Ralph Lauren: a revelação do ano

Em Paris | Como uma viagem a Paris permitiu descobrir um dos mais surpreendentes relógios de 2018 – e, ao mesmo tempo, não só recordar o papel do criador Ralph Lauren na criação de um estilo americano equalitário como também versar sobre a polarização que se vive atualmente nos Estados Unidos. Senhoras e senhores, aqui vos apresentamos o American Western Cushion e todo o simbolismo que lhe está associado.

Na mais recente edição da nossa revista Espiral do Tempo (a edição de Inverno de 2018, número 65, que chega muito em breve às bancas), os elementos principais do corpo redatorial escolheram os seus quatro exemplares mais marcantes de 2018 – numa seleção de parâmetros livres e que também teve de ser ajustada para não haver repetições entre os relógios escolhidos. Pela minha parte, o quarteto inicialmente selecionado incluía o Lange & Söhne Datograph ‘Lumen’, o Patek Philippe Perpetual Calendar Chronograph (mostrador salmão), o De Bethune DB25 Starry Varius Chronomètre Tourbillon e o Girard-Perregaux Bridges Minute Repeater Tourbillon. Mas uma viagem a Paris fez com que, em cima do fecho da revista, tivesse de alterar a minha escolha, porque fui completamente apanhado de surpresa por um relógio que vi por lá aquando da apresentação de uma coleção dedicada aos 50 anos da Ralph Lauren.

Modelos American Western: versões Cushion e Round em prata envelhecida © DR
Modelos American Western em prata envelhecida: versões Cushion e Round © DR

Pode dizer-se que, na Cidade-Luz, fez-se luz. Após mais de duas décadas como jornalista especializado em relojoaria e talvez uma dezena de milhar de relógios a passar-me pelas mãos, devo confessar que raramente experienciei o sentimento vivido quando fui confrontado pessoalmente com o American Western Cushion na flagship store da marca no Boulevard St. Germain. E acabou por ser um grande desafio para mim tentar explicar o porquê dessa sensação e tudo o resto que lhe esteve associado, porque seguramente que existem muitos fatores subconscientes a contribuir para essa impressão. Que foi tão forte que me levou, numa altura em que a revista estava praticamente fechada, a operar uma mudança na seleção dos meus quatro relógios do ano. Com muita tristeza, tive de abdicar do Girard-Perregaux para incluir o Ralph Lauren; o outro ajuste obrigatório, para não haver sobreposições, foi o de trocar o Patek Philippe pelo Rolex GMT-Master II ‘Pepsi’ que este ano deixou o mercado em histeria…

A flagship store da Ralph Lauren no Boulevard St. Germain, em Paris
A chegada à flagship store da Ralph Lauren no Boulevard St. Germain, em Paris © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Perante tão consagradas marcas puramente relojoeiras, é claro que sobressai o facto de o American Western Cushion pertencer a uma casa universalmente mais conhecida no mundo da moda. Que até conheço razoavelmente bem, embora não pense que, conscientemente, essa ligação tivesse afetado a minha escolha – aliás, normalmente até existe um snobismo entre grande parte da imprensa relojoeira que faz com que marcas que não sejam exclusivamente (as marcas puramente relojoeiras) ou historicamente (marcas que também são joalheiras mas tradicionalmente ligadas à relojoaria) relojoeiras fiquem imediatamente colocadas de lado no que diz respeito à seleção dos melhores modelos. Felizmente, desde o início da minha atividade jornalística que me preparei para evitar os preconceitos e, na vertente relojoeira, analisar os méritos próprios de cada peça independentemente da marca estampada no mostrador ou do preço colocado na etiqueta.

