Três escolhas Geneva Watch Days 2020

Em Genebra | Idealizado por um grupo de diversas marcas, o Geneva Watch Days foi criado para colmatar de certa maneira o cancelamento das principais feiras relojoeiras suíças (Watches & Wonders, Baselworld) devido à pandemia e em princípio será o único certame do género em 2020. A Espiral do Tempo marcou presença e aos poucos vamos apresentando as nossas impressões. Hoje com três relógios, embora um deles não seja propriamente uma novidade deste ano.

H. Moser & Cie Streamliner Centre Seconds

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H. Moser & Cie. Streamliner Centre Seconds Matrix Green  © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Depois do Streamliner Flyback Chronograph Automatic, a H.Moser & Cie lança agora o Streamliner Centre Seconds, o segundo elemento de uma nova aventura da marca suíça liderada pelo incansável Edouard Meylan. Como referimos antes, o nome ‘Streamliner’ é um piscar de olho aos primeiros comboios de grande velocidade dos anos 20 e 30 que estavam revestidos de aço e apresentavam um aerodinamismo estriado. Pois o aço é precisamente o material de eleição da nova coleção e as linhas arredondadas evocam os comboios rápidos dessa época. No entanto, a herança dos anos 70 é mais forte e bem evidente num exercício de design que privilegia a caixa no formato cushion (agora com 40 mm, uma redução de 2 mm face ao modelo cronográfico de estreia), a bracelete integrada e o mostrador fumé tão característico da H.Moser & Cie. E o mostrador impactante é, aliás, uma das razões pelas quais destacamos o segundo modelo da linha Streamliner.

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O calibre automático do Streamliner Centre Seconds © H. Moser & Cie.

Os mostradores da marca são realmente especiais e não há qualquer fotografia que possa substituir a experiência de os apreciar ao vivo. O verde que equipa o primeiro modelo Streamliner de três ponteiros é de um tom seco que se distingue do verde anteriormente usado pela H. Moser & Cie. noutras gamas da coleção, sobressaindo pela sua originalidade e perfeita combinação com a tonalidade mais fria da construção em aço da caixa e da bracelete. Outras cores se seguirão, tal como está previsto para breve o anúncio de um novo tom de mostrador para o cronógrafo Streamliner.

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H. Moser & Cie. Streamliner Centre Seconds no Quai du Mont Blanc © Miguel Seabra/ Espiral do Tempo
A bracelete é outra das grandes valências da coleção, assumindo linhas que prolongam as curvas da caixa. Trata-se de uma bracelete de conceção complexa e de visual fluído graças às suas ondas e a um acabamento de superfície que alterna o escovado vertical com o polido no interior dos elos que acentua o tal caráter Streamliner presente nos comboios rápidos dos anos 20 a 50 e ainda de vários bólides que tiveram o mesmo nome. Mais simples do que o modelo anterior, o novo Streamliner Centre Seconds foca-se nas funções mais essenciais: indica as horas, os minutos e os segundos ao centro.

Czapek Antartique Abyss

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Antarctique Abyss © Czapek

Maravilhoso, o mostrador do novo Antartique Abyss — que segue as pisadas dos bem recebidos Antarctique Terre Adélie, que também tivemos em mãos, e Orion Nebula. A edição especial que selecionámos distingue-se pelo design integrado com bracelete em formato de C, alusivo a Czapek, pelas características especiais do movimento e pelo azul inspirado, segundo a marca, pelas profundezas e constante movimento do Oceano Antártico, como o próprio nome o indica. De facto, este relógio faz lembrar de alguma forma um ambiente gelado graças ao mostrador envernizado criado pela Metalem. A técnica consiste em envernizar, pintando à mão com recurso a um pincel, lacar e depois polir. O facto de ser feito à mão implica que cada um dos 10 relógios que compõem esta edição limitada se torna uma peça única.

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O Czapek Antarique Abyss aqui com correia azul em pele, que também resulta muito bem © Miguel Seabra/ Espiral do Tempo

O novo Antartique Abyss está equipado com o movimento automático SXH5.01,  o primeiro concebido exclusivamente pela Czapek de raiz e o mesmo que equipa os já referidos Terre Adélie e Orion Nebula. Com acabamentos requintados, microrrotor feito de ouro de 18kt reciclado colocado em posição descentrada e com uma autonomia prática de 56 horas. No pulso, o relógio de 40,5 mm em aço surpreende nos mais diversos sentidos, em especial na qualidade de execução e nos reflexos proporcionados pelo mostrador — que de facto parece que mexe, consoante a incidência da luz. Em termos de funções indica as horas, os minutos e os segundos por meio de ponteiros centrais, com o ponteiro dos segundos com contrapeso adornado com a extremidade vermelha. A chegada aos agentes oficiais está prevista para novembro de 2020.

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O Antarctique Abyss está equipado com o Calibre SXH05.01 que pode ser visto graças ao fundo transparente. © Czapek

De todas as linhas contemporâneas inspiradas pelos grandes clássicos de design integrado da década de 70, não há dúvida de que o Antarctique se destaca pelo equilíbrio e conforto no pulso. A inspiração está lá, mas a personalidade é bem própria. Uma aposta claramente bem sucedida por parte do patrão da marca, o entusiasta Xavier de Roquemaurel.

Louis Erard x Alain Silberstein Le Régulateur

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As duas edições do Le Régulateur Louis Erard x Alain Silberstein. © Louis Erard

Não são propriamente uma novidade, mas ainda não tínhamos tido a oportunidade de estar com eles e mantiveram estatuto de vedeta no showrrom da marca no Hotel Beau Rivage durante o Geneva Watch Days. Os reguladores Louis Erard x Alain Silberstein foram lançados em 2019 em duas edições limitadas a 178 exemplares cada, que ainda estão a sair a conta gotas para o mercado. As cores vivas e dinamismo do mostrador, o preço tendo em conta as peças que são — 2. 800 CHF — e o facto de serem o resultado da parceria da Louis Erard com um arquiteto e designer de interiores que no final da década de 80 criou uma inconfundível marca relojoeira com nome próprio são algumas das razões da nossa escolha.

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Le Régulateur Louis Erard x Alain Silberstein com mostrador branco. © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Como seria de esperar, os relógios são muito divertidos, em especial a versão com mostrador branco, que se tornou na nossa preferida. Nascido em França em 1950, Alain Silberstein reinterpretou em ao longo dos tempos de forma muito criativa os códigos associados à Bauhaus e são esses mesmos códigos, utilizados na marca relojoeira com o seu nome que fez dele uma estrela da relojoaria no final dos anos 90, que se fazem ver também na sua versão do Le Régulateur para a Louis Erard através do jogo de cores e as formas geométricas.

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Le Régulateur Louis Erard x Alain Silberstein com mostrador branco. © Miguel Seabra / Espiral do Tempo

Segundo a marca, os últimos exemplares desta colaboração estão agora disponíveis para venda. Ambos os relógios têm caixas de 40 mm em aço, movimento de carga manual ETA 7001 com complicação Louis Erard RE9 e uma reserva de corda de 42 horas. A versão com mostrador preto tem a caixa revestida a PVD e correia em calfe com pesponto vermelho a condizer com os detalhes do mostrador. Já a versão em branco é complementada com uma confortável correia castanha em calfe. Importa dizer que tivemos ainda a oportunidade de ver novidades interessantes da marca, mas consideramos que destacar este modelo faria mais sentido numa altura em que as verdadeiras novidades só surgirão no final de setembro e também lá mais para o fim do ano. Na devida altura revelaremos esses novos modelos da Louis Erard e mais colaborações espetaculares que estão na calha…

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