Convidámos Bruno Candeias a passar algum tempo na companhia do Isotope x Espiral do Tempo Old Radium ‘Black Ink Bronze’. O resultado é a partilha na primeira pessoa de uma experiência que também deu origem a imagens muito especiais.
Os encontros Espiral do Tempo são habituais, num bom sentido. Já sei que vou ficar a par das novidades do mundo relojoeiro, mas acima de tudo passar um bom momento com um grupo habitual de entusiastas que, com o tempo, passaram de caras familiares a verdadeiros amigos. O que não esperava de todo era o convite surpresa do final do último evento da Isotope, em que fui um dos três escolhidos para passar uma semana com a novidade mais recente da marca, o Old Radium ‘Black Ink Bronze’, um relógio lançado pela marca em parceria com a própria Espiral do Tempo.
Passado o efeito surpresa, fiquei com um nervoso miudinho em relação ao que me esperava. O tema da apresentação era roqueiro e rebelde, tudo caraterísticas que não associo à minha pessoa: a única peça de roupa preta que uso são os calções de licra para andar de bicicleta e a banda mais ‘roqueira’ que ouço são os Capitão Fausto. Será que conseguiria estar à altura desta novidade?
O teste
Quando o relógio me chegou às mãos, estranhei de imediato. Não estou habituado a caixas de bronze, e muito menos a mostradores pretos. Precisei de algum tempo para processar estas diferenças do habitual, mas ao fim de alguns dias compreendi que este é um relógio que ‘primeiro se estranha e depois se entranha’.
Este não é um relógio pensado para se tornar viral nas redes sociais. É uma peça que nos conquista com paciência pelos seus pormenores e se aprecia com mais sentidos que apenas a visão. A caixa de bronze cheira ligeiramente a moedas (uma raridade, nos tempos do MBWay) e, apesar de parecer mais agreste que uma caixa de aço polida, tem um toque quente e um acabamento muito mais suave do que os olhos parecem adivinhar.
O mostrador preto tem um acabamento brilhante, o que parece uma contradição mas que lhe dá imensa profundidade e riqueza. O escovado dos ponteiros destaca-os ao máximo da profundidade do mostrador.
Quando troquei a correia de pele preta pela de camurça castanha, o relógio ganhou vida. Passou a combinar na perfeição com as calças castanhas e camisas com padrões de que gosto de usar e transportou-me logo para o verão, com as suas longas tardes de pôr-do-sol passadas na praia. Senti-me tão à vontade com ele que até o usei na festa de lançamento do meu primeiro livro, um marco pessoal que ficará sempre associado a este relógio.
Aproveitei logo para o fotografar, e que melhor maneira para o fazer do que com uma Nikon dos anos 70 e película a preto e branco? O resultado são as fotos publicadas ao longo destas linhas.
Ao fim de uma semana, habituei-me de tal modo a este relógio que me custou devolvê-lo! Posso, por isso, dizer que foi uma experiência que valeu mesmo a pena e que o Old Radium ‘Black Ink Bronze’ me desafiou pela positiva. Não só enquanto relógio no pulso, mas também enquanto protagonista das sessões fotográficas. Uma boa supresa.