No pulso: o American Western Cushion 42 Antiqued Silver © Miguel Seabra/Espiral do Tempo
No pulso: o American Western Cushion 42 Antiqued Silver © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Foi, pois, com curiosidade que fiz a viagem de Londres até Paris para conhecer ao vivo os novos modelos da Ralph Lauren. Encontrava-me na capital britânica para fazer a cobertura do evento de encerramento de época do circuito profissional masculino, vulgo ATP Finals (o ténis é a minha outra especialidade), e aceitei o convite – mesmo que isso implicasse ausentar-me dois dias do torneio dos mestres que reúne os oito melhores jogadores do ano. E fiz bem, porque não só a meteorologia em Paris estava gloriosa (não me lembro de uma temperatura tão elevada em Novembro) como a soirée organizada pela Ralph Lauren foi particularmente interessante, culminada com um jantar no restaurante Ralph’s que reuniu os seis elementos convidados da imprensa internacional e mais um grupo de jornalistas franceses sob a batuta de Guillaume Têtu, o responsável do departamento relojoeiro da Ralph Lauren.

Guillaume Têtu no jantar do Ralph's que se seguiu à apresentação dos modelos de aniversário © Miguel Seabra/Espiral do Tempo
Guillaume Têtu no jantar do Ralph’s que se seguiu à apresentação dos modelos de aniversário © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Já conhecia pessoalmente o Guillaume Têtu, um dos fundadores da Hautlence (que, em 2004, foi uma das marcas da ‘nova relojoaria conceptual’ do novo milénio); curiosamente, o ténis aproximou-nos mais quando, há cerca de três anos, ele me pediu para sondar um certo campeão para se juntar a Eric Cantona como embaixador ‘rebelde’ da Hautlence. O processo foi travado quando ele foi contratado para chefiar o departamento relojoeiro da Ralph Lauren, mas ficou uma certa cumplicidade – e essa cumplicidade também contribuiu para a minha decisão de aceitar o convite, porque se tratava da primeira coleção da Ralph Lauren verdadeiramente com o selo do Guillaume Têtu. E não fui para Paris à toa, porque a imagem dos novos modelos já estava a correr na internet há duas semanas. Apesar disso, nada me preparou para o tal choque emocional sentido quando fui confrontado com um relógio em particular entre os vários apresentados, e que me levou a tecer considerandos neste artigo sobre a marca em si e o papel do próprio Ralph Lauren na criação de um estilo transversal americano e na democratização da moda nos Estados Unidos.

American Western Cushion © Miguel Seabra/espiral do Tempo
American Western Cushion Antiqued Silver © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Num total de 12 modelos desvelados na soirée do Boulevard St. Germain, destaquei claramente o American Western Cushion na sua versão ‘Antiqued Silver’ em caixa de prata envelhecida – embora a de ouro envelhecido também fosse particularmente atraente. A coleção dita ‘de aniversário’ e comemorativa dos 50 anos da fundação da marca Ralph Lauren contempla oito referências American Western (quatro modelos, cada qual com versões prata e ouro) e quatro variantes diferentes Polo Bear; se o preço dos Polo Bear se coloca num patamar à volta dos 2.000 euros devido ao calibre genérico Sellita, já a fasquia da linha American Western se situa bem mais acima, a partir dos 20 mil euros, devido ao material da caixa, aos acabamentos e à qualidade dos movimentos de manufaturas consagradas utilizados. Afinal de contas, o patamar que o próprio Ralph Lauren sempre pretendeu para a sua divisão relojoeira, criada em 2008 na sequência da sua amizade com Johann Rupert, patrão da Richemont, e de um acordo que lhe permitiu acesso ao know-how e aos movimentos de marcas do grupo como a Jaeger-LeCoultre, a IWC e a Piaget.

