Cascais está para Lisboa um pouco como St. Tropez para a Côte d’Azur. De vila piscatória transformou-se no destino de férias da realeza portuguesa e ganhou prestígio desde finais do século XIX. Foi lá que fomos experimentar os novos modelos Sea-Liner GMT da Cvstos, entre a Marina e o Clube Naval.
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Cascais
Reza a lenda que o nome Cascais advém do plural de ‘cascal’, expressão atribuída ao monte de cascas do marisco farto que sempre se apanhou na zona — pelo menos desde os tempos mais remotos, sendo que a localidade gradualmente se transformou num importante entreposto piscatório devido ao seu posicionamento geográfico na boca do estuário do Tejo. E foi precisamente a sua localização privilegiada que fez com que a casa real portuguesa passasse a encarar a vila como destino de férias a partir de meados do século XIX, com o rei D. Luís I a construir uma residência de verão. A presença da corte rapidamente fez com que Cascais se tornasse verdadeiramente cosmopolita, com toda a obrigatória melhoria de infraestruturas que o prestígio real acarretou. As primeiras luzes elétricas do país chegaram em 1878 e a linha de comboio em 1889. Na última década do século XIX, o rei D. Carlos assumiu um papel preponderante para o futuro da vila… tão importante que se deve um pouco a ele a nossa reportagem com dois novos modelos Challenge Sea-Liner da Cvstos.
Foi graças a D. Carlos que vários dos desportos com maior mediatização na atualidade foram introduzidos em Portugal — desde o futebol ao ténis, que teve os primeiros courts do país construídos no jardim da Parada. Mas foi sobretudo o amor do monarca pelas atividades marítimas que o levou a instalar em Cascais o primeiro laboratório oceanográfico e a fomentar as competições de vela que dariam posteriormente, precisamente 30 anos após o seu regicídio, azo à fundação do Clube Naval em 1938. Também como consequência, a tão esperada Marina seria inaugurada em 2000 para fornecer o devido apoio aos barcos de recreio. Não admira que a estátua de D. Carlos surja imponente a supervisionar a baía de Cascais, entre a Cidadela e a entrada para o Clube Naval.
Cvstos Sea-Liner GMT
A linha Challenge Sea-Liner da Cvstos está intrinsecamente associada ao universo náutico, às atividades marítimas e ao imaginário que rodeia as mais prestigiadas embarcações de competição ou de recreio — dos veleiros aos iates. Pelo que se impunha algumas fotografias com os novos Sea-Liner GMT precisamente entre a Marina e o Clube Naval de Cascais.
A génese da linha Sea-Liner remonta ao Tourbillon-S Yachting Club, que já explorava a temática com o recurso à alta-relojoaria através da inclusão de um turbilhão num mostrador aberto com um fundo tipo deck e escotilhas laterais abertas na caixa. Antonio Terranova, cofundador e designer da marca, assume ter-se inspirado precisamente no glamour mediterrânico de estâncias da Riviera ou da Côte d’Azur como Porto Cervo, Porto Fino, Monte-Carlo ou St. Tropez. Cascais e Portugal ficam decididamente na orla atlântica, mas é verdade que o espírito local é muito latino, muito mediterrânico.
Os modelos Sea-Liner assentam no formato Challenge — uma espécie de tonneau alongado — tão associado à identidade da Cvstos. Mas apresentam uma aura claramente mais náutica com a predominância natural do azul em todas as versões. Os códigos do Tourbillon-S Yachting Club foram trabalhados para dar origem a um modelo Sea-Liner automático inaugural; entretanto, a linha sofreu um facelift e foi alargada com a inclusão de variantes dotadas de um segundo fuso horário e de um cronógrafo vocacionado para as especificidades da cronometragem de regatas.
