Em Genebra | Idealizado por um grupo de diversas marcas, o Geneva Watch Days foi criado para colmatar de certa maneira o cancelamento das principais feiras relojoeiras suíças (Watches & Wonders, Baselworld) devido à pandemia e em princípio será o único certame do género em 2020. A Espiral do Tempo marcou presença e aos poucos vamos apresentando as nossas impressões. Hoje com três relógios, embora um deles não seja propriamente uma novidade deste ano.
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H. Moser & Cie Streamliner Centre Seconds
Depois do Streamliner Flyback Chronograph Automatic, a H.Moser & Cie lança agora o Streamliner Centre Seconds, o segundo elemento de uma nova aventura da marca suíça liderada pelo incansável Edouard Meylan. Como referimos antes, o nome ‘Streamliner’ é um piscar de olho aos primeiros comboios de grande velocidade dos anos 20 e 30 que estavam revestidos de aço e apresentavam um aerodinamismo estriado. Pois o aço é precisamente o material de eleição da nova coleção e as linhas arredondadas evocam os comboios rápidos dessa época. No entanto, a herança dos anos 70 é mais forte e bem evidente num exercício de design que privilegia a caixa no formato cushion (agora com 40 mm, uma redução de 2 mm face ao modelo cronográfico de estreia), a bracelete integrada e o mostrador fumé tão característico da H.Moser & Cie. E o mostrador impactante é, aliás, uma das razões pelas quais destacamos o segundo modelo da linha Streamliner.
Os mostradores da marca são realmente especiais e não há qualquer fotografia que possa substituir a experiência de os apreciar ao vivo. O verde que equipa o primeiro modelo Streamliner de três ponteiros é de um tom seco que se distingue do verde anteriormente usado pela H. Moser & Cie. noutras gamas da coleção, sobressaindo pela sua originalidade e perfeita combinação com a tonalidade mais fria da construção em aço da caixa e da bracelete. Outras cores se seguirão, tal como está previsto para breve o anúncio de um novo tom de mostrador para o cronógrafo Streamliner.
Czapek Antartique Abyss
Maravilhoso, o mostrador do novo Antartique Abyss — que segue as pisadas dos bem recebidos Antarctique Terre Adélie, que também tivemos em mãos, e Orion Nebula. A edição especial que selecionámos distingue-se pelo design integrado com bracelete em formato de C, alusivo a Czapek, pelas características especiais do movimento e pelo azul inspirado, segundo a marca, pelas profundezas e constante movimento do Oceano Antártico, como o próprio nome o indica. De facto, este relógio faz lembrar de alguma forma um ambiente gelado graças ao mostrador envernizado criado pela Metalem. A técnica consiste em envernizar, pintando à mão com recurso a um pincel, lacar e depois polir. O facto de ser feito à mão implica que cada um dos 10 relógios que compõem esta edição limitada se torna uma peça única.
O novo Antartique Abyss está equipado com o movimento automático SXH5.01, o primeiro concebido exclusivamente pela Czapek de raiz e o mesmo que equipa os já referidos Terre Adélie e Orion Nebula. Com acabamentos requintados, microrrotor feito de ouro de 18kt reciclado colocado em posição descentrada e com uma autonomia prática de 56 horas. No pulso, o relógio de 40,5 mm em aço surpreende nos mais diversos sentidos, em especial na qualidade de execução e nos reflexos proporcionados pelo mostrador — que de facto parece que mexe, consoante a incidência da luz. Em termos de funções indica as horas, os minutos e os segundos por meio de ponteiros centrais, com o ponteiro dos segundos com contrapeso adornado com a extremidade vermelha. A chegada aos agentes oficiais está prevista para novembro de 2020.
De todas as linhas contemporâneas inspiradas pelos grandes clássicos de design integrado da década de 70, não há dúvida de que o Antarctique se destaca pelo equilíbrio e conforto no pulso. A inspiração está lá, mas a personalidade é bem própria. Uma aposta claramente bem sucedida por parte do patrão da marca, o entusiasta Xavier de Roquemaurel.
Louis Erard x Alain Silberstein Le Régulateur
Não são propriamente uma novidade, mas ainda não tínhamos tido a oportunidade de estar com eles e mantiveram estatuto de vedeta no showrrom da marca no Hotel Beau Rivage durante o Geneva Watch Days. Os reguladores Louis Erard x Alain Silberstein foram lançados em 2019 em duas edições limitadas a 178 exemplares cada, que ainda estão a sair a conta gotas para o mercado. As cores vivas e dinamismo do mostrador, o preço tendo em conta as peças que são — 2. 800 CHF — e o facto de serem o resultado da parceria da Louis Erard com um arquiteto e designer de interiores que no final da década de 80 criou uma inconfundível marca relojoeira com nome próprio são algumas das razões da nossa escolha.
Como seria de esperar, os relógios são muito divertidos, em especial a versão com mostrador branco, que se tornou na nossa preferida. Nascido em França em 1950, Alain Silberstein reinterpretou em ao longo dos tempos de forma muito criativa os códigos associados à Bauhaus e são esses mesmos códigos, utilizados na marca relojoeira com o seu nome que fez dele uma estrela da relojoaria no final dos anos 90, que se fazem ver também na sua versão do Le Régulateur para a Louis Erard através do jogo de cores e as formas geométricas.
Segundo a marca, os últimos exemplares desta colaboração estão agora disponíveis para venda. Ambos os relógios têm caixas de 40 mm em aço, movimento de carga manual ETA 7001 com complicação Louis Erard RE9 e uma reserva de corda de 42 horas. A versão com mostrador preto tem a caixa revestida a PVD e correia em calfe com pesponto vermelho a condizer com os detalhes do mostrador. Já a versão em branco é complementada com uma confortável correia castanha em calfe. Importa dizer que tivemos ainda a oportunidade de ver novidades interessantes da marca, mas consideramos que destacar este modelo faria mais sentido numa altura em que as verdadeiras novidades só surgirão no final de setembro e também lá mais para o fim do ano. Na devida altura revelaremos esses novos modelos da Louis Erard e mais colaborações espetaculares que estão na calha…
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