Hora de jantar: a mesa preparada no Ralph's © Miguel Seabra
Hora de jantar: o American Western Cushion e a mesa preparada no restaurante Ralph’s da flagship store no Boulevard St. Germain © Miguel Seabra

O tal preconceito do universo relojoeiro e dos aficionados relativamente a marcas ‘não relojoeiras’ travou um pouco o desenvolvimento do departamento relojoeiro da Ralph Lauren – o que é uma pena, porque alguns modelos (sobretudo das linhas Stirrup, com a geometria inspirada nos estribos do universo hípico tão caro à marca, e Automotive, com motivos em madeira dos tabliers dos automóveis vintage tão apreciados por Ralph Lauren) são particularmente interessantes e mesmo muito originais no plano estético. A divisão relojoeira da Ralph Lauren acabou por ser redimensionada para, sobretudo, servir as flagship stores e lojas da marca por esse mundo fora, sem esquecer os grandes clientes particulares – e é nesse contexto, para esses clientes especiais e mais alguns, que se insere a linha American Western, cujos exemplares têm de ser ‘encomendados’ porque o seu conceito é altamente personalizado devido à gravação feita à mão, enquanto os modelos Polo Bear, embora de tiragem limitada, podem ser mais prontamente adquiridos nos pontos de venda e mesmo online.

Estilo Western e as referências ao Wild West

Antes de tudo o mais, vou focar-me no American Western Cushion – o tal que me apanhou desprevenido e que acaba por ser o motivo da minha dissertação. Antes do contacto direto com ele na flagship store do Boulevard St. Germain, já o tinha visto na internet e gostado – sou um grande apreciador da geometria dos relógios de forma em geral e do formato cushion (ou coussin, ou ‘almofada’) em particular, para além de também gostar de caixas gravadas à mão. E quando era miúdo gostava de filmes western, para além de – como tantos da minha geração – ter crescido a brincar aos índios e aos caubóis. Mas esse gosto ficou pela meninice e a partir daí nunca fui um grande aficionado do género; desde então, as minhas principais referências ao faroeste resumem-se a dois pares de calças de ganga Wrangler (as que mais se usam no Texas!) e ao acompanhamento da série Dallas na juventude, uma estadia em Fort Worth para a cobertura da final da Taça Davis em 1992 (que incluiu a visita a um bar Honky Tonk e a um rodeo) e, mais recentemente, ao visionamento dos dois últimos filmes de Quentin Tarantino (Django Unchained e The Hateful Eight). Mas o American Western Cushion na sua versão em prata envelhecida encheu-me as medidas enquanto peça representativa dessa vertente da cultura americana e enquanto relógio em si.

Ralph Lauren © MIguel Seabra
Um mito e um ícone: Ralph Lauren © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

A caixa, geométrica e arredondada, tem proporções perfeitas e assenta muito bem no pulso. Os anunciados 42 mm de diâmetro ‘vestem’ muito bem mesmo em pulsos de menores dimensões devido às asas curtas. O mostrador, de um branco ‘casca de ovo’, resulta surpreendentemente bem sob o vidro de safira convexo, apesar da aparente contradição de algarismos árabes e romanos – complementados com uma pequena escala de 24 horas que parece desnecessária mas que ‘enche’ o espaço; os ponteiros ‘tipo Breguet’ das horas e dos minutos revinados a um preto ligeiramente azulado também se integram perfeitamente no conjunto. A espessura de 10,6 mm é perfeita para o formato cushion, não sendo especialmente fina (não sou adepto de ultra-planos) apesar do recurso a um movimento automático de origem Piaget particularmente delgado (o RL514, com 189 componentes e 40 horas de reserva de corda).

American Western Cushion © Miguel Seabra/Espiral do Tempo
O trabalho de gravação decorativa típico do faroeste no fundo da caixa do American Western Cushion © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

O trabalho de personalização transporta o American Western Cushion para uma outra dimensão estética e emocional. As correias de couro, inspiradas nos cintos Ralph Lauren que sempre complementaram a coleção de jeans da marca, são gravadas no próprio Texas com motivos orgânicos e depois acabadas em Itália. As caixas e as fivelas em prata esterlina (ou ouro rosa de 18 quilates envelhecido na outra versão) são gravadas à mão e envelhecidas por um especialista em Nova Iorque, pelo que não há exemplares iguais devido às diferenças nos padrões, na patina e até no peso da prata. O conjunto funciona muito bem – mesmo que, na minha opinião pessoal, a aturada decoração da correia possa parecer algo excessiva tendo em conta o intrincado trabalho de gravação da caixa. Mas não há nada mais fácil do que trocar de correia…