Os dois Sea-Liner GMT que levámos a passear em Cascais estavam declinados em aço — Ref. CV15056CHSELAC000000002 — e aço com tratamento PVD azul — Ref. CV15056CHSELAC000000002 — (existe também a versão em ouro rosa), ambos vestidos com uma bracelete de borracha vulcanizada de última geração que é imune às exigências marítimas — e sabe-se que a combinação do sol com o sal e a areia é fatal. Apesar de existirem alternativas em pele, a bracelete de borracha é a escolha mais adequada e funciona bem tanto em azul como em branco nas versões que testámos. Se o Sea-Liner GMT apresenta uma resistência à água até aos 100 metros de profundidade, exige-se que as braceletes que o acompanham também a tenham…
O tamanho — 53,70 mm por 41 mm — pode caraterizar-se como sendo ‘universal’ e adaptável tanto a pulsos de menor como de maior dimensão precisamente graças ao formato tonneau de bracelete praticamente integrada (as asas são curtas). E a construção não deixa, de facto, ninguém indiferente, sobretudo quando se tem noção da sua tridimensionalidade e se constata o recurso às tais escotilhas laterais que permitem não só a visão para ‘dentro’ do relógio como um interessante jogo de luzes no mostrador. Tal como os parafusos caraterísticos da marca na luneta, também a coroa de rosca é esculpida em titânio e inclui uma inserção de Nitril para um manusear mais preciso/aderente.
No mostrador e sob um vidro de safira convexo com tratamento antirreflexo dos dois lados, constata-se que toda a parte superior do calibre 6511 GMT foi desbastada e colocada à vista sobre o tal fundo em deque de madeira — destacando-se uma base central vertical em forma de quilha onde assentam a data grande, o eixo central para os ponteiros principais (horas, minutos, segundos) e o submostrador com dois ponteiros para o segundo fuso horário mais indicadores dia/noite e de 24 horas. Todos os ponteiros são revestidos com Super-Luminova, tal como os marcadores das horas.
Através do fundo transparente em vidro de safira vê-se o pujante rotor, elaborado — como sucede em todos os relógios automáticos da marca — em titânio e tungsténio 88 para otimização da circulação. O calibre 6511 GMT apresenta 42 horas de autonomia de corda.
Clube Naval de Cascais
De facto, um relógio que assentou muito bem no cenário da marina da Cascais e do histórico Clube Naval, responsável pela formação e treino de alguns dos melhores velejadores portugueses. E também anfitrião de várias provas de relevo integradas nos melhores circuitos europeus de vela, desde o RC44 (em setembro) até ao TP52 (em outubro). O seu currículo quase octogenário inclui centenas de competições náuticas — incluindo etapas do circuito de qualificação da America’s Cup (segredo: Cascais ‘ganhou’ a organização da America’s Cup propriamente dita naquele ano em que a mítica competição acabou em Valência após um forcing real de última hora irrecu$ável) e o clube acolheu diversos elementos das casas reais europeias que se exilaram na vila na sequência da Segunda Guerra Mundial ou do estabelecimento de repúblicas nos respetivos países, desde o Rei Humberto de Itália até ao Conde de Barcelona, que veio com o filho (o futuro rei Juan Carlos de Espanha) nos tempos da ditadura de Franco, passando por Kyril da Bulgária. Todos eles grandes amantes da vela, sendo que Juan Carlos e o atual rei Filipe VI são mesmo exímios velejadores — o vento de Cascais ajudou-os a aprimorarem a sua técnica na juventude!
A Cvstos não tem uma ligação particular a Cascais, mas tem um relacionamento próximo com Portugal — há vários portugueses que trabalham na sede da marca na Rue Voltaire, em Genebra, e os cofundadores Sassoun Sirmakes e Antonio Terranova apreciam o país e a cultura portuguesa. Pessoalmente, posso dizer que ao longo dos anos se tornaram meus amigos. É por isso que os vou aconselhar a fazerem o lançamento dos próximos modelos Sea-Liner precisamente em Cascais, onde vivo (sem ser rei). 
Galeria de Imagens
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Consulte o site oficial da Torres Distribuição para mais informações sobre os novos Cvstos Sea-Liner GMT.
Mais informações:
Marina de Cascais: mymarinacascais.com
Clube Naval de Cascais: cncascais.com
Câmara Municipal de Cascais: cascais.pt
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