Seguindo uma tradição muito própria, a Grand Seiko apresentou, neste início de ano, novidades com mostradores inspirados em elementos da paisagem natural japonesa. Mais uma vez, os relógios traduzem uma sensibilidade peculiar, em que a natureza, a tradição e o artesanato se unem harmoniosamente. E o tempo também, claro.
A Grand Seiko manifesta nos relógios que cria uma profunda ligação à natureza. Esta ligação descobre-se, em especial, nos mostradores que replicam a essência de paisagens, estações e elementos naturais do Japão, país de origem da marca. O próprio stand da Grand Seiko no Watches and Wonders tende a evocar esse lado, num espaço de serenidade alinhado com as criações do seu portefólio. E, neste caso, temos muito presente o stand do ano passado, em que sombras simulavam a serenidade do movimento de plantas levadas pelo vento.

A evocação da natureza nos relógios da marca está muito associada a relógios de linhas mais sóbrias, ideais para dar palco aos mostradores. A olho nu, é difícil não ficar surpreendido pelo realismo dos padrões. Depois, com a ajuda de uma lupa, eventualmente, já nos podemos deixar levar pelos detalhes que tornam possível a arte de mimetizar elementos naturais. Mas, ainda assim, há algo que falta, como Frédéric Bondoux, presidente da Grand Seiko Europe, partilhava connosco em 2023:
«A Grand Seiko é uma marca que deve ser apresentada à luz de uma série de diferentes aspetos. Se pudesse usar uma metáfora eu faria referência aos mostradores. Os nossos mostradores são muito especiais, únicos, muito ligados à beleza da natureza circundante da nossa manufatura. Mas há algo interessante: devemos levar sempre os relógios Grand Seiko para o exterior, para a luz do dia, para vermos a ressonância da cor dos mostradores.»

Em causa estão as diferentes subtis mudanças tendo em conta o momento do dia: « Se pegarmos, por exemplo, no best seller Snowflake ou no Omnibotari, veremos que a definição da cor vai tendo nuances diferentes, consoante a luz da manhã, a luz da tarde ou a luz de final de dia. É interessante ver que estes reflexões não podem ser comparadas. Como se fosse um mostrador vivo. Há algo no ADN das nossas peças que é muito relacionado com a vida,», explica.
Nesta linha, um relógio que reproduz efeitos da natureza só fica completo também no contacto com a natureza, acrescentamos romanticamente. Como um ciclo.
A natureza do tempo

Nesta relação com a natureza, a Grand Seiko deixa claro qual é a fonte de inspiração e, por isso, é possível conhecer em certa medida algo da paisagem japonesa através de elementos naturais reproduzidos no espaço exímio de um mostrador. Porque além da natureza em si, a marca faz questão de afirmar a sua ligação ao país de origem. De acordo com a marca, os efeitos são inspirados no ambiente próximo do Studio Shizukuishi, onde são produzidos os relógios mecânicos da Grand Seiko. É isto que é contado e recontado.

«A natureza é bien faite, bem construída. Não é possível mudar a natureza. Podemos talvez ouvi-la a tentar movê-la, mas no fim ela regressa sempre ao seu lugar. Na nossa maneira de fazer relógios, temos um total respeito pela natureza e o tempo e essa é a razão pela qual a nossa tag line é ‘A Natureza do Tempo’.» Depois, há ainda toda uma forma de fazer e encarar a noção de vida: « Existe uma abordagem diferente, que é a abordagem filosófica e a própria cultura, que podemos encontrar no Japão e na Ásia. A vida é algo de muito precioso para nós. Sabemos que um dia vamos morrer. Mas na Europa, no nosso mundo oeste, é algo que tentamos evitar. Porque a morte é algo que é o fim. Na Ásia, a morte é parte da vida. Desde a mais tenra idade é algo que vai sendo digerida», explica Frédéric Bondouxex.
Na mesma linha, há crença de que existe sempre de algo de bonito em cada etapa. E é por etapas que as coisas se vão fazendo na marca. Assim é na vida e na natureza. Com tempo, persistência e paciência.