American Western Round
American Western Round na versão Antiqued Silver © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Os modelos American Western acabam por ser peças verdadeiramente exemplificativas de uma das muitas vertentes do universo Ralph Lauren, cujo estilo é transversal à cultura norte-americana – daí ele ter feito tanto pela democratização da moda nos Estados Unidos, indo do colegial ao executivo, passando pelo desportivo e, obviamente, pelo western. “A rude beleza e o romantismo do oeste americano sempre me inspiraram”, afirmou Ralph Lauren, que está a caminho dos 80 anos de idade mas se mantém particularmente ativo – e criativo. O universo vintage das inóspitas terras para lá do Mississipi, dos padrões típicos de Santa Fé (presentes nas passagens de modelos nos anos 80) e dos inevitáveis rodeos está muito presente nas suas coleções e surge perfeitamente homenageado na linha relojoeira de produção limitada American Western. Mas, lá está: para mim o American Western Cushion vale por si só enquanto relógio. Independentemente dessas referências todas ao oeste selvagem e à marca. Ou não?

American Western Cushion na sua versão em ouro envelhecido © Miguel Seabra
American Western Cushion na sua versão em ouro envelhecido © Miguel Seabra

Conscientemente, a minha escolha teve unicamente a ver com o relógio em si e com o estilo personalizado que exala que faz com que seja verdadeiramente original. Independentemente das conotações com o faroeste ou a marca. Conscientemente. Mas não consigo dizer claramente que o subconsciente tenha tido participação nessa escolha que até a mim surpreendeu porque para mim não existe uma ligação óbvia – embora, quem sabe, talvez isso aconteça. E esse é um dos desafios deste texto, que tem obrigatoriamente de incluir uma viagem ao passado.

A transversalidade Ralph Lauren

Devo dizer que, graças às minhas viagens com o ténis, desde cedo tomei contacto com o universo Ralph Lauren e a sua personificação do lifestyle americano – bem antes de a marca se tornar moda em Portugal e na Europa, em meados da década de 90. Comprei as primeiras camisas Polo Ralph Lauren com o logo do cavalinho em Cincinatti, depois a minha primeira gravata de malha de seda na famosa mansão Rhinelander (a primeira grande flagship store da marca) no Upper East Side, em Manhattan. Estava nos Estados Unidos quando o perfume Polo Sport foi lançado em 1993 e usei-o durante uns sete anos. Vi a marca desmultiplicar-se (Polo Ralph Lauren, Polo Sport, Ralph Lauren Black Label, Ralph Lauren Collection, Ralph Lauren Purple Label, Polo Ralph Lauren Children’s, Double RL, RLX, Denim & Supply Ralph Lauren, Polo Jeans Co., Lauren Ralph Lauren, Ralph Lauren Home…), apostando em linhas desportivas e casuais, passando a vestir seleções olímpicas/nacionais americanas e sendo adotada pelas minorias étnicas… muito porque Ralph Lauren arriscou escolher como rosto da marca Tyson Beckford, um manequim afro-americano que também tinha ascendência asiática. Assisti a toda essa democratização a partir de um posicionamento inicialmente mais aristocrático e colegial/preppy da marca até ao abraçar de toda a cultura americana, para além de – mais perto da minha outra especialização – a Ralph Lauren se ter tornado igualmente vestuário oficial de Wimbledon e do US Open.

