Em Genebra | Os diamantes estão muito presentes na relojoaria, especialmente nas coleções femininas. Tem sido assim e assim continua a ser. Mas a verdade é que os diamantes podem realmente fazer a diferença quando se trata de enaltecer algumas complicações. No Watches and Wonders tivemos a oportunidade de conhecer algumas novidades que brilham ainda mais graças aos diamantes – embora a surpresa em cada um deles passe por outros aspetos que vão muito além dos diamantes.
Arnold & Son Perpetual Moon Eclipse I
Se há marca que sabe bem como evidenciar a Lua nos seus relógios essa marca é a Arnold & Son. E o Perpetual Moon Eclipse I vem oferecer toda uma nova dimensão à indicação das fases da Lua no pulso. A surpresa passa por uma caixa de 38mm em ouro branco que guarda um bonito mostrador azul em aventurina decorado com fragmentos de madrepérola, diamantes e safiras azuis e rosas. Às 12 horas, uma abertura de grandes dimensões é a janela pela qual uma Lua sobredimensionada vai completando o seu ciclo.
Mas um dos aspetos mais interessantes passa pelo facto de o mostrador ser recortado, deixando entrever um fundo de azul mais claro, onde estão representadas algumas constelações, nomeadamente a ursa maior. Depois, todo este espetáculo é ainda mais iluminado graças à luneta cravejada com 90 diamantes de corte brilhante. Limitado a 18 exemplares, o Perpetual Moon Eclipse I é complementado por uma correia em pele azul de aligátor no exterior e fuchsia no interior. No pulso, o relógio revela-se uma agradável companhia, principalmente porque a diversidade decorativa não soa a excesso, mas a perfeito equilíbrio. É obrigatório espreitar o mostrador com uma lupa de relojoeiro para se usufruir ao máximo da beleza desta peça.
Coussin de Cartier
A Cartier apresentou diversas novidades, muitas delas ricamente decoradas tendo como motivo central a clássica pantera ou ainda novas versões na coleção Tank Chinoise, modelo que celebra o seu 100º aniversário este ano. Porém, foi a linha Coussin que nos despertou mais a atenção pela elegante variedade de modelos com perfil de relógio joia. Destas novidades, a versão com caixa alongada cravejada chamou-me especialmente. Há uns dias, este modelo foi destacado aqui no nosso site como um dos eleitos deste ano, agora também o destaco pela óbvia originalidade.
Limitado a 50 exemplares, o novo Coussin de Cartier tem uma caixa espetacular com um formato literalmente cushion, graças a uma rede em ouro, construída de uma forma que a torna totalmente flexível e almofadada. E apesar de ter um considerável volume, o relógio assenta perfeitamente no pulso, surpreendendo pelo conforto. No centro, encontram-se dois discretos ponteiros das horas e dos minutos. Na apresentação, estivemos apenas com a versão cravejada de diamantes, mas está também disponível uma versão com pedras preciosas coloridas.
Chanel J12 Gabrielle Calibre 3.1
O stand da Chanel no Watches and Wonders respirava Chanel. Num jogo de espelhos, transparências e vídeos, as novas criações foram apresentadas em expositores sem nada a esconder que permitiram ter bem noção do que de novo havia para contar. É preciso referir que a marca francesa reforça cada vez mais a sua posição enquanto criadora de relojoaria e prova disso são as novidades J12 de diversa ordem que enaltecem bem o lado mecânico, mas também o lado estético e inovador na utilização de materiais, em especial da cerâmica. Na hora de selecionar apenas um modelo, a escolha não é fácil… Talvez faça sentido destacar o Chanel J12 Gabrielle Calibre 3.1, pelo modo como vem oferecer uma nova dimensão aos modelos que evocam a fundadora da marca. Tal como o novo Mademoiselle J12 La Pausa (no qual os braços de Coco Chanel funcionam como ponteiros) e tal como o Mademoiselle J12 XS (no qual se descobre uma pequena Coco Chanel agarrada à caixa), o novo J12 Gabrielle Calibre 3.1 é lançado numa edição limitada a 55 exemplares.
Com caixa de 38 mm em cerâmica preta, o novo relógio apresenta no mostrador a silhueta recortada de Gabrielle Chanel, numa representação mais sóbria em relação aos outros modelos referidos. Nesta ilustração, a fundadora da marca veste o clássico vestido preto e colares de pérolas, sob um fundo transparente que permite contemplar parte do mecanismo de corda manual com autonomia de 55 horas. Por fim, destaque para a luneta cravejada de diamantes de corte baguette. No pulso, este novo relógio tem presença, afirma-se como original e, não sendo gritante, também não passa despercebido. Mais um ousado passo da marca que tem conseguindo surpreender todos os anos, mantendo-se fiel a si mesma.
Chopard Happy Sport Chrono
Falar de relógios com diamantes sem referir o mais feliz dos relógios de pulso não faria qualquer sentido, até porque no seguimento dos modelos lançados no ano passado, a Chopard continua o seu caminho com novas versões. Na minha opinião, a mais apelativa é o Happy Sport Chrono com caixa em ouro rosa ético e mostrador a condizer, numa versão cronográfica que encaixa que nem uma luva no espírito da coleção.
Para quem gosta de contar intervalos de tempo, aqui fica um cronógrafo de 40mm que une desportivismo e elegância como poucos. Às 9 horas, encontra-se o contador de 30 minutos, às seis horas encontra-se o contador de 12 horas e às 3 horas descobre-se os pequenos segundos. Um modelo com movimento automático com certificado de cronómetro que mantém depois o tal divertido movimento de diamantes dançantes entre dois vidros que pairam sobre o mostrador. A correia azul mate em pele de aligátor é a escolha certa para oferecer um toque ainda mais especial a este tão especial cronógrafo de pulso.
Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Star
Confesso que quando soube da existência do novo Rendez-Vous Star da Jaeger-LeCoultre não percebi bem a lógica da complicação. Passo a explicar: o novo relógio da mais romântica coleção da marca pegou na imprevisibilidade das estrelas cadentes levando-a diretamente para o pulso. Sem sabermos quando, de tempos a tempos, uma estrela cadente passa no mostrador, sem aviso prévio. Assim de repente, podemos perguntar: para quê? Mas depois do contacto, a razão não interessa nada, porque se trata de uma complicação lúdica e até poética – as tais complicações que fazem de um relógio de pulso muito mais do um instrumento para indicação das horas.
Neste relógio, da mesma forma que, durante o mês de agosto somos capazes de passar horas a olhar para o céu estrelado na esperança de o vermos riscado por estrelas cadentes, também no Rendez-Vous Star esta experiência pode acontecer – mas diariamente e diante dos nossos olhos. E se é o ‘jogo de espera’ que faz deste um relógio único para se ter no pulso, é a imprevisibilidade mecânica que o torna ainda mais especial. Ativada pelo movimento do pulso, a estrela cadente aparece no mostrador (através de um disco) em momentos aleatórios, embora possa também surgir a pedido, através da rotação da coroa por diversas vezes. Para tal, a marca criou um mecanismo totalmente novo.
Esta complicação foi integrada em quatro diferentes versões, sendo que as versões Dazzling com mostrador de aventurina em azul-escuro casam na perfeição com o espírito celestial associado à peça. Os diamantes que saltam à vista da caixa em ouro rosa contribuem para um brilho extra, como não poderia deixar de ser.
Patek Philippe Ref. 7130R Complications World Time
Um relógio de pulso muito bonito e sofisticado graças à combinação vencedora de verde, ouro rosa e diamantes. A nova Ref.7130R é o mais recente membro da família de relógios femininos com complicação World Time, que foi inaugurada pela Patek Philippe em 2011. Com caixa de 36mm, o novo modelo tem o tamanho certo, permitindo ler perfeitamente todas as indicações. No centro, o mostrador apresenta um padrão decorativo em guilloché, do qual sobressaem os ponteiros das horas e dos minutos, bem como os indexes dourados. Depois, em torno da zona central, encontra-se primeiro o disco de 24 horas, com indicação dia/ noite, e depois os discos verdes, com referência às cidades equivalentes aos 24 fusos horários. No interior vive o Calibre 240 HU de corda automática, um movimento ultrafino que permitiu a conceção de uma caixa em ouro muito elegante: 36mm de diâmetro e de 8,83mm de altura.
A cereja no topo do bolo é a luneta cravejada com 62 diamantes e a fivela complementada por 27 diamantes. A correia verde em calfe, pespontada a branco, contribui também para a singularidade de todo o conjunto. Muito confortável, a nova Ref. 7130R Complications World Time revela-se como mais uma boa surpresa na coleção da marca, que tem vindo cada vez mais a apostar numa cor muito versátil e repleta de potencialidades – mais clássicas ou mais casuais.
Tudor Royal
O Royal da Tudor foi lançado em 2020, surgindo como mais um modelo revelador da tendência do design integrado em relojoaria e distinguindo-se pela versatilidade. Além da bracelete metálica, destaque para a luneta com ranhuras e a grande diversidade de mostradores e tamanhos. Pois bem, é precisamente a luneta que ganha uma nova vida nos novos modelos com caixas de 28mm que a marca lança este ano. As ranhuras são substituídas por diamantes e esta alteração transforma por completo o relógio.
Com opção de aço ou bicolor (aço e ouro), os dois novos modelos mantêm a combinação de numerais romanos e diamantes no lugar dos indexes e têm mostrador branco em madrepérola. Depois, é uma questão de conforto. No pulso, o relógio revela-se muito elegante, com personalidade e surpreende pela positiva. No meio de tantos novos Black Bay com design muito marcante, foi bastante curioso perceber o modo como estas duas novidades para pulsos mais pequenos saltam à vista. Gostei muito da versão em aço: uma questão mesmo de gosto pessoal.
Vacheron Constantin Patrimony Self-winding
Inspirados na década de 1950, os novos Patrimony com movimento automático distinguem-se pelo perfil minimalista e silhueta muito elegante. Os novos modelos estão disponíveis com caixa em ouro branco ou ouro rosa, com ou sem diamantes na luneta e com ou sem diamantes no mostrador. Mas o mais interessante nestes relógios com caixas de 36,5mm de diâmetro são os bonitos mostradores em tons azul e rosa pastel, num efeito degradé muito especial.
Depois, também no mostrador salta à vista um detalhe maravilhoso: nas versões com luneta cravejada de diamantes os pequenos indexes são pequenas pérolas de ouro que oferecem delicadeza acrescida a todo o relógio – em especial na versão em tons de rosa. Nas versões sem luneta cravejada, a minuteria é substituída por diamantes. Estes novos Patrimony são relógios elegantes, equilibrados, harmoniosos, bonitos e distintos, com a nota acrescida de que no pulso ganham ainda mais vida, graças a um todo monocromático que resulta muito bem. Os modelos azuis têm qualquer coisa, sem dúvida, mas gostei mais dos modelos cor-de-rosa, pela originalidade.