O Open da Austrália arrancou no pretérito domingo e Novak Djokovic já conquistou o título em Melbourne Park por 10 vezes. Defrontou o jovem português Jaime Faria na segunda ronda e tem entrado para o court com um relógio Hublot muito especial — um cronógrafo Big Bang Unico com a sua assinatura. Aqui fica uma entrevista no âmbito do lançamento desse mesmo relógio.
Artigo atualizado a 17 de janeiro de 2025 de acordo com os resultados obtidos nesse mesmo dia.
A 113.ª edição do Open da Austrália começou a ser jogada no passado domingo — e, na história secular do maior evento desportivo anualmente realizado no hemisfério sul, nenhum outro tenista logrou tanto sucesso como Novak Djokovic. O sérvio venceu o torneio numa dezena de ocasiões, a fatia mais grossa do seu recorde de 24 títulos do Grand Slam (ganhou também três vezes em Roland Garros, sete em Wimbledon e quatro no US Open), e está de regresso a Melbourne Park com uma grande novidade no pulso: o Big Bang Unico Novak Djokovic, um cronógrafo em edição limitada lançado no passado mês de novembro em Paris.

Novak Djokovic ainda não começou a jogar com o ‘seu’ relógio no pulso, porque os hábitos dos campeões são difíceis de quebrar — afinal de contas, tornou-se no melhor tenista de todos os tempos e ganhou os seus 99 troféus (incluindo o Estoril Open, em 2007) sem usar qualquer relógio em competição. Mas entra sempre para o court e sai do campo sempre com o pulso bem vestido. É o que tem acontecido em Melbourne Park e foi o que aconteceu aquando do seu compromisso com o português Jaime Faria alusivo à segunda eliminatória de singulares. O jovem luso de 21 anos portou-se bem na Rod Laver Arena e impressionou pela potência do seu serviço, logrando roubar um set ao campeoníssimo (6-1, 6-7, 6-3 e 6-2); entretanto, Novak Djokovic venceu mais um encontro e já está qualificado para os oitavos-de-final.

No âmbito da sua parceria com a Hublot e do lançamento do Big Bang Unico Novak Djokovic, colocámos algumas questões ao campeoníssimo sérvio; aqui ficam as suas respostas:
1. Ao longo da sua carreira, encetou parcerias com várias marcas em áreas distintas. Porque escolheu a Hublot na relojoaria?
O relacionamento com a Hublot começou com base no nosso amor e respeito pelo ténis e pelo desporto, bem como pela sustentabilidade. A Hublot está muito envolvida no mundo do desporto e fiquei muito honrado por me ter tornado embaixador da marca — ao lado de outros ícones desportivos de nomeada.

2. Qual o modelo que usa mais, ou que usava mais até ao lançamento da edição especial com a sua assinatura? Troca de relógio consoante o momento ou prefere usar o mesmo modelo todos os dias? E se escolher um relógio para uma ocasião mais formal, qual será?
Da coleção de relógios que tenho em casa, a minha escolha depende do estilo que escolho para o dia e do meu humor. Gosto do Big Bang Unico e das variantes em cerâmica de cores diferentes. Estou sempre em movimento e a treinar, mas nunca antes tive um relógio suficientemente leve para me acompanhar nas mais diversas facetas da minha jornada desportiva. Foi aí que a Hublot encontrou a resposta perfeita para as minhas necessidades, criando um relógio que se tornasse parte do meu equipamento de treino.

3. Agora tem um relógio exclusivo com a sua própria assinatura; mas desde que está com a Hublot, qual foi o seu relógio favorito?
Adoro usar o Big Bang MECA-10 — e também variantes do Big Bang Integrated com caixa e bracelete de cerâmica em cores diferentes.
4. Como nasceu a edição limitada Big Bang Unico Novak Djokovic?
A Hublot e eu partilhamos a paixão pela sustentabilidade. Queríamos criar um relógio com equipamentos meus reciclados e raquetes de ténis com as quais joguei e ganhei três títulos do Grand Slam em 2023. Fiquei muito entusiasmado com o resultado porque cada relógio produzido tem, de certa forma, parte da minha energia e do sucesso registado nesse ano histórico.

