvético no qual o seu veleiro hi-tech Imoca 60 Hublot assume um protagonismo muito especial e Cascais foi a sua base de treinos durante alguns dias.

Alan Roura
Alan Roura, velejador e embaixador da Hublot | © Hublot

A Vendée Globe é conhecida como o ‘Evereste dos Mares’ e afigura-se particularmente difícil, mas Alan Roura está habituado aos desafios e tem no Imoca 60 Hublot um veículo muito especial para alcançar o seu desiderato. Para já, porque passou 29 anos na água (aos dois anos passou a viver com os pais num barco no Lago Genebra) e já deu por duas vezes a volta ao mundo a solo — tendo mesmo sido o mais jovem a completar a mítica regata em 2016 e voltando a chegar ao fim em 2020. Começou a velejar num Optimist aos seis anos de idade, competiu na sua primeira regata aos 15 anos, aos 18 tornou-se no mais jovem a obter o certificado de International Yachtmaster e aos 19 anos acompanhou a família numa viagem à volta do mundo. Alan Roura já enfrentou tempestades e naufrágios, já conheceu o sucesso e o desaire. Mas nunca esmoreceu e mergulhou sempre no desafio seguinte.

O Big Bang Original Steel Ceramic e o Imoca 60 Hublot | © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

E o próximo grande objetivo é mesmo a Vendée Globe de 2024. Os preparativos para a próxima edição da regata quadrienal incluem várias travessias transatlânticas e treinos nos principais centros de vela do planeta. Nada é deixado ao acaso, tendo em conta uma duríssima volta ao mundo a solo durante três meses e quase 25 mil milhas náuticas que incluem a travessia de quatro oceanos. E esteve em Cascais com a sua equipa e o Imoca 60 Hublot, um monocasco de 60 pés especialmente concebido para competir na Vendée Globe.

O Imoca 60 Hublot à saída da Marina de Cascais e o Big Bang Automatic Chronograph | © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

O Imoca 60 Hublot é feito à base de materiais compósitas para ser simultaneamente leve, rápido e resistente. Inclui um cockpit fechado e é completamente auto-suficiente no plano energético graças ao convés completamente coberto por painéis solares. As suas cores preto e amarelo são um piscar de olho à génese da Hublot… que está precisamente relacionada com o universo náutico e o prestigiado mundo da vela.

Big Bang ao quadrado a bordo do Imoca 60 Hublot | © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Fundada em 1980 por Carlo Crocco, a Hublot distinguiu-se imediatamente pela óbvia inspiração marítima (hublot é o termo francês para ‘escotilha’) e pelo facto de apresentar a primeira bracelete de borracha natural — sendo mesmo a primeira marca relojoeira de luxo a ousar utilizar uma tal matéria. Na altura foram mesmo necessários três anos de pesquisa e desenvolvimento até à obtenção de uma borracha natural que proporcionasse a obrigatória sensação de prestígio. Noblesse oblige!

Alan Roura
Pronto para dar a volta ao mundo a solo pela terceira vez na Vendée Globe: Alan Roura | © Hublot

Não foi fácil, mas o uso pioneiro da bracelete preta de cauchu convenceu gradualmente os mais conservadores e ao mesmo tempo foi um extraordinário golpe publicitário; resistente à corrosão e maleável para melhor conforto, mostrou-se ideal para mergulhos na água e ficava surpreendentemente bem com um smoking. O conceito ‘da praia para o casino’ tão caro ao jet-set da altura já tinha estado por trás do lançamento dos grandes clássicos desportivos da alta-relojoaria na década de 70, assente num design integrado com braceletes metálicas. O recurso ao cauchu abriu uma nova dimensão nessa categoria de relógios que tanto em voga tem estado nos últimos anos.

Alan Roura e Imoca 60 Hublot
O skipper e o seu barco | © Hublot

Quase quatro década e meia depois após a sua fundação, a Hublot é uma das marcas relojoeiras mais fortes do planeta e é perfeitamente natural verem-se modelos de luxo equipados com braceletes de borracha. Entretanto, a história da Hublot conheceu vários episódios dignos de registo — e talvez o mais relevante tenha sido a entrada a bordo de Jean-Claude Biver, que assumiu o estatuto de CEO em maio de 2004 e estreou a linha Big Bang logo no ano seguinte. Com dimensões imponentes para a época e uma versátil arquitetura modular, a linha Big Bang representou mesmo um Big Bang para a Hublot. As vendas cresceram exponencialmente a cada ano, foram inauguradas cerca de uma centena de boutiques em todo o mundo e pelo meio foi adquirida pelo conglomerado LVMH (que integra a Bvlgari, a TAG Heuer e a Zenith, para além de outras griffes noutros setores do luxo).

Postais de Cascais | © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Hoje em dia, sob a batuta do CEO Ricardo Guadalupe, a Hublot detém um relevante poder industrial com uma imponente manufatura em Nyon e aprimorou aquilo a que chama ‘a arte da fusão’. A sua coleção expressa muito bem essa ideia de combinação de materiais num conceito que mistura fama, glamour, modernismo, audácia tecnológica e patrocínios de prestígio. Com o apoio a Alan Roura, a Hublot não só está a promover um projeto inteiramente helvético como a regressar às suas origens náuticas: para além da escotilha que deu origem ao nome e inspirou a caixa original, a primeira associação à Vendée Globe surgiu em 2005 e foi mesmo oficial timekeeper do Luna Rossa na America’s Cup em 2007, para além de patrocinar o Bol d’Or Mirabaud (a maior regata em lagos interiores, entre Genebra e Bouveret) desde 2012.

Classic Fusion Original em ouro, aço e cerâmica preta
Regresso às origens: os três modelos Classic Fusion Original lançados este ano | © Hublot

Com o objetivo de ganhar a Vendée Globe em, 2024, a equipa de Alan Roura inclui oito elementos full time, um hangar e instalações próprias. E, claro, relógios Hublot no pulso — com os cronógrafos Big Bang a recolherem as preferências da tripulação.

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