O espírito American Western © Miguel Seabra/Espiral do Tempo
O espírito American Western tão presente no universo Ralph Lauren © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

O próprio Ralph Lauren, de nome real Ralph Lifshitz, é filho de imigrantes judeus de origem russa e tem uma sensibilidade social fora do comum, recebendo em 1996 um Humanitarian Award entregue pela princesa Diana mas sempre sendo especialmente discreto nas suas ações caritativas e de beneficência. Tão discreto que só fiquei a par delas através de Wei Koh, o colega fundador da revista relojoeira Revolution e da revista de estilo masculino The Rake – que é um enorme admirador do homem e indefetível aficionado da marca, muitas vezes vestindo a indumentária emblemática do próprio Ralph Lauren: smoking com jeans e botas de cowboy.

A gravação do couro das correias é feita no Texas e o acabamento patinado é executado em Itália © DR
A gravação do couro das correias é feita no Texas e o acabamento patinado é executado posteriormente em Itália © DR

Obviamente, apesar da conotação de exclusividade associada à sua marca, Ralph Lauren é um defensor dos ideais de igualdade e transversalidade tão caraterísticos do American Dream; essa é uma das várias razões porque ainda nesta última quarta-feira foi homenageado pelo governo francês num jantar no Palácio de Versalhes. É verdade que sectores do seu catálogo são muito exclusivos e favorecidos pela classe alta americana saída de Harvard, Yale ou de qualquer outra universidade elitista, mas também há linhas de preço mais acessível precisamente para atingir todo o tipo de público. E, como não podia deixar de ser, o próprio Ralph Lauren anda consternado com o rumo atual da América de Donald Trump… um rumo contrário à sua própria visão dos Estados Unidos.

A prata gravada é envelhecida para atingir a patina que dá tanta personalidade aos relógios da linha American Western © DR
A prata gravada é envelhecida para atingir a patina e o toque vintage que dão tanta personalidade aos relógios da linha American Western © DR

Apesar das já referenciadas antigas ligações à marca, não posso dizer que sou um fã particularmente especial. Claro que gosto muito das gravatas de malha de seda Ralph Lauren e o meu fato preferido até é Ralph Lauren – mas não sou fanático (aliás, não sou adepto particular de de nenhuma griffe de vestuário) e confesso ter fiquei alérgico ao logótipo do cavalinho, tendo oferecido todas as minhas camisas Polo Ralph Lauren acumuladas nos anos 90. Ou seja, sei apreciar a essência da marca sem me considerar afetado no meu julgamento por qualquer tendência particular relativamente à Ralph Lauren ou ao lifestyle estadunidense. O que explica, em parte, a minha surpresa por o American Western Cushion me ter agradado tanto e o ter incluído na minha seleção. Mesmo não sendo um cronógrafo, e na relojoaria tenho uma preferência natural pelos cronógrafos, nem complicado, e geralmente nas escolhas dos melhores relógios existe sempre a propensão para destacar complexidades mecânicas.

Os outros membros da coleção

Depois há os restantes relógios apresentados, evidentemente. O American Western Round é a variante redonda (incluindo material, tipo de acabamentos e base mecânica) do American Western Cushion, com a particularidade de ter 45,8 mm de diâmetro e a coroa ser colocada às duas horas.

A experimentar o American Western Round © Ralph Lauren
A experimentar o American Western Round © Ralph Lauren

Num exercício de passagem dos relógios de bolso para o pulso, o próprio Ralph Lauren considerou que a coroa situada mais acima na caixa seria uma boa opção de diferenciação e até de conforto para que a coroa não toque no pulso. Essa decisão seria adotada em todos os modelos de aniversário redondos, seja na linha American Western ou na gama Polo Bear.

American Western Round na versão em prata envelhecida © Miguel Seabra/Espiral do Tempo
American Western Round na versão em prata envelhecida © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Relativamente ao American Western Round, o American Western Round Skeleton apresenta a diferença de um mostrador esqueletizado que acentua ainda mais os motivos do faroeste presentes na coleção e um diâmetro de 45,8 mm; o movimento de base é um calibre de corda manual IWC (o F.A. Jones) devidamente alterado. O material envelhecido das caixas, com variantes em prata e ouro patinadas, é idêntico, tal como o acabamento segue aquele que se encontra nos outros modelos.