5. Como se sentiu quando colocou o Big Bang Unico Novak Djokovic no pulso pela primeira vez? A sensação de usar o relógio foi diferente daquela que esperava durante a fase de desenvolvimento de produto?
Fiquei muito intrigado ao ver como a Hublot reciclaria raquetes e pólos de ténis num relógio. A marca proporcionou-me um momento de revelação espetacular na sua manufatura em Nyon. Fiquei encantado quando o vi e ao constatar quão bom ficou! Acho que é muito fácil apaixonarmos-nos pelo relógio, já que tem todos os elementos que mais valorizo — criatividade e artesanato sustentáveis, leveza, beleza de design, praticidade e estilo.
6. O Big Bang Unico Novak Djokovic incorpora materiais de camisas Lacoste e das raquetes Head que utilizou nos principais momentos da época que o tornou no melhor tenista de todos os tempos. Poderia detalhar melhor esses momentos?
Sim! A Hublot é a melhor do setor no uso de materiais verdadeiramente únicos. Fiquei surpreso que pudessem incorporar raquetes e pólos na caixa de um relógio — mas conseguiram! Refletindo sobre o quão especiais são as raquetes Head e os pólos Lacoste usados na produção, separei para esse propósito específico algumas das minhas raquetes e dos meus pólos que usei na época de 2023, considerada uma das minhas temporadas mais dominantes. Joguei todas as quatro finais dos torneios do Grand Slam e ganhei três delas. Cada um dos encontros que ganhei nesses torneios e cada um dos títulos que alcancei ajudaram-me a chegar onde cheguei no meu palmarés, algo de que estou muito orgulhoso. E aos 37 anos ainda posso competir contra uma nova geração de campeões.

7. Qual é a sua faceta favorita (por exemplo, design, detalhes, estilo, etc.) do Big Bang Unico Novak Djokovic?
Acho que é o facto de, para além de participado no design do relógio, o próprio relógio carregar um pedaço de mim e da minha energia através do equipamento que dei à Hublot para a conceção da caixa do relógio. Isso faz com que seja um relógio muito pessoal. Para chegar onde estou hoje, foi necessário um intenso trabalho físico e, principalmente, mental. A psicologia do jogo é muito importante e, quando jogo, cada momento precisa de ser preciso e intencional. Isso é especialmente verdadeiro em relação ao que eu visto durante a preparação e a competição — porque isso se torna parte do meu corpo, da minha mente. Cada detalhe é fundamental para a minha capacidade de manter o foco e a determinação. O novo relógio é uma extensão dessa mentalidade e representa momentos importantes de um ano tão marcante na minha carreira. É um símbolo de cada encontro, de cada momento que joguei. Foi uma experiência incrível colaborar com a Hublot para criar um relógio tão especial.

8. Integra a família Hublot desde 2021. O novo relógio representa uma etapa muito especial, mas quais foram os passos mais memoráveis da parceria até ao momento?
Temos tido muitos momentos memoráveis. Fico feliz que a família Hublot tenha participado em muitas das minhas vitórias, mas também nalgumas derrotas que me fizeram crescer como jogador. Um momento especial foi a presença no camarote da Hublot para ver a final do Campeonato do Mundo de Futebol em Doha. Diverti-me muito ao lado de Usain Bolt, DJ Snake e a equipa da Hublot — enquanto usávamos orgulhosamente nossos relógios e assistíamos ao melhor futebol do mundo. De alguma forma, a Hublot tem estado sempre no lugar certo e na hora certa; estou feliz por ser embaixador da marca.
A ascensão ao Olimpo
9. Podemos vê-lo em breve a jogar um set com o CEO da Hublot, Julien Tornare? É um grande fanático de ténis.
Claro. Imaginem muita risota, correria e pontos ganhantes — é o que se vai passar num set entre mim e o Julien. Qual considera ser o maior legado da sua carreira?