Os mostradores da Grande Seiko materializam bem todas estas noções, através da recriação de elementos naturais com recurso a diferentes técnicas, seja através de diferentes padrões de gravação artesanal, da seleção e variação de cores ou dos acabamentos.
Os modelos com mostrador ‘Snowflake’, por exemplo, reproduzem a textura branca e suave da neve que cobre as montanhas Hotaka; os modelos ‘White Birch’ têm o mostrador inspirado nas cascas de bétulas brancas; e o Evolution 9 SLGH021 tem um mostrador verde, inspirado no desfiladeiro de Genbi. Poderíamos continuar e até destacar que as quatros estações bem marcadas do Japão incluem elas próprias diversas nuances que se desmultiplicam em momentos únicos (os 24 sekki) visíveis através das cores e fenómenos que animam as paisagens ao longo do ano. Ficámos a saber disto através das séries dedicadas às estações japonesas nas quais os mostradores reproduzem algumas destas ‘subestações do ano’.
Estamos sempre a aprender.
As novidades
Com 2025 já a caminho da primavera (já faltou mais), a marca segue em frente na sua ligação à natureza e lança novidades que convidam à contemplação.

A Heritage Collection recebe os novos STGK031 Sakura-Kakushi e STGK033 Sakura-Tsukiyoque que evocam as flores de cerejeira, tão caraterísticas das paisagem japonesa. O design 62GS, com construção sem moldura que permite a perfeita integração do vidro na caixa, foi assim escolhido para eternizar os diferentes momentos pelos quais as flores de cerejeira passam na primavera. A caixa de 30mm em aço é a mais fina na coleção de relógios de corda automática da Grand Seiko, pelo que se revela perfeita para reforçar a elegância do conjunto.

Um dos modelos é inspirado no Sakura-Kakushi, um fenómeno em que as flores de cerejeira no norte do Japão se mantêm escondidas sob um manto de neve no início da primavera. A harmonia da neve e das flores é expressa através do padrão finamente texturado e do tom suave rosa acinzentado. Depois, a experiência de pulso vai revelando mudanças subtis, consoante o ângulo de visão e iluminação. O Sakura-Kakushi foi também recriado numa elegante versão em ouro rosa.

Já o mostrador do STGK033, de acordo com a marca, é inspirado no Sakura-Tsukiyo, ou seja, na “beleza das flores de cerejeira iluminadas sob um céu nublado e iluminado pela Lua”. Muita subtileza aqui. No início da primavera, as mudanças de temperatura entre o dia e a noite dão origem a este ambiente enevoado ou com neblina, difundindo o luar num brilho suave e desfocado. O padrão do mostrador prateado capta estas nuances, à medida da experiência de quem o usa. O polimento Zaratsu das laterais da caixa permite que o jogo de luzes do mostrador seja ainda mais intenso, realçando também as texturas ali recriadas.



O mesmo acontece com o Evolution 9 44GS inspirado no Monte Iwate. Com caixa em aço (Ever-Brilliant Steel) e limitado a 1200 exemplares, o novo relógio integra um mostrador que vai buscar para o pulso um padrão inspirado nas cristas do vulcão, como se fossem vistas de cima, a partir do céu. Para isso, optou-se pela leveza de um azul-claro evocativo da pureza do ar e da água que rodeiam a zona. O primeiro mostrador com padrão Mt. Iwate foi apresentado em 2006 e, desde então, passou a estar associado à relojoaria mecânica da Grand Seiko.



Por fim, uma nota especial para o Calibre 9SA5 com 80 horas de reserva de marcha e escape de duplo impulso. De acordo com a marca, a decoração deste movimento de alta-frequência que equipa o novo relógio é inspirado nas ondas do rio Shizukuishi, que também passa perto do estúdio de criação da Grand Seiko.

O novo SLGH027 inspirado no Monte Iwate estará disponível nas boutiques Grand Seiko e em parceiros de retalho selecionados em todo o mundo a partir de maio de 2025. Já os modelos Sakura-Kakushi e Sakura-Tsukiyoque estarão disponíveis a partir de abril.
O site oficial da Grande Seiko tem mais informações.