American Western Round Skeleton
Na mão: o American Western Round Skeleton na versão em prata envelhecida © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

O mesmo se pode dizer do American Western Pocket Watch, exceptuando as correias de pele que, logicamente, não são utilizadas. As mesmas duas versões – prata e ouro – com o mesmo movimento de corda manual da IWC presente no Round Skeleton, mas um espírito associado aos históricos relógios de bolso: diâmetro de 50 mm, espessura de 14 mm, tampa de abertura devidamente gravada, corrente para prender o relógio ao bolso das calças ou ao colete.

American Western Pocket Watch © DR
American Western Pocket Watch © DR

O próprio Ralph Lauren abordou o fascínio exercido pela temática do oeste selvagem nele e no público em geral para justificar a temática da coleção: “Acho que o espírito do estilo do oeste americano tem uma elegância robusta e uma autenticidade de que as pessoas gostam. Há simultaneamente uma sensibilidade e uma honestidade que lhe dão um apelo intemporal”.

O colega Frédéric Brun focado no American Western Pocket Watch © Ralph Lauren
O colega Frédéric Brun focado no American Western Pocket Watch © Ralph Lauren

A saga do urso

Depois, a outro nível, há os relógios com o ursinho. O famoso Polo Bear, estreado em 1991 e grande ícone da marca desde que os adjuntos de Ralph Lauren lhe ofereceram um urso de peluche na década de 80. E omnipresente nas montras e na decoração das lojas Ralph Lauren por esse mundo fora. Agora também – e pela primeira vez – personagem principal de quatro ‘divertidos’ relógios Polo Bear com outras tantas variantes, cada qual limitada a 2000 exemplares com uma correia de pele e uma bracelete têxtil com o padrão de uma das gravatas com que Ralph Lauren lançou a sua marca e criou os fundamentos do lifestyle americano como o conhecemos hoje em dia.

Uma montra de Ursolinos: a omnipresença dos Polo Bear
Montra de ursolinos no Boulevard St. Germain: a omnipresença dos Polo Bear © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

São quatro, os ursos escolhidos: o Flag Bear, com um camisolão da bandeira americana que Ralph Lauren adotou na apresentação da sua coleçãoo em 1989; o Martini Bear, com a sua elegância Hollywoodesca dos anos 30 e vestido com o smoking que também é peça fundamental no guarda-roupa Ralph Lauren; o Preppy Bear, vestido à moda de estudante universitário com a sua gravata e blazer azul; e o Spectator Bear, preparado para assistir a eventos desportivos com a sua elegância casual. Os ursos são pintados com cerca de 20 camadas de tinta.

Os quatro Polo Bear © DR
Os quatro Polo Bear e respetivas braceletes em tecido inspiradas em gravatas Ralph Lauren: Spectator Bear, Preppy Bear, Flag Bear e Martini Bear © DR

A caixa dos relógios Polo Bear, de 42 mm, apresenta a coroa às 2 horas e no interior bate um calibre de base Sellita automático com 42 horas de reserva de corda e certificado COSC. Um relógio icónico com um preço mais acessível (os tais 2000 euros) e acrescentado valor simbólico que pode ser um modelo interessante para complementar qualquer coleção. O meu colega e amigo François-Xavier Overstake comprou um!

Polo Bear
O Preppy Bear com a sua indumentária de universitário descontraído © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

Para terminar, e novamente, o relógio que verdadeiramente me surpreendeu foi mesmo o American Western Cushion 42… e parece que não fui o único a ser impressionado!

Diferentes expressões de arte © Miguel Seabra/Espiral do Tempo
Diferentes expressões de arte © Miguel Seabra/Espiral do Tempo

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