10. Qual considera ser o maior legado da sua carreira?
Adoro ter mantido sempre um ambiente familiar no meu grupo de trabalho e que a maioria dos membros da minha equipa esteja comigo nesta jornada única há mais de dez anos — isso é algo que não se vê com frequência no ténis. Orgulho-me de ser considerado um dos atletas mais consistentes em termos de saúde e resultados. Nos últimos 20 anos, os meus altos e baixos na modalidade inspiraram pessoas ao redor do mundo de uma forma ou de outra, seja a pegar numa raquete para começar a jogar ténis, ou a acreditar nos seus sonhos e nunca desistir. O meu percurso pessoal é algo que muitas pessoas ao redor do mundo entendem; em muitas ocasiões venci contra todas as probabilidades e fico feliz por poder servir de inspiração a muita gente.
11. A sua carreira foi impulsionada por muitos fatores, desde grandes rivais até às suas próprias qualidades técnicas e físicas; qual é o fator que apontaria como tendo sido o mais importante?
Sem querer parecer um pouco fatela, se eu escolher um fator entre tantos… teria de ser o amor. Amor pelo ténis. A vida e os correspondentes desafios nunca são realmente simples ou fáceis para quem a vive, e ainda assim parecem fáceis e lógicos para aqueles que estão presentes. Quanto mais amamos o que fazemos e menos nos concentramos no resultado e aproveitamos o processo… mais longe poderemos chegar. Essa é a história da minha vida.

12. Após ter atingido todos os objetivos da sua carreira, conquistado todos os maiores títulos do ténis e batido praticamente todos os recordes mais importantes na modalidade, o que é que ainda o faz correr?
Volto a dizer: amor pelo ténis. Adoro a modalidade, adoro o seu lado competitivo, adoro o desafio e continuo a sentir-me bem e competitivo diante da nova geração — o que também torna a coisa divertida. Realmente, trata-se de amar a modalidade e desfrutar ao máximo.
13. Quais projetos tem na mente para quando se aposentar?
Há muitos projetos diferentes nos quais estou envolvido atualmente e outros surgirão no futuro — dentro e fora das fronteiras do ténis. Ao longo da minha carreira tenho tido muita curiosidade sobre como desenvolver diferentes formas de melhorar o meu desempenho, a minha recuperação física e os meus níveis de energia. Nessa busca, adquiri muitos conhecimentos sobre o mundo do bem-estar. Recentemente lancei uma marca de bem-estar chamada SILA, que terá diversos suplementos nutricionais e produtos de hidratação de alta qualidade para um desempenho elevado não apenas no desporto, mas também adequados para o dia a dia.
14. Continua muito ocupado dentro e fora dos courts. Às vezes, é acompanhado nos torneios pela sua família — mulher e filhos. Quão difícil é encontrar um equilíbrio ideal entre a família e o ténis?
É seguramente um desafio, especialmente porque as crianças estão a crescer e não podem viajar tanto como antes por causa da escola. Apoiam-me muito na minha carreira e incentivam-me a continuar a competir, o que significa muito para mim. Por outro lado, asseguro-me de que também os apoio para que todos fiquem felizes.

15. No seu currículo, só lhe faltava a medalha de ouro olímpica e conseguiu-o aos 37 anos. Foi um momento verdadeiramente especial e foi possível ver o quanto ficou emocionado.
Foi diferente de qualquer outro sentimento que tive antes. O fluxo de lágrimas de alegria e felicidade surgiu espontaneamente e isso foi lindo. Principalmente porque tinha a minha mulher e os meus filhos no estádio para compartilhar esse momento maravilhoso. O ouro olímpico sempre foi um sonho para mim. Competi em quatro Olimpíadas diferentes, mas só consegui o ouro à quarta participação. É um ponto alto da minha carreira, que me proporcionou o conjunto de emoções mais intenso que jamais senti num court de ténis. Nada se compara à emoção de representar o nosso país. Sempre me imaginei no pódio com a medalha de ouro olímpica e a cantar o hino nacional sérvio. Consegui-o finalmente em 2024 e isso permanecerá na minha mente e no meu corpo para sempre. Estou muito grato por ter conseguido essa incrível bênção de sucesso aos 